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2008 18 de janeiro

Estou sentada, olhando tediosamente para o relógio no estúdio de música do meu pai. Ele disse que uma grande banda famosa fechou contrato com nosso estúdio. Isso certamente foi um milagre, pois meu pai está enfrentando muitas dívidas ultimamente. Aquela era a nossa chance de crescer.

Olho para o meu pai e vejo-o andar de um canto a outro da sala, bastante nervoso. É sufocante para mim vê-lo daquele jeito. Já faz uma hora e meia que estamos esperando por essa tal banda, e eu realmente não aguento mais ficar sentada ali. Eu já teria ido embora, mas meu pai disse que eu deveria estar ali para ajudá-lo.

—Pai, eles já estão bastante atrasados. Seria melhor marcar outro dia—falo olhando para meu pai, esperando que ele me mande embora.

—Não, não. Nós precisamos gravar essa música hoje—ele fala sentando-se e esfregando as mãos. Até que ouço uma batida na porta.

Meu pai vai até a porta para receber as pessoas, provavelmente os meninos da banda. Ajeito-me na cadeira para cumprimentá-los.

—A propósito, essa é minha filha. Ela vai ajudar vocês a gravarem a música.—Levanto-me, aceno com a cabeça para os rapazes e dou um sorrisinho educado. Pelo menos preciso agir como uma pessoa exemplar.

—Oi, me chamo Bill. Estes são Tom, Gustav e George. Tom é nosso guitarrista, Georg é nosso baixista e Gustav é nosso baterista.—Ele aponta para os rapazes, me apresentando cada um.

—Prazer em conhecê-los.—falo cumprimentando os rapazes.

Que tipo de banda famosa é essa que eu nunca ouvi falar? Pelo menos o guitarrista é bonitinho. Encaro-o e ele me encara de volta com um sorriso de canto no rosto.
CONTROLE-SE, HANNA. VOCÊ ESTÁ AQUI PARA TRABALHAR."

—Pode ficar à vontade para usar os instrumentos. Eu vou cuidar da parte do som—
Abro a porta da sala onde eles vão gravar as músicas e eles entram. Confesso que a sala está muito quente. Finalmente, escuto a voz de Tom.

—Você toca algum instrumento?—Ele pega a guitarra e começa a afinar as cordas.

—Toco praticamente tudo.—respondo ao garoto.

—Caramba, essa garota é talentosa!—Gustav brinca e eu dou uma gargalhada. Saio da sala e vou para a área externa para controlar o som. Consigo vê-los através do vidro. Até que eles começam a tocar. Procuro meu pai pelo estúdio, mas não o vejo. Provavelmente ele saiu e me deixou sozinha com quatro pessoas que acabei de conhecer. Que situação!

Desvio o olhar deles e vejo uma mensagem no meu celular. É a Kate, ela está vindo para o estúdio. Isso me alivia um pouco. Pelo menos não vou ficar sozinha.

Não consigo tirar os olhos do guitarrista. Ele é realmente muito bonito, aquele rosto fino com as dreads dão um toque especial à sua beleza. Se ele não fosse cliente do meu pai, com certeza me interessaria por ele.

Ele me encara e trocamos olhares. Rapidamente desvio meu olhar e vejo Kate entrando pela porta.

—Fala baixo, Porra—falo sussurrando, e ela se senta ao meu lado.

—Quem são esses?—ela pergunta sussurrando. Percebo que ela está com um cigarro nas mãos, pego-o e jogo no lixo, deixando-a confusa com minha atitude.

—Você não pode fumar agora.

—Por que?—ela pergunta.

—Esses caras são famosos,porra.Comporte-se enquanto eles gravam a música—falo cruzando os braços e relaxando minhas costas na cadeira.

—Entendi, nunca vi eles antes—ela sorri alto. Dou um tapa na coxa dela, o que a faz pular da cadeira. Bill nos encara e dá um sorrisinho. Que vergonha, certamente meu pai vai ficar cortar minha garganta por causa disso.

—A guitarra dele está um pouco desafinada—levanto da cadeira e paro a música. Bill fica confuso e Gustav e Georg trocam olhares. Entro na sala e vou até Tom.

—Você pode me emprestar?—falo apontando para a guitarra. Ele me entrega com uma expressão de estranheza. Começo a afinar a guitarra e a devolvo a ele.

—Ela estava um pouco desafinada.

—Não, não estava—ele me olha de cima a baixo. Sinceramente, não esperava essa resposta. Pelo menos um "obrigado" teria sido bom.

—Ahh... Sim, estava um pouco desafinada. Por isso você estava falhando no seu solo—ele me encara com um olhar cerrado. Parece que ele não gostou do que eu disse. Não era minha intenção ser rude. Talvez tenha soado assim. Olho ao redor e vejo Bill me encarando também. Ele tem uma expressão como se pensasse "Mana, sai daí".

—Ele odeia quando o corrigem—Georg fala do outro lado da sala.

—N...Não foi minha intenção, só queria ajudar—falo me afastando de Tom.

—Ok—ele responde friamente. Então saio da sala e eles retomam a música. Enquanto estou de costas, me sento novamente na cadeira, totalmente constrangida.

—O que aconteceu?—pergunta Kate.

—Tomei um fora só por dizer que a guitarra estava desafinada.

—Sério? Já vi que eles são daquele tipo de famosos chatos e insuportáveis—Kate fala revirando os olhos e fazendo uma cara de nojo.

[...]

Depois de horas e horas gravando e regravando, finalmente eles conseguiram gravar uma parte da música. Vejo que estão exaustos. Georg se joga em um dos sofás do estúdio e finalmente há silêncio no ambiente.

—As músicas de vocês são muito boas, sério. Você canta extremamente bem, Bill—falo sorrindo para ele e inclinando levemente minha cabeça para o lado.

—Oh, sério, muito obrigado—ele sorri de volta e se senta ao meu lado.Vejo Tom logo atrás de Bill, ele sempre é tão misterioso assim?

—Estou realmente com muita fome—Georg resmunga.

—Se vocês quiserem, posso ir comprar alguma coisa— Kate oferece.

—Nós também vamos com você—Georg e Gustav se levantam.

—Ok, então—Kate responde e os três saem pela porta e só ficamos eu, Bill e Tom.Tom mexe no celular dele, provavelmente custou uma grana.

—Enfim, o que você gosta de fazer?—Bill me pergunta tentando quebrar o silêncio.

—Ah, eu gosto de compor e tocar meus instrumentos. É pura terapia.

—Você poderia me mostrar uma composição sua?—Bill fala com entusiasmo. Por mais que esteja cansada, preciso que eles tenham uma boa impressão de mim. Quero fazer isso pelo meu pai. Eu queria dizer não.

—Sim, claro— pego a guitarra e começo a cantar e tocar a música que havia composto.

—Caralho, isso está muito bom! Por que você não publica?—Bill fala.

—Me falta dinheiro—falo esfregando meu polegar no meu indicador. Bill dá uma gargalhada e desvia seu olhar para Tom.

—Geralmente ele é calado assim mesmo?—pergunto a Bill em um sussurro.

—Ehh, sim—Bill olha para mim e depois disso a sala fica silenciosa. Ninguém fala nada. E aquele silêncio constrangedor volta a aterrorizar meus ouvidos.

......

CALL OUT MY NAME-Tom Kaulitz.(PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora