Capítulo 41

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Cinco meses depois

• Fernando •

Moderadora: Parece que o mundo está lindo para você, não é? – questiona a moderadora da ADPS. — O seu sorriso nunca mais abandonou o seu rosto.

Dou de ombros, contente que a minha vida tomou sim um novo rumo.

Sou um novo homem diante a tudo na minha vida.

A dádiva de ser filho, marido e pai duas vezes é algo que muda a mente de um homem. Antes me veriam com facilidade em algum evento com alguma mulher diferente, mas sem dar a menor importância para nenhuma delas. Hoje sou um homem focado em uma mulher só.

Sem exageros, porque não tenho muito tempo para isso.

José: Sim! E como ela está? Você não nos disse ainda – diz o senhor José, batendo as mãos umas nas outras.

Fernando: Ótima! Com nove meses e só estamos esperando a hora que Celine quiser vir ao mundo.

O misto de nervosismo e ansiedade para ver a minha pequena é enorme.

Todas as noites, quando deito ao lado da mãe dela e coloco a minha mão sobre o seu ventre, ela se mexe como se quisesse conversar comigo. E eu amo tanto que nós dois já temos um vínculo que mal consigo me conter de felicidade.

Ser pai é tudo para mim. Ser pai é o que me salvou em todos os aspectos da minha vida.

No passado, quando eu me deteriorava entre bebidas. E, agora, no presente, quando eu pensei que iria foder o que de tão bom aconteceu na minha vida.

João: Estou amando a novela que é a sua vida – diz João, cruzando as pernas. — A minha é hiper monótona se comparada, por isso que eu nem começo a falar mais.

A moderadora me encara com atenção.

Moderadora: E Alice? Como está?

Bufo, considerando que a qualquer momento Alice vai me deixar maluco.

Fernando: Vocês não vão acreditar – digo e já me encosto na cadeira, confortavelmente, porque a conversa me deixa maluco. — Ela inventou de adotar um cachorro de rua. – Fecho os olhos ao lembrar desse animal que deve ter um milhão de doenças. — Maiara me obrigou a levar o cachorro para o veterinário. – Respiro fundo, tentando me controlar. — E para completar, o meu pai dorme com ele desde que ele chegou em casa.

O senhor José gargalha antes que João possa fazer.

João: Eu amo que você não tem um pingo de moral em casa – comenta João acompanhando o senhor José. — E eu não estou julgando, afinal me identifico.

Sacudo a cabeça, ainda incrédulo que a minha vida pode ser assim.

Fernando: Nunca imaginei que um cachorro fosse ser tão caro – comento e respiro fundo. — E vocês acham que acabou? – Bufo, fechando os olhos. — Malu resolveu que iria adotar um gato para fazer companhia para o cachorro. – E é aqui que mora a minha revolta. — Desde quando gato e cachorro combinam?

João ri mais uma vez.

Moderadora: E o que você fez em relação a isso?

Fernando: Eu? – Até parece brincadeira. — E eu posso fazer alguma coisa? Ontem mesmo o diabo do gato foi para o teto da casa. Adivinha quem teve que botar uma escada para subir no teto e pegar o gato?

João ainda não parou de rir e eu tenho vontade de me inclinar para dar um tapa na sua nuca. Talvez, assim, ele modere um pouco as risadas sem tempo para acabar.

Um acordo imprevisível Onde histórias criam vida. Descubra agora