O caos estava instaurado na minha família e todos estavam à beira do colapso. Eu, mais do que todos - e com razão, afinal, era para estar esperando minha linda noiva no altar, mas estava tentando imaginar qual destino Jonas poderia ter dado a Eloá.
Estávamos eu, tio Márcio, Mário e Lúcia no estacionamento do local da cerimônia, evitando qualquer assédio da mídia. Quando se espalhou o fato de que minha noiva havia sido sequestrada pelo ex-namorado, todos os repórteres presentes pareciam formigas desesperadas, andando sem rumo, em busca de qualquer informação oficial. Pelo menos foi o que me contaram. Nem ousei pisar no salão, senão jamais conseguiria sair de lá.
Também ignorei o fato de os policiais quererem me ouvir agora. Só poderiam estar brincando ao cogitar a possibilidade de a mínima parcela da minha atenção ser voltada para outra coisa que não fosse buscar por Eloá. Neste momento, estou tentando compreender o que ocorreu. Vou ouvir todo o relato de Lúcia. Já tio Márcio parece um assassino prestes a agir, enquanto Mário tenta acalmá-lo.
Lúcia fez questão de me afastar dos outros dois, o que me deixou apreensivo. Ela explicou que a conversa deveria ser "particular".
- Por que eles não podem saber? - Foi a primeira coisa que perguntei após caminharmos alguns metros.
Ao encará-la, percebo seus olhos inchados. Lúcia respira fundo e massageia as pálpebras.
- Há coisas que apenas contei à polícia, porque não queria alarmar os outros. - Ela afirma. - Inicialmente, Eloá reagiu, apesar da faca. Não partiu para cima dele, mas foi firme em suas palavras, desafiando Jonas. E me defendeu do início ao fim.
- Essa é minha garota. Protetora e leal a quem merece. - Sorrio. - E no que deu?
- Jonas disse que poderia passar o dia todo conversando conosco ali, caso não tivesse o tempo contado. Então deu duas opções: ou Eloá ia com ele, ou ele nos esfaquearia. Ela não quis arriscar. - Explica com lágrimas nos olhos. - Se eu não estivesse ali, talvez nossa prima pudesse ter reagido melhor... mas ela quis me proteger... - Lúcia começa a chorar.
Dou-lhe um abraço. Sinto meu coração apertado. Porra, Jonas teve a audácia de ameaçá-las de morte! Esse cara está longe de ser o rapaz que eu já considerei meu irmão um dia. Ele está completamente transtornado, desequilibrado. Precisa de ajuda para voltar ao mundo real.
De outra pessoa, porque se o vir na minha frente, mato-o sem pensar duas vezes.
- Essa merda teria acontecido independentemente de quem estivesse lá dentro, confie em mim. - Explico, tentando acalmá-la. Me afasto e observo seu rosto. - Eu vou virar essa porra de cidade de cabeça para baixo, mas vou encontrá-la. Fique tranquila.
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Segundas Intenções ✔️
RomansEles são primos, mas ela sempre teve segundas intenções. Ele nunca soube, então nunca se importou em poupá-la de suas experiências. Ela não aguentou mais e transformou o sentimento bom em ódio e mágoa. O tempo passou e as coisas voltaram a mudar qu...