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Eu pego o cartão que abre a porta e o passo rapidamente pelo sensor, fazendo-a abrir imediatamente. Antes de olhar para cima, encaro os pés das pessoas que estão ali. Um homem está usando uma calça três vezes maior do que ele, com um tênis da Puma, enquanto a recepcionista veste um salto alto e outra mulher usa uma rasteirinha. Meu olhar percorre o corpo das pessoas, permitindo-me ver seus rostos.

Meus olhos se arregalam e meu coração dispara quando me deparo com Tom e Kate discutindo com Carl. Mesmo estando cansada, meu corpo entra em alerta imediatamente, como se eles fossem predadores. De repente, Kate desvia o olhar para mim, como se tomasse um choque de realidade.

—Hanna? — A voz de Tom soa mais madura e firme em meus ouvidos, embora ainda tenha um toque de adolescência. Coloco minhas mãos na porta, permanecendo em silêncio.

—Hanna, precisamos sair desse quarto — diz Carl, quebrando o silêncio.

—Por quê? — Desvio meu olhar para Carl, tentando ignorar minha ex-melhor amiga e minha antiga paixão adolescente. Uso minha visão periférica e vejo Kate cutucando Tom disfarçadamente, como se quisesse provocar alguma reação nele.

—Senhora, lamento muito, mas teremos que realocá-la dessa suíte. Este casal já fez uma reserva — diz a ruiva, colocando as mãos sobre a saia com uma postura elegante e apresentável.

—Isso não faz o menor sentido. Nós não vamos sair daqui, pagamos por esse quarto — diz Carl, enquanto seus gestos rápidos indicam a tensão e raiva que ele está sentindo.

—Meu esposo e eu reservamos esse quarto e ele é nosso! — Kate eleva sua voz ao mencionar "esposo", como se quisesse me provocar. Sinto suas palavras sendo cuspidas em meu rosto, trazendo flashes do dia em que ela revelou a traição de Tom Kaulitz. As emoções passadas tomam conta de mim, desencadeando uma explosão. A raiva me consome, minhas orelhas ficam quentes e vermelhas, meus olhos fervem, e palavras de baixo calão começam a se formar em meus lábios. Tudo o que eu queria ter dito anos atrás parece vir à tona.

—Escuta aqui, sua... sua... puta! Eu não vou sair desse maldito quarto. Vai se foder, Kate. Que humilhante da sua parte! — Grito, confrontando Kate, levantando minha cabeça e aproximando meu rosto do dela, quase encostando nossos lábios.

Meu corpo se movimenta rapidamente quando Carl me puxa bruscamente para trás, deixando meu braço vermelho.

—Amor... — Kate fala, forçando lágrimas, mas sinto a falsidade escorrendo. Tudo isso para manchar minha imagem. Ela se aninha no peito de Tom, e ele a envolve com os braços.

—Droga, garota, você é louca! Procure ajuda, seu lixo! — As palavras de Tom me atingem, a raiva ainda me domina. Puxo meu braço de Carl e aponto o dedo no rosto de Tom, fazendo-o se assustar.

Vejo Tom soltar Kate de seus braços, fazendo-a parecer frágil. Ele se aproxima e mantém uma postura rígida. O homem que antes estava impassível agora transborda ódio, tornando o ambiente tenso ao nosso redor.

— Saia da frente, eu vou entrar nesse quarto agora. Eu paguei,ele é meu — diz Tom com voz firme, fazendo meu corpo estremecer. No entanto, não recuo e continuo bloqueando a porta.

— Hanna, vamos embora, vamos evitar essas brigas — diz Carl, entrando no quarto e jogando meus sapatos na minha direção para que eu os calce.

Tom, Tom, como sempre um covarde. Mas agora vejo que você tem dona. Será que se ela mandar você latir, você late? — cruzo os braços e me ergo ainda mais, mantendo-me no mesmo nível de superioridade de Tom, soltando uma risada nasal de deboche.

— A cadela aqui é você. Agora sai da minha frente — ele passa por mim me empurrando e fazendo com que eu tropece pra trás,abrindo caminho para Kate. O olhar mortal de Tom fica gravado em minha mente. Eu desejava espancar os dois até minha raiva ser totalmente consumida, mas preciso me controlar, mostrar um lado mais digno e não expor essa minha frustração. Minhas unhas perfuram minhas mãos, deixando marcas.

— Não precisamos de toda essa briga. Seu quarto está logo ali — a recepcionista aponta para o quarto ao lado do de Tom, entregando-me a ficha. Puxo a ficha de sua mão com rudeza e adentro o quarto com os olhos flamejantes. Carl entra e fecha a porta.

—Que ódio,Eu odeio a Alemanha—Eu falo me sentando na cama,com os braços cruzados,e agora lágrimas de raiva se acumulam nas bordas dos meus olhos.

—Isso foi muito inusitado.

—Se não fosse,aquele velho—As lágrimas escorrem do meu rosto,a raiva começa a controlar meu corpo e eu começo a tremer,sinto a ansiedade se espalhar por cada extremidade do meu corpo,sinto o ar e se esvaziando do meu pulmão e minha respiração fica pesada e difícil fazendo com que meu peito desça e suba rapidamente.

—Hanna não,Controle-se—Carl vem até onde eu estou,com passos apressados,é visível a preocupação que ele sente por mim.

—Não consigo eu não consigo mais—Falo,carl segura minhas mãos e deixa elas presas nas suas como se suas mãos fossem correntes,eu tento afastar ele de mim com empurrões mas é inútil ele é forte demais.
Ele coloca sua força sobre mim fazendo meu corpo cair na cama, ele se deita ao meu lado passando suas mãos por minhas costas e colocando seu queixo em cima da minha cabeça enquanto estamos deitados,sinto-me desabando emocionante em seus braços,toda a raiva que eu tinha reprimido a anos atrás veio em um turbilhão de sentimentos,me fazendo perder o controle.

—Hanna seu coração ainda pertence a ele.

CALL OUT MY NAME-Tom Kaulitz.(PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora