War of hearts (Malila)

67.

Pov Marília

Acordo com o vento gelado da manhã batendo contra as minhas costas, fazendo eu resmungar irritada por ter esquecido de fechar a janela no dia anterior. Assim que eu olho para frente, vejo Maraisa ainda dormindo, totalmente virada para mim e com nosso pequeno abraçado com seu corpo, quase desaparecendo pela coberta. Não consigo deixar de sorrir, já que desde que o Léo é recém-nascido, os dois dormem assim.

Quando voltamos da delegacia ontem, Léo grudou em nós duas de uma forma, que até quando colocamos ele para dormir no seu quarto, ele começou a chorar no seu berço, chegando a vomitar com medo de dormir e quando acordar uma das duas não estar em casa.

Olho para o relógio na cômoda ao lado da cama e vejo que está perto das onze da manhã, como fazia tempos que não dormíamos assim.

Depois do momento de ontem, saiu um peso enorme das minhas costas, por estar me sentindo segura agora, por saber que está tudo bem e especialmente por ver a minha esposa calma e relaxada, algo que eu não via faz dias e dias.

- Mamãe... - Léo resmunga abraçando mais a minha esposa, ainda dormindo.

Vejo minha mulher acordando aos poucos e ela deixa um beijo na cabeça do pequeno, antes de ver que eu já estou acordada.

- Oi, meu amor... - Ela fala com a voz totalmente rouca - Bom dia.

- Oi, minha vida...

Minha esposa se levanta um pouco e deixa um selinho na minha boca, despertando o pequeno que estava abraçado com ela. Léo senta na cama irritado, por ter sido acordado tão cedo e ele coça os olhinhos, resmungando com a chupeta na boca.

- Bom dia, Léo - Maraisa fala beijando a bochecha do pequeno.

- Saí, mamãe - Ele reclama ainda de olhos fechados.

- Sua personalidade, Carla Maraisa - Falo rindo - Ele é igual a você.

- Vocês precisam parar de falar isso.

Léo coça os olhinhos e se aproxima de mim, colocando a mão sobre meu seio, mostrando que ele está com fome. Depois do acidente o leite que eu produzia secou totalmente e eu já tinha me acostumado com essa ideia, mas o Léo não, o que me deixa triste, porque ele quer algo que eu não posso oferecer.

- Léo, você já está grandinho - Explico para ele - Não toma mais tetê, agora você é grande e come comida de verdade.

- Tetê, mamãe...

- Mara... - Chamo a minha esposa.

- A mamãe Mara ia fazer um bolo - Maraisa fala levantando da cama - Mas ela queria fazer com o leãozinho dela.

Quando ela fala isso, Léo vira sua atenção para minha esposa, esquecendo totalmente do que ele queria a cinco segundos atrás.

- O Léo, mamãe? - Ele pergunta ficando em pé na cama - Leva o Léo, mamãe.

- A mamãe leva - Maraisa pega o pequeno no colo e gira ele no ar, arrancando uma risada da sua boca - Quer com morango ou banana?

- Molango - Ele fala animado.

- Então vamos fazer de morango, com bastante, bastante e bastante chocolate.

- Maraisa... - Chamo a sua atenção - Muito chocolate faz mal.

Os dois me olha e me ignoram totalmente, não demorando muito para os dois irem para a cozinha animados. Como eu sentia falta das minhas manhãs assim. Levanto da cama e coloco meu roupão por cima da camisola, mas quando vou descer para ficar com os dois amores da minha vida, meu celular começa a tocar.