Papais [ 05 ]

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Estava me dando dor de cabeça em ver todos aqueles papéis, tinha já se passado 3 horas desde que comecei a organizar aquelas folhas empoeiradas.

O curioso daquilo era que as pessoas que estavam trabalhando em tais cargos não aparentavam ser velhas já que suas datas de nascimento nunca passavam 1993 e 1999.

Nenhuma pessoa citada nas descrições de cada papel parecia que habitava a ilha ou que eu já tenha visto fora, tinha pessoas ali que eram do Brasil inclusive, muitas eram de outros países. Sinto que essas pessoas aceitaram este emprego ou proposta achando que iria ganhar ou ter uma vida melhor, mas talvez tiveram o pior, ou não, não faço a mínima ideia.

Eu estava acabando meu trabalho, faltava menos de 5 papéis, pelo o pouco que contei tinha mais ou menos 100 papéis de fichas pessoais.

Separei as caixas por Validade, Idade e Cargos. Na caixa de cargos eu fiz separando cada pilha com um papel em branco com minha escrita falando cada cargo que estava separado.

Não sei se era isso que tinha que fazer mas com as poucas informações que tinha vi que algumas idades eram ultrapassadas e algumas validades já haviam vencido, então imagino que essas duas caixas vão ser descartadas e a de Cargos não.

Em tantos pensamentos eu nem havia percebido que estava no último papel, finalmente.

Só que tinha algo diferente, o papel não estava sujo ou tão empoeirado, ele estava até que limpo, parecia novo, recém colocado ali.

Começo a ler as informações e sinto que conhecia aquela pessoa, então observo a foto, aquela foto.. Era o menino de mais cedo! O nome dele era Wilbur, que nome familiar..

( Eu ia fazer uma ficha desenhada mas desisti depois de perceber que ia ser difícil KKK )

Tento me lembrar de onde havia visto ou escutado aquele nome mas não me lembrava de nada por enquanto, mas eu tinha certeza que já ouvi sobre.

Anoto as informações daquele garoto em minha mente para depois passar a limpo em meu diário, mas isso depois que eu dizer a Cucurucho que está tudo certo.

Largo o papel de Wilbur na caixa de cargos e me espreguiço logo em seguida, dando um suspiro longo e cansado, eu tinha que dormir, não estava mais aguentando, o sono estava me consumindo aos poucos.

Depois de me espreguiçar e espirrar duas vezes seguidas vou em direção ao escritório de Cucurucho, fico em frente a sua porta e bato algumas vezes até a mesma ser aberta.

- Terminou? - Diz ele com sua voz estendida, olho pro mesmo que estava com as pernas cruzadas em cima da mesa e escorado em sua cadeira.

- Sim. - Digo de forma seca, ele revira os olhos e em seguida me encara entediado. - Vou ir descansar em casa, boa noite. - Digo saindo do seu escritório, ouço apenas seu boa noite abafado quando a porta se fecha atrás de mim.

Vou em direção ao mini corredor que dava para a saída e percebo que dessa vez havia poucas pessoas na sala de reunião, bem poucas, umas 5 no mínimo.

Desacelero meu passo para tentar ouvir algo, mas o que ouço são apenas vozes abafadas e difíceis de mais para entender, mas me esforço ao máximo para tentar absorver no mínimo que seja, uma informação.

- Não acho que seja ele....Qjijsns... Talvez o garoto d.....ksojeji.... - Diz alguém lá dentro, a voz era alta e confiante por isso dava para se ouvir um pouco, mas ele abaixa o fim dificultando em certos momentos.

Me teleporto para o escritório de fachada, passo por ele e pelas portas em seguida, chegando finalmente a saída.

Que saudades do cheiro da floresta, cheiro de natureza, cheiro de terra molhada, estava chovendo fraco.

Problemas [ Guapoduo? ]Onde histórias criam vida. Descubra agora