Take, just one last dare
Pretend you don't care
Till twilight falls
Wait, is someone else here?
And I can't stop my tears
I've never been so scaredThe Birthday Massacre, Lover's end
As meninas estão demorando. Faz quase vinte minutos que voltei da cantina, e nenhuma delas apareceu enquanto eu me trocava no vestiário.
Como fui a primeira a entrar na sala, aproveitei o tempo para me alongar um pouco enquanto ouvia uma playlist de músicas clássicas pelo fone bluetooth.
Devem estar se trocando ainda. Ou só dando um tempo conversando sobre tudo um pouco no vestiário, menos sobre balé.
Me sento com as pernas abertas para os lados, respirando longa e lentamente para que a sensação de dor nos músculos das virilhas me deixe, inclino meu corpo para frente até tocar meu peito no chão. Fecho os olhos. Relaxo.
Fico assim por cinco minutos. Nesse tempo, minha mente se esvazia de tudo.
Então fico em pé e tiro minhas botas de aquecimento, andando até uma distância de quase dois metros do espelho, onde vejo que valeu a pena o dia inteiro que passei ontem na praia. Eu estou com uma cor linda, do tipo que faria a Stefany ficar de queixo caído.
Luna disse ontem que eu fiquei diferente. Quando a questionei o que esse diferente queria dizer, ela respondeu que eu não pareço mais uma vampira da Transilvânia, mas uma brasileira. As outras concordaram e fiquei sem saber se euentendia as palavras dela como um elogio ou se me ressentia.
Elas também voltaram com cores lindas. Tiffany ganhou um tom de rosa mais acentuado nas bochechas, Luna ficou mais morena, assim como a Kauane, que estava eufórica porque começou a trocar mensagens com um cara que conheceu e que a Roberta afirmou ser um gato.
Como não tenho tempo a perder com devaneios e essa semana promete ser puxada, respiro profundamente e giro uma bateria de trinta e dois fouettés en tournant. Mas elas não saem a meu contento, porque posso ver pelo espelho (mesmo minha imagem parecendo um borrão) que na parte final do exercício meu corpo sai do eixo.
— Merda! — ando um passo enquanto esfrego minhas têmporas a fim de me acalmar e ao mesmo tempo buscar mais concentração.
Respiro novamente, tirando o collant da minha bunda.
Sete. Oito.
À medida que giro fazendo minha perna cortar o ar como um chicote, todas as distrações se dissipam na minha mente. A única coisa que digo a mim mesma é vai, você consegue.
Basta meu corpo sair um pouco do eixo e meu pé de base quicar para a esquerda para eu reaprender a dura lição de que não adianta só concentração se corpo e mente não estiverem harmonizados. Mesmo assim, continuo girando, até que vejo a imagem desfocada de Olga entrando na sala e batendo a porta, provocando meu desequilíbrio.
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Princesa de Cristal
Ficção AdolescenteA dança expressa o que o coração sente. Danielle sempre sonhou ser bailarina, e aos quinze anos de idade, é considerada um prodígio. Como filha da lendária Françoise Shushunova, Danny atrai para si os holofotes quando dança e irradia um...