Eles são primos, mas ela sempre teve segundas intenções. Ele nunca soube, então nunca se importou em poupá-la de suas experiências. Ela não aguentou mais e transformou o sentimento bom em ódio e mágoa.
O tempo passou e as coisas voltaram a mudar qu...
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Dois dias haviam se passado. Dois dias terríveis. Jonas estava exausto, pois não sabia o que fazer. O silêncio de Eloá era dolorosamente profundo. As coisas estavam indo bem entre o casal. Será que ela realmente tinha que se rebelar contra a mãe dele?
Foi então que ele parou para refletir. Todos os términos de relacionamento que teve durante a vida haviam sido motivados pela mãe. Dona Célia era obstinada e reprovava todas, absolutamente todas, as namoradas do filho. Jonas, por sua vez, decidiu confrontá-la.
A surpresa veio quando a mulher informou que ele havia sido prometido a uma prima de segundo grau antes mesmo de nascer, para manter o dinheiro da família intacta. Não que Jonas achasse a garota feia, ou que se importasse com o parentesco entre eles, mas gostava de ter seu direito de escolha. Achou absurdo a mãe ter sido tão dura durante tantos anos por conta de um acordo que parecia coisa da era colonial.
Resumidamente: eles brigaram. E não foi uma briga qualquer.
A situação foi tão séria que Dona Célia decidiu que se o filho não fosse capaz de seguir suas ordens, ele também não poderia viver no apartamento que ela lhe havia dado de presente quando completou 18 anos. Ou seja, basicamente, o expulsou do lugar, de mala e cuia, fazendo com que Jonas simplesmente não tivesse para onde ir.
Quer dizer, ele tinha exatamente um lugar para ir. Precisava conversar com Eloá, afinal, as coisas não estavam bem resolvidas entre os dois. Ainda eram namorados e, em relacionamentos, os parceiros se apoiam, principalmente nos momentos difíceis.
Pelo menos teve tempo para reunir algumas coisas. Colocou as roupas principais, celular e notebook em uma mala e pôs tudo no carro. Antes da meia-noite, já estava em frente à porta do apartamento de Eloá.
Engoliu em seco devido ao nervosismo e tocou a campainha. Não demorou para ser atendido, mas se surpreendeu com a cena. A namorada estava com uma lingerie extremamente sexy e uma taça de vinho nas mãos. Até arregalou os olhos ao vê-lo com os pertences no corredor.
— Estava esperando alguém, Eloá? — Jonas examinou o corpo da garota de cima a baixo, observando a seda vermelha e curta que cobria apenas algumas partes de seu corpo.
Com o olhar constrangido, Eloá aparentava pensar no que responder, mas Jonas sequer percebeu, pois estava perdido demais nas curvas dela. A garota, mais nervosa do que nunca, agradeceu aos céus pela maioria dos homens, se não todos, pensar mais com a cabeça de baixo. Assim, ganhou tempo para elaborar algo, por mais absurdo que fosse.
— Estava fazendo umas fotos sensuais para ganhar um dinheiro extra. Quero investir em um empreendimento sem depender do dinheiro dos meus pais. — Ela falou com naturalidade e o garoto arregalou os olhos, surpreso. A Eloá que conhecia não era tão desinibida assim.
— Eu não admito que você faça uma coisa dessas, Eloá. Sério, mulher minha não faz isso. — Jonas respondeu aflito e Eloá deu espaço para que o rapaz entrasse no apartamento. Ela queria mesmo conversar sobre o relacionamento. Gostava dele, bastante até, mas depois da discussão com a sogra... sem contar aquela noite inesquecível ao lado de Lucca, não sabia se queria dar prosseguimento àquilo. O namoro jamais seria o mesmo. Pelo menos não da parte dela.
