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Enquanto me sento no jardim, observo as câmeras sendo recolhidas. O suor escorre pelo meu pescoço e ainda estou ofegante. Depois de tantos ensaios, erros, gravações e refilmagens, pelo menos uma parte do clipe estava feita. Desvio meu olhar para a parte interna da coxa, toda machucada e irritada devido à roupa apertada. Minhas axilas estão vermelhas por causa daquele maldito corset vermelho com uma minissaia preta que deixa minha bunda inteira à mostra. Nem se eu quisesse respirar direito teria chance com aquela roupa.

— Mana, estava lindo! Você arrasou! — Carl se aproxima de mim, batendo palmas com orgulho e felicidade. Por um breve momento, o desconforto que eu sentia se transforma em alegria ao ver a energia contagiante de Carl. Ele costumava ser insuportável, mas depois de um tempo, ele se tornou meu melhor amigo. Jack perdeu seu melhor amigo, esse eu não devolvo.

— Eu sei. — Falo, jogando um beijinho para Carl com a mão.

— Aff, é por isso que não gosto de te elogiar. Você se convence demais. — Ele diz, estendendo a mão para me ajudar a levantar. Eu seguro sua mão e me levanto com um impulso.

— Vai se foder, Carl.

— Tenho uma notícia que você não vai gostar tanto. — Ele fala enquanto abre a porta da casa para que eu entre. Lá dentro, está minha elegante e confortável sala de estar, com dois sofás brancos e uma mesa de centro. Em cima da mesinha, há um pequeno cacto e algumas revistas. Vou até o sofá e me jogo nele, aliviada.

— Desembucha logo — Falo relaxando minhas costas no sofá.

— Vamos ter que ir para a Alemanha hoje mesmo — Carl fala.

— E não era só semana que vem? — Falo com uma expressão duvidosa em meu rosto, quando a voz do meu pai interrompe.

—Era,Porém não to indo so pra Alemanha por sua turnê,mais nós temos famílias lá esqueceu Hanna?—Sim eu tinha me esquecido ate por que a parte da familia do meu pai começou a ligar pra nós so quando ficamos ricos.

—Ah,ok.

—Quero sua mala pronta,antes das 22h00 da noite,vamos embarcar de 00:00 esteja pronta até lá—Meu pai fala com seu tom de soberba na voz,depois que adquirimos mais poder aquisitivo e a perda da minha mãe,meu pai ficou uma pessoa muito carrancuda e egocêntrica,mal falo com ele,ate por que não quero surtar,denovo.

Enfim era isso—Carl fala e ele consegue perceber a expressão de odio que se forma em meu rosto,pressiono os lábios com força pra não falar nada de ruim direcionado a meu pai meus punhos estão cerrados pra conter as palavras que estavam na ponta da minha língua.

—Vou,arrumar as malas—Falo cortando minhas palavras com ar de tão secas que saem da minha boca,levanto e caminho até meu quarto arrastando meus pés,vou ate o guarda roupa e jogo minha mala no chão colocando roupas sobre ela,com toda raivaz

—Hanna...—Lindy fala com sua voz serena como sempre,ela vem ate mim e começa a colocar roupas na mala.

—Eu realmente não entendo esse homem,ele quer me esgotar Lindy,ele sempre faz isso ele sabe que eu tô cansanda e continua arrumando mais trabalho—Falo enquanto meus olhos começam a arder com lágrimas,sinto saudade do meu pai carinhoso e gentil de antigamente,hoje em dia ele me trata como uma fábrica de dinheiro,como se eu não merecesse descanso.

—Seu pai pode ser ranzinza as vezes,mas isso é a forma dele lhe dar com os sentimentos—Lindy Fala ainda dobrando e colocando roupas na mala gentilmente,enquanto eu vou socando qualquer roupa que vejo pela frente.

—Então que ele aprenda a lidar melhor com seus sentimentos,por que eu estou a ponto de surtar.

Vai dar tudo certo,talvez coisas muito boas aconteçam nessa viagem,to sentindo que vai rolar muitas coisas boas,é pressentimento—Ela fala dando um sorriso de canto e uma piscadinha,aquilo me alivia fazendo minhas lágrimas desaparecerem,é por isso que amo Lindy,por que ela sempre consegue me ajudar em tudo.

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CALL OUT MY NAME-Tom Kaulitz.(PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora