(Despedidas e descobertas)

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21:51PM

Eu estava na festa de Tom, embora sentisse um vazio profundo no peito. Eu me recusava a deixar que isso transparecesse, pois não queria estragar a alegria dele e arruinar seu dia. Tom estava radiante, cheio de felicidade, e eu não sabia como abordá-lo nem como ele reagiria à notícia que eu tinha para dar. De repente, avistei Kate entrando na casa dos Kaulitz. Ela foi até Tom e o abraçou, dando-lhe um beijo na bochecha. Um beijo na bochecha. Tentei ignorar aquilo para não demonstrar meu ciúme e evitar parecer possessiva. Kate se sentou no sofá e começou a conversar com Bill. Senti-me um pouco excluída da festa, então levantei-me e decidi sair para tomar um pouco de ar.

Antes de passar pela porta, senti alguém segurando minha cintura suavemente. Era Tom.

— E meu presente? — ele sussurrou próximo aos meus ouvidos.

— Eu juro que vou te dar.

— Você já me deu, o presente é você. — Ele encostou seu corpo em mim. Minha consciência começou a pesar, e foi nesse momento que percebi que não seria capaz de contar a Tom sobre minha viagem. Retirei as mãos de Tom da minha cintura e caminhei em direção à porta, deixando a festa barulhenta para trás e tentando recuperar o fôlego.

Kate veio até mim com um cigarro nas mãos.

— Quer um? — ela perguntou. Balancei a cabeça negativamente.

— Por que você está aqui? A festa está tão animada. — Ela me questionou, enquanto observávamos o céu e as estrelas que brilhavam nele.

— Eu precisava de um pouco de ar.

— Preciso te contar uma coisa, Kate. — Virei-me para encará-la, segurando suas mãos. As palavras que eu iria dizer se formavam em minha mente, como peças de um quebra-cabeça.

— O que você tem para me falar? — Ela soltou suas mãos das minhas e cruzou os braços para se proteger do frio da noite.

— Hoje, às 3h40, estou indo para os Estados Unidos e não tenho coragem de contar ao Tom. Por favor, entregue essa carta a ele. — Fui até o bolso do meu casaco e tirei a carta que havia escrito. Kate olhou para a carta, depois me encarou novamente, colocando-a em seu próprio bolso.

— Isso do nada? — Ela falou, sem expressão em seu rosto. Achei que Kate se importaria um pouco, mas ela parecia não se importar. Era como se nunca tivéssemos sido amigas. A frieza em suas palavras e em seu olhar me assustavam. Aquela não era a Kate que eu conhecia.

—Sim, por favor, só entregue quando eu partir. - Falo, puxando meu celular do bolso para chamar o táxi.

—Hanna, também preciso te falar uma coisa—, ela diz rapidamente, e eu volto minha atenção para ela imediatamente.

—Vai em frente—respondo, curiosa e apreensiva.

—Eu gosto do Tom Kaulitz, e quando vi que vocês estão mais próximos, surtei de ciúmes e acabei ficando com raiva de você—ela diz, ainda com frieza em seus olhos. Aquelas palavras caem sobre mim como um peso nos ombros, algo que eu jamais poderia imaginar.

—Desde quando isso começou?—pergunto, tentando entender melhor a situação.

—Começou desde o dia em que conhecemos eles, na verdade, depois que você saiu do estúdio e estava indo para casa. Eu encontrei o Tom no meio do caminho, ele me ofereceu uma carona e, naquele momento, eu fiquei com ele,apartir daí. Comecei a desenvolver sentimentos por ele, mas quando eu estava na sua casa, o Tom me mandou uma mensagem dizendo que queria acabar com o nosso caso. Foi aí que percebi que ele estava interessado em você. Tentei disfarçar, mas não consegui—ela confessa. Meus olhos se arregalam e toda tristeza que eu sentia por ter que deixar o Tom agora se transforma em tristeza e raiva. Agora entendo por que Kate estava tão furiosa comigo.

—Kate, eu não tinha culpa disso. Você foi tola em não me contar desde o primeiro dia em que vocês ficaram juntos. Isso foi totalmente falso da sua parte—digo, batendo minha mão no peito de Kate, fazendo-a cambalear levemente para trás. Um ódio intenso ferve em minhas veias, e tudo o que eu queria naquele momento era avançar em Tom e descontar toda a minha raiva nele.

—Sinto muito, porra! Eu não tive culpa—ela responde, tentando justificar suas ações. Depois das palavras de Kate, finalmente consigo entender por que Bill e Kate estavam agindo de forma estranha comigo. Minha cabeça ferve de tanto pensar, e o táxi chega, buzinando impacientemente. Saio pisando duro no chão, consumida pela raiva que sinto pelos Kaulitz e pela minha própria amiga.

Entro no carro do táxi e bato com força a porta. Minha cabeça inclina-se suavemente, encontrando alívio no encosto do banco. —Aeroporto da Alemanha—digo, e o motorista começa a dirigir o carro. Olho pela janela e vejo Kate voltando para a festa, com um sorriso no rosto, o que apenas aumenta minha ira. Sinto-me uma tola por ter escrito aquela carta e por tudo o mais. Eu realmente queria que Tom pagasse pelo que ele fez.

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CALL OUT MY NAME-Tom Kaulitz.(PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora