🔹Capitulo VII🔹

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𓁧 Ísis 𓁧

— Certo, me explique que diabos foi aquilo na praça — Guilherme diz bloqueando a porta de um armário no museu.

— Em resumo, todos tem uma aura para ser identificados e ela é notada através do cheiro exalado. Depois de toda a história de ser libertada eu não imaginei que Seth já estaria pronto para soltar seus demônios assim bem sobre a luz de Rá.

— Ok e aquela coisa dos reencarnados? — o nervosismo começa a tomar conta do loiro.

Vamos voltar a parte do humano dando chilique. Por que Jahi? Tanta gente para reencarnar...

— Você é o avatar de Osíris, Gustavo o de Horus, Felipe é o avatar de Ammit, sua irmã mais velha é a avatar de Sekhmet, Anna é avatar de Rá, Giovanna é a avatar de Seth e aquela garota que é amiga da sua irmã é avatar de Anubis.

— Ai meu deus, uma daquelas coisas vai atrás da minha família?! — ele agarra os cabelos já tomado pelo pânico.

— Não! Você é o único senhor do Nilo marcado, não tem como eles farejarem senhores não consagrados, nem mesmo os deuses podem reconhecer sem olhar nos olhos dos reencarnados — tento acalmá-lo, mas ele não para de caminhar de um lado para o outro em um estado preocupante. — Só precisamos de um plano de ação e eu já tenho um. Calma.

— Eu acho que estou tendo um ataque de pânico — Guilherme começa a hiperventilar e eu posso ver em seu rosto a mesma agonia que me corroía na caixa metalizada.

Sem pensar minhas mãos vão até seu rosto o fazendo olhar em meus olhos.

— Ei, calma, eu prometi te proteger, não foi? Vou cumprir minha palavra e vou proteger sua família. Respire comigo.

Seus olhos castanhos brilhavam com lágrimas que não caem e sua respiração pesada luta para se normalizar. O coitado está aterrorizado, o que me deixa duas vezes mais nervosa com tudo. Quando eu o ameacei sobre monstros depois de me libertar eu estava blefando, eu não imaginei tal coisa acontecendo, eu nunca quis te machucar ou pôr em perigo. Eu fui ingênua de achar que o desgraçado do Seth me deixaria livre sem consequências.

— O que faremos agora? — ele questiona com sua respiração um pouco mais normal.

— Fica calmo e me deixe ver quão grave está a situação.

Minhas mãos tremem levemente quando deixo a doce sensação da magia fluir, ela não está tão poderosa graças ao desuso do confinamento, mas com um pensamento um papiro encantado surge em meio a escuridão do armário de limpeza.

Oito luzes brilham cada uma demarcando um tipo de monstro do Duat. Santo Nilo, ele libertou a Aljhanamia, a maior horda de monstros criados no submundo para atormentar qualquer ser, monstros cruéis e letais que matam em um piscar de olhos humanos indefesos e que facilmente trariam o caos ao equilíbrio do cosmo.

— Um papiro? O que são essas coisas? — Guilherme aponta para oito pontos brilhantes no papiro.

— Os oito pontos de luzes são a horda de monstros do Duat. São monstros de Seth altamente letais. Estão nos caçando.

— Então aquela coisa que você matou era uma dessas coisas?

— O menos perigoso.

— O que? — ele diz exasperado.

— Aquele era um Abnawashi, são criaturas semelhantes a um chacal, mas com uma velocidade muito maior ao do animal em si. Temos que nos preocupar com os pontos preto, vermelho e laranja, são os mais brutais e difíceis de lidar até mesmo para os deuses.

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