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—O quarto estava mergulhado na penumbra quando Tom me chamou para deitar ao seu lado na cama. Caminhei até lá e me acomodei, sentindo seus braços envolverem meu corpo, emanando um calor reconfortante. A proximidade física e o toque suave de sua pele contra a minha despertavam uma sensação de tranquilidade.

—Como foi a conversa?—Tom perguntou, sua voz suave e reconfortante ecoando no quarto. Deitada sobre seu peito, coloquei minha cabeça ali, aproveitando a calma que ele me transmitia. Ele começou a acariciar meus cabelos, movimentos lentos e suaves que me faziam relaxar completamente. Meus olhos começaram a se fechar lentamente, e acabei adormecendo, embalada pelo afeto e segurança que sentia ao seu lado.

[...]

A luz do sol invadiu o quarto, fazendo com que eu acordasse lentamente. Com um sorriso no rosto e os lençóis macios abafando minha respiração, sentei-me na cama, ainda sonolenta, coçando os olhos. Peguei meu celular que estava no bolso e percebi que já eram quatro da tarde. A realidade do dia me atingiu e meu corpo despertou instantaneamente.

Desci as escadas e encontrei Bill na sala, concentrado em analisar um papel e fazer anotações. Ele sequer desviou o olhar ao me cumprimentar:

—Até que enfim a madame acordou—ele disse, mantendo a atenção em seu trabalho.

—Bill, onde está o Tom?—perguntei, esperando ansiosamente por uma resposta. Ele olhou para a parede por um instante e desviou o olhar para o chão antes de responder:

—Bem, ele saiu.

—E a Kate?—perguntei novamente, sentindo uma pontada de preocupação. Bill evitou meu olhar e respondeu de forma evasiva:

—Ela saiu também.

—Então sinto lhe informar,você vai ficar sozinho agora,preciso ir urgentemente.

Rapidamente me dirigi à porta, mas antes que eu saísse, Bill interrompeu meus planos com sua voz.

—Amanhã é o aniversário do Tom. Tenho certeza de que ele ficaria feliz se você fosse vinhesse—sugeriu ele. Aquelas palavras ecoaram em minha mente, despertando sentimentos contraditórios dentro de mim.

—Sério? Ok, eu irei—concordei, me afastando e caminhando em direção à porta. Parecia que eu teria que voltar para casa a pé.

Enquanto caminhava, senti meu celular vibrar no bolso. Tirei-o e vi mensagens da minha mãe: "Precisamos conversar." Uma fisgada de apreensão e curiosidade percorreu meu peito. Por que minha mãe queria conversar comigo? Guardei o celular e continuei meu trajeto, sentindo a brisa suave da tarde acariciar meu rosto, transmitindo uma sensação de paz. Mesmo com a mensagem de minha mãe, eu conseguia manter uma certa calma.

[...]

Com o coração apertado, me aproximei da porta e a abri lentamente, revelando a cena de meus pais sentados à mesa. Fechei a porta com cuidado para evitar fazer barulho, e logo senti uma tensão pairando no ar. Meu pai chamou-me para me juntar a eles, usando sua voz grave e firme que sempre me causava calafrios, especialmente quando sabia que não seria uma conversa fácil.

—Hanna, você sabe que eu não gosto de enrolar, então vou direto ao ponto—começou meu pai, fazendo-me engolir em seco. Sempre que me chamavam para conversar dessa forma, eu sabia que não seria uma boa notícia.

—Filha, os gêmeos terminaram a música deles e conseguimos lucrar bastante—continuou ele, enquanto meus olhos passavam de minha mãe para meu pai, tentando entender onde aquela conversa estava me levando.

—Mas não estamos atraindo muitos clientes. Por isso, decidi que vamos nos mudar para os Estados Unidos. Iremos viajar amanhã mesmo—declarou ele, e as palavras caíram sobre mim como um trovão, ecoando em minha mente.

—Como?—consegui balbuciar, minha voz trêmula. Eu simplesmente não conseguia acreditar no que estava ouvindo. Minha respiração se tornou mais ofegante e senti minha garganta se fechar.

—Eu sei que você estava construindo coisas aqui, e sinto muito, mas é necessário para o bem da nossa família. Sinto muito, Hanna—disse minha mãe.As lágrimas começaram a escorrer livremente pelo meu rosto, e eu soluçava. Agora, minha mente voltava a Tom. Justo quando eu começava a gostar de alguém, as coisas desmoronavam. Parecia que o destino não estava ao meu lado quando se tratava de amor.

A mão de meu pai tocou suavemente meu ombro, demonstrando empatia, mas eu não conseguia conter meu choro. Coloquei as mãos sobre o rosto, tentando conter as lágrimas que continuavam a escorrer.

—As passagens já estão pagas. Amanhã, às 3h40 da manhã, sua mãe já arrumou nossas malas. Por favor, entenda—disse meu pai, saindo da mesa e indo em direção ao quarto.

—O que vou dizer a Tom?—perguntei entre soluços.

—Você vai encontrar uma forma de dizer. Você vai da um jeito, Hanna—respondeu minha mãe, levantando-se e me abraçando. Não retribuí o abraço, apenas permiti que ela me segurasse. Em seguida, ela se dirigiu ao quarto, onde meu pai estava. Meus olhos caíram sobre um lápis e um caderno na mesa da cozinha. Levantei-me e os peguei, começando a escrever tudo o que sentia, com toda a melancolia que invadia meu ser. Aquela carta seria especial. Lágrimas incontroláveis caíam sobre o papel enquanto eu escrevia, liberando toda a dor e tristeza que estava dentro de mim.

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CALL OUT MY NAME-Tom Kaulitz.(PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora