Oh, we're halfway there
Oh, oh, living on a prayer
Take my hand, we'll make it, I swear
Oh, oh, living on a prayerBon Jovi, “Living on a prayer”
O sol filtra, seu brilho intenso de começo de manhã por entre os galhos de uma árvore, atingindo o rosto pálido e salpicado de sardas de Yuri Chuchukov. Ele não diz nada, mas seus olhos irradiam um sentimento que não combina com ele, mas que não sei dizer o que é.
— O que foi? — pergunto, me pondo ao seu lado.
Ele olha para o alto, se vira pra mim; sorri com uma pequena sombra de tristeza.
— Não, nada — responde.
Sei que não é verdade. Não tenho o dom de ler pensamentos, mas consigo entender um pouco a linguagem corporal das pessoas e sei quando alguém está triste. O olhar baixo, a respiração compassada, dizem muita coisa.
— Achei que uma qualidade dos russos fosse a sinceridade — brinco, com um leve tom de ironia.
O ruivo me encara.
— Russos são sinceros — enfatiza.
— Então, é uma qualidade que você não tem. Se fosse, me diria porque está triste.
— Não estou triste, Danielle. Só quero ficar um pouco sozinho, no meu canto.
— Então, veio num péssimo lugar. Se não reparou, têm mais pessoas aqui.
— Na maior parte do tempo, nos sentimos sozinhos mesmo quando estamos cercados de pessoas.
Medito por efêmeros segundos sobre essas palavras. Ele tem razão.
— Então, é assim que se sente? E gosta de se sentir assim? — o desafio.
Yuri suspira, entediado. Ser confrontado por uma garota lhe parece mais difícil de suportar do que a pressão que carrega para sempre se manter em forma, dentro do peso e com a flexibilidade em dia.
— Ninguém gosta de se sentir sozinho. As pessoas podem pensar o contrário, mas também tenho um lado humano — sua voz sai quase como um desabafo.
Mordo o lábio inferior. Por um momento, penso que não estou no caminho certo, e que tentar conhecer o lado humano de que Yuri fala, preciso ser cautelosa.
— Você sempre se sentirá sozinho enquanto achar que as pessoas não são boas o bastante pra estarem perto de ti — falo sem pensar.
Como que atingido por um golpe, o russo vira todo o seu corpo para mim; me olha dos pés à cabeça, incrédulo, seus lábios se movem nervosamente, a veia de seu pescoço pulsa.
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Princesa de Cristal
Teen FictionA dança expressa o que o coração sente. Danielle sempre sonhou ser bailarina, e aos quinze anos de idade, é considerada um prodígio. Como filha da lendária Françoise Shushunova, Danny atrai para si os holofotes quando dança e irradia um...