006

136 15 6
                                    

TOM POV'S

Depois de horas de gravação, eu continuava observando Hanna do outro lado do vidro. Ela me ignorava com uma facilidade desconcertante. Não que isso seja um problema, mas não estou acostumado a ser ignorado. Geralmente, sou eu quem ignora os outros. Não entendo como todas as mulheres ficam aos meus pés e essa garota me ignora.

Coloco a guitarra no chão, cansado de tocá-la, enquanto ouço o som dos sapatos de Bill. Aquele barulho é tão irritante. Fico me perguntando por que ele não escolheu sapatos menos barulhentos.

—Vocês terminaram a primeira música, só falta eu encaixar os clipes—diz Hanna. Preciso fixar o nome dela na minha mente. Vou conseguir o que quero.

—Foi muito foda—diz a garota loira sentada no sofá, batendo palminhas animadamente. Um sorriso mostra seus dentes brancos.

—Obrigado de verdade—agradeço à garota.

—Acabou tarde hoje. Nem percebemos e já são oito da noite–comenta Georg.

—É verdade—concorda Hanna, bocejando e esticando-se um pouco.

-Temos que ir,por hoje realmente já deu eu tô morto,se eu olhar mais vinte segundos pra cara de vocês sinto que vou vomitar—Gustav fala ele faz uma careta de nojo.

-Vai a merda—respondo dando um sorriso pra Gustav.

-

Enfim, precisamos ir mesmo—Bill fala, dando passos curtos em direção à porta.

—Eu não vou agora. Preciso ajudá-las— digo, olhando para Hanna com um olhar malicioso. Ela sorri de forma debochada, como se estivesse desafiando.

—Ok, então só não demore para chegar em casa—Bill diz, adotando um tom quase paternal. Aquilo me irrita, afinal, tenho dezoito anos e sei cuidar de mim mesmo.

Me sento atrás de Hanna e vejo que ela está organizando algo relacionado à música da banda. Seu rosto parece tão sereno, mas seu corpo é deslumbrante para uma garota de dezesseis anos. Ela aparenta ter uns vinte anos.

Ainda vejo a marca em seu olho. Comentei com Bill para ver se ele sabia de alguma coisa, mas ele não sabia de nada. Pelo que percebi, aquilo realmente a machucou. Provavelmente foi uma briga adolescente. Decido provocá-la para quebrar o silêncio.

—Ei, criança, o que aconteceu com seu olho?—pergunto, lançando-lhe um olhar desafiador. Ela olha para mim por cima do ombro, e posso ver que aquilo a irritou um pouco.

—Criança?—ela solta o ar e solta uma risada fina e cortante.

—Nada demais, senhor—ela responde, debochando da minha cara.

—Vai continuar fingindo que não me quer e que nada aconteceu?—levanto-me com um pequeno impulso e seguro sua cintura com mais firmeza, aproximando meu rosto do dela.

-Eu sinto, eu sinto seu nervosismo, não minta. Não diga que não quer ficar comigo.

—Desde o primeiro dia em que te vi, te achei bonitinho. O problema é que você é amigo do meu irmão, cliente do meu pai e, para piorar, é famoso. Eu não posso me envolver com você novamente—ela confessa.

—Só vejo mais coincidências—murmuro, me aproximando cada vez mais de seus lábios. Ela desvia, cortando totalmente o clima, e dá um tapinha no meu rosto.

—Não é não, e agora eu preciso fechar o estúdio—ela diz, caminhando até a mesa e pegando uma chave, remexendo aqueles quadris encantadores.

—Vem logo—ela me chama, esperando por mim na saída.

—Você é especialista em cortar climas—comento, sentindo uma mistura de frustração e admiração.

Ela me iguinora como sempre,ela começa a olhar em seu redor como se tivesse procurando alguma coisa.

—Caralho,cade minha bicicleta?—ela exclama, correndo para o outro lado da rua e inclinando o pescoço para tentar localizá-la. Parece que sua bicicleta foi roubada. Confesso que a situação é embaraçosa, mas ao mesmo tempo engraçada. Não consigo evitar soltar uma gargalhada, enquanto a menina continua procurando freneticamente naquela rua escura.

—Desiste você não vai encontrar tua bike foi de americanas—digo a ela, recebendo um olhar furioso em resposta.

—Preciso de uma carona até em casa, mas se você tentar algo a mais, eu juro que corto sua garganta—ela ameaça. Fico sem palavras diante daquilo, levantando as mãos em rendição e dizendo:

—Ok, ok, estou rendido. Infelizmente, não vou poder te dar uns beijinhos de novo—brinco, enviando-lhe um beijinho no ar. Recebo um tapa nas costas que realmente dói.

—Caramba, isso doeu. É assim que você trata seus sócios?—reclamo, esfregando o local atingido.

—Você exagera demais—ela diz, rindo e ficando vermelha de tanto gargalhar.

Reviro os olhos e caminho até o meu carro. Hanna abre a porta e se senta no banco do carona, ainda com o rosto corado de tanto rir.

Passam-se alguns minutos em completo silêncio, até que ela começa a mexer no som do carro e coloca uma música.

—Que música é essa?—pergunto curioso.

—Porra, você não conhece System of a Down?ela responde, cruzando os braços e me encarando.

—Não—respondo, observando-a imitar uma guitarra com os olhos fechados. Um sorriso genuíno se forma em meu rosto.

—Acho que ali é a sua casa, certo?—indico uma casa modesta, de onde vejo a fumaça saindo da chaminé.

—Sim, obrigada pela carona—ela diz, abrindo a porta do carro.

—De nada—respondo. Observo enquanto ela se dirige à porta de sua casa. Ela suspira e segura firmemente a maçaneta, como se houvesse uma barreira invisível. De repente, uma mão surge e puxa sua gola, fazendo-a desaparecer dentro de casa em questão de segundos.

.........

CALL OUT MY NAME-Tom Kaulitz.(PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora