War of hearts (Malila)

47.

Pov Maraisa

- Merda, merda, merda - Resmungo irritada.

Começo a bater o pé irritada, por não conseguir o que eu quero e continuo insistindo na mesma coisa, sem conseguir pensar em outra solução. Mesmo prometendo para a minha esposa que eu ficaria bem e me manteria em segurança, eu não consigo ficar parada, sabendo que tem uma grande chance de Gustavo ter participado daquele ataque, uma grande chance dele ter apagado as provas que ele aparecia, justamente por ter controle da perícia, por estar supostamente investigando o caso.

- Eu trouxe café - Lauana fala entrando na minha sala.

- Eu posso processar alguém sem provas?

- O quê?

- Responde.

- Pode... até que você pode, mas não aconteceria nada porque não teria como você provar.

Reviro meus olhos e bufo irritada por ela não falar o que eu quero ouvir. Viro a minha cadeira para o meu computador e continuo revendo todas os matérias coletados aquele dia, desde as filmagens, até coisas físicas, como a faca.

" - O que é isso, Mara?

Levanto do chão com uma pequena faca em mãos, no exato lugar que machucaram Marília. Eles não tinham pretensão apenas de machucá-la, eles queriam ir até o fim.

- Ele deve ter deixado cair - Falo quase sem voz e viro para Lauana - Ele iria machucar mais ela, mas não deu tempo.

- Mara... vamos até a polícia."

- A faca... - Sussuro baixinho.

- O quê? - Lauana pergunta rindo - O que você está fazendo?

- A faca, não tinha as digitais do Danilo na faca - Falo como se fosse óbvio - Se não tinha a dele e nem a do segundo homem, vai ter a do terceiro.

- A perícia iria fazer a coleta de digitais, Mara, e nada disso constou nos documentos.

Minha intuição diz que algo está errado, como se uma peça tivesse fora do lugar. Viro minha atenção para o meu computador e abro as páginas e documentos do caso do Danilo. Começo a procurar algum dado, mostrando que eles registraram, mas a polícia não registrou, muito menos a perícia.

- Filha da puta - Falo nervosa.

- O que foi, Mara? - Minha melhor amiga pergunta se aproximando.

- A faca não foi registrada pela perícia - Começo a ficar nervosa - A gente mandou para a polícia e eles não mandaram para a perícia.

- Por isso Danilo recebeu só a sentença como agressão...

- E não tentativa de homicídio - Continuo o que ela iria falar - Gustavo apagou as provas, ele é da polícia, ele tem o poder de fazer isso.

Fecho meu notebook com raiva, sentindo todos os músculos do meu corpo ficando tensos e rígidos. Eu confiei tanto nele, eu achei que poderia confiar, quando na verdade ele era só um homem como qualquer todos os outros, sem caracter nenhum. Começo a andar de um lado para o outro, tentando colocar minha cabeça no lugar e eu sinto as mãos da minha amiga nos meus ombros.

- Se acalma, pelo bebê - Ela pede me olhando - Você não pode ficar tensa.

- Ele deve ter levado a faca para a casa dele - Falo baixinho.

- O quê?

Passo pela minha melhor amiga e pego a minha blusa de frio, vestindo em instantes antes de sair rapidamente para o escritório. Não posso contar com a ajuda da polícia, não posso contar com a ajuda da perícia, mas se eu provar que ele está com a faca, eu consigo provar que ele estava naquele dia.