Cinco meses depois
• Fernando •
Moderadora: Parece que o mundo está lindo para você, não é? – questiona a moderadora da ADPS. — O seu sorriso nunca mais abandonou o seu rosto.
Dou de ombros, contente que a minha vida tomou sim um novo rumo.
Sou um novo homem diante a tudo na minha vida.
A dádiva de ser filho, marido e pai duas vezes é algo que muda a mente de um homem. Antes me veriam com facilidade em algum evento com alguma mulher diferente, mas sem dar a menor importância para nenhuma delas. Hoje sou um homem focado em uma mulher só.
Sem exageros, porque não tenho muito tempo para isso.
José: Sim! E como ela está? Você não nos disse ainda – diz o senhor José, batendo as mãos umas nas outras.
Fernando: Ótima! Com nove meses e só estamos esperando a hora que Celine quiser vir ao mundo.
O misto de nervosismo e ansiedade para ver a minha pequena é enorme.
Todas as noites, quando deito ao lado da mãe dela e coloco a minha mão sobre o seu ventre, ela se mexe como se quisesse conversar comigo. E eu amo tanto que nós dois já temos um vínculo que mal consigo me conter de felicidade.
Ser pai é tudo para mim. Ser pai é o que me salvou em todos os aspectos da minha vida.
No passado, quando eu me deteriorava entre bebidas. E, agora, no presente, quando eu pensei que iria foder o que de tão bom aconteceu na minha vida.
João: Estou amando a novela que é a sua vida – diz João, cruzando as pernas. — A minha é hiper monótona se comparada, por isso que eu nem começo a falar mais.
A moderadora me encara com atenção.
Moderadora: E Alice? Como está?
Bufo, considerando que a qualquer momento Alice vai me deixar maluco.
Fernando: Vocês não vão acreditar – digo e já me encosto na cadeira, confortavelmente, porque a conversa me deixa maluco. — Ela inventou de adotar um cachorro de rua. – Fecho os olhos ao lembrar desse animal que deve ter um milhão de doenças. — Maiara me obrigou a levar o cachorro para o veterinário. – Respiro fundo, tentando me controlar. — E para completar, o meu pai dorme com ele desde que ele chegou em casa.
O senhor José gargalha antes que João possa fazer.
João: Eu amo que você não tem um pingo de moral em casa – comenta João acompanhando o senhor José. — E eu não estou julgando, afinal me identifico.
Sacudo a cabeça, ainda incrédulo que a minha vida pode ser assim.
Fernando: Nunca imaginei que um cachorro fosse ser tão caro – comento e respiro fundo. — E vocês acham que acabou? – Bufo, fechando os olhos. — Malu resolveu que iria adotar um gato para fazer companhia para o cachorro. – E é aqui que mora a minha revolta. — Desde quando gato e cachorro combinam?
João ri mais uma vez.
Moderadora: E o que você fez em relação a isso?
Fernando: Eu? – Até parece brincadeira. — E eu posso fazer alguma coisa? Ontem mesmo o diabo do gato foi para o teto da casa. Adivinha quem teve que botar uma escada para subir no teto e pegar o gato?
João ainda não parou de rir e eu tenho vontade de me inclinar para dar um tapa na sua nuca. Talvez, assim, ele modere um pouco as risadas sem tempo para acabar.
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Um acordo imprevisível
FanfictionVocê virou o meu mundo de cabeça para baixo Mas todo o inferno que passamos teve um propósito Juntos somos caos e isso é perfeito Sempre pensei que esses sentimentos eram histórias que não foram feitas para mim É aterrorizante, mas tenho certe...