13 - Eu era apaixonada por você

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É quase uma tortura ter de voltar para esta faculdade, principalmente após a viagem que decidi fazer após a virada de ano

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É quase uma tortura ter de voltar para esta faculdade, principalmente após a viagem que decidi fazer após a virada de ano. Saí sem avisar ninguém, pois queria aliviar o estresse acumulado que adquiri durante o Natal e o Réveillon, por conta da minha prima.

Inclusive, pelo bem da minha saúde mental, foi a melhor escolha que fiz.

Agora, após dois meses distante da família e de todos que conheço, estou de volta. Passei janeiro e fevereiro em Salvador, na Bahia, onde aproveitei o Carnaval como se fosse o último da minha vida. Só espero não ter deixado nenhum filho para trás.

O único problema foi ter ouvido horrores da minha família, que ficou bastante preocupada com meu sumiço, apesar de momentâneo e repentino. Já estavam querendo contratar um detetive e tudo mais, sendo que não desapareci nem por 24 horas.

Mas tudo deu certo no fim. O problema é que o tempo passa e agora estou aqui, sentado, encarando os estudantes de outros cursos andando pelo pátio da universidade. Definitivamente, estava sendo consumido pelo tédio quando senti meu celular vibrar no bolso.

Jonas: Já chegou?

Lucca: Sim, estou aqui. Não vai vir? As aulas de Educação Física também não começam hoje?

Jonas: Estou na sala do apartamento da sua prima, esperando-a sair do banho.

Lucca: Amanhã vocês chegam, então.

Respondo ao meu amigo e bloqueio o celular. Desde o Réveillon, os dois começaram a sair. Pelo que ele me explicou, ainda não existe nada sério entre os dois, já que, após o Réveillon, toda a ousadia de Eloá simplesmente evaporou.

Tio Márcio estava certo, ela estava em um momento de surto naquele dia. Mas ainda bem que esses dois não são problemas meus. Cuidei dela quando precisou durante o Réveillon e não se passou disso. Agora que está com a cabeça no lugar, Eloá que se vire com seu namoradinho.

Por fim, resolvi percorrer os corredores da faculdade, em busca da sala em que terei a aula inaugural. Esbarro com as mesmas pessoas de sempre, com exceção de uma mulher alta e ruiva.

Ela estava vestindo um terninho social e salto alto, óculos de grau, além de estar com um coque preso com um lápis de escrever no topo da cabeça. Seus lábios eram quase tão vermelhos quanto seu cabelo, o que me fez até mesmo perder a compostura. Nas mãos, algumas folhas de papel preenchidas com sabe-se lá o que.

A mulher percebe que está sendo encarada e dá um sorriso ladino.

— Você deve ser o... — Passa o dedo pelo papel. — Lucca Oliveira. Acertei? — Me encara com aqueles olhos azuis e eu assinto, curioso para entender que lista é essa.

— Quero entender algumas coisas. — Falo em tom sedutor e ela me encara segurando o riso. — O que uma mulher tão maravilhosa como você está fazendo aqui e como já sabe o meu nome?

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