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— Ai, Lindy, por que você não vem comigo?— perguntei com um olhar decepcionado, segurando minha mala enquanto meu pai colocava a dele e a de Carl no porta-malas.

— Oh, meu amor, alguém precisa ficar de olho na sua casa— ela respondeu suavemente. Avancei e envolvi Lindy em um abraço apertado, sentindo o perfume amadeirado dela e a textura enrugada de sua pele roçando na minha buchecha.

— Tchau, Lindy— acenei enquanto caminhava em direção ao carro. Meu pai pegou minha mala e a colocou no porta-malas. Entrei no carro e fechei a porta. Meu pai sentou-se no banco do motorista e começou a dirigir, com Carl ao meu lado, quase pegando no sono. Olhei as horas no meu celular e vi que já eram 22h30. Aproveitei a oportunidade para fazer um comentário.

— Pai, já conversei com você sobre adiar meus compromissos— Carl rapidamente despertou e me encarou, fazendo um gesto com os braços para que eu não falasse sobre aquilo com meu pai. Provavelmente ele sabia que isso levaria a uma discussão.

— Ok, desculpe, mas agora já era — ele respondeu, olhando-me pelo retrovisor com um olhar opaco.

— Porra, você sempre pede desculpa e faz a mesma merda— falei com mais intensidade na voz, e dessa vez ele me olhou novamente pelo retrovisor.

— Quem você pensa que é? Eu mereço respeito, ainda sou seu pai, Hanna Musson!— ele grita, o que me assusta. Em seguida, desfere um soco na própria perna, deixando-me sem reação.

— "Sinto muito, eu..." — tento me desculpar, mas ele acelera o carro, e eu me seguro na cadeira enquanto Carl voa sobre mim na curva, seus óculos voam para a frente do carro,é um curto período de adrenalina.

— "Agora que eu morro" — diz Carl.

De longe finalmente, avisto o aeroporto, e o carro diminui a velocidade até parar. Meus cabelos estão todos bagunçados, e eu e Carl ainda estamos atordoados,consigo ver o medo estampado em cada canto do rosto de Carl,a tensão vai se desfazendo aos pouco dentro de mim.

— Nunca mais fale comigo assim, por mais que você seja maior de idade, eu sou seu pai, e sua carreira só tem sucesso por minha causa— ele diz, destravando o carro para que eu e Carl saiamos.

— E as malas?— pergunto.

— Elas virão depois— responde Carl, entrelaçando seu braço no meu e me levando para dentro do aeroporto.

— Hanna, não enfrente seu pai, eu ia morrer hoje, tá?— diz Carl, e eu dou uma gargalhada.

— Pura adrenalina.

O momento de conforto se desfaz quando vejo meu pai logo atrás de nós, nos ultrapassando. Eu o sigo para entrar no avião. Minha sorte é que meu assento fica ao lado de Carl e próximo à saída de emergência, o que significa que não preciso falar com ele durante toda a viagem. Agradeço por isso. Meu pai se senta na parte de trás do avião, garantindo que eu não precise interagir com ele. Carl se senta ao meu lado.

— Se essa porra cair, como vamos sobreviver?— pergunta Carl, e eu olho para ele, desconcertada.

— Cala a boca. Se cair, a culpa é totalmente sua— coloco minha cabeça no ombro de Carl e sinto o avião decolar,enquanto carl segura com força na poltrona do avião.

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CALL OUT MY NAME-Tom Kaulitz.(PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora