Capítulo 22

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• Maiara •

A pior parte de me envolver com alguém sempre foi ficar pensando nessa pessoa por tempo demais.

Não imaginei que dizer com todas as letras para Fernando que o nosso namoro de mentira acabou me faria perder tanto tempo pensando e sonhando com ele. O meu dia foi monopolizado por ele e, em seguida, a noite também.

A desgraça de uma mulher que é pega por um homem que sabe comer bem nunca é pouca. Sonhei com ele me fodendo dentro do provador da minha loja e de uma forma que eu não tenho ideia de como aconteceu nesse sonho desconexo, apareci nua no seu escritório, onde transamos como dois animais no cio.

Resultado: acordei suada e excitada.

Pensei que conseguiria viver a minha vida no dia seguinte com normalidade, mas eu não consegui. O sorriso dele me assombrou o dia inteiro. A sua voz rouca continuou me causando arrepios, mesmo que não tenha passado de lembranças. O fato de que, quando voltei para casa, ele estava sem camisa, limpando o próprio carro não me ajudou em nada.

E agora, depois de três dias sentindo que posso escalar as paredes desse quarto com o pensamento dos braços dele explorando cada pedaço do meu corpo, sento na minha cama duas horas da madrugada.

Eu sei, ele pode estar dormindo.

Mas... debaixo das minhas cobertas estou ardendo de desejo. O meu clitóris lateja com a necessidade de que eu perca toda a vergonha que ainda existe em mim. Não importa quantas vezes eu tenha tocado uma siririca à noite.

Não foi o suficiente, porque a única verdade é que a única coisa que nos ajudaria hoje seria sentir o seu pau dentro de mim.

Respiro fundo, ainda queimando, e pego o meu celular. Trêmula, digito uma mensagem.

"Você está aí?"

Envio e mordo o meu lábio inferior, esperando que ele esteja acordado.

Por favor, esteja acordado. Não sei se amanhã terei a mesma insanidade em mente que tenho agora. Nervosa, espero por longos minutos por uma resposta que não vem. Me jogo de volta na cama e abro as minhas pernas. Fecho os olhos, imaginando que é a sua mão percorrendo o espaço da minha barriga até o meio das minhas pernas e deslizo meus dedos sobre o meu clitóris inchado de tesão. Com movimentos circulares, sinto a minha pele queimar mais do que já estava antes. As ondas de prazer me deixam louca e eu aumento a minha fricção do jeito que eu tenho certeza que ele faria.

Abafo o meu gemido ao virar o meu rosto para o lado e afundar entre as minhas cobertas. Inclino a minha cintura para cima e me movimento na cama, como se fosse ele entre as minhas pernas, introduzindo a sua ereção dentro de mim. O meu clímax vem em seguida, quando a lembrança dos seus lábios nos meus seios retorna e eu me toco com a outra mão.

Maiara: Fernando – sussurro quase sem voz e relaxo sobre a cama.

Deus, eu só posso estar perdendo a minha cabeça.

Não é possível.

***

O meu celular despertou às cinco e eu me apressei em tomar banho, colocar as minhas roupas de corrida e sair para a rua. O céu estava claro, mas não totalmente iluminado. Aproveitei dele para correr pelas ruas próximas da minha, afinal eu não queria cruzar com ele.

O arrependimento daquela mensagem está me atormentando até agora.

Não somos mais namorados de mentira.

Não existem motivos plausíveis para que eu mande uma mensagem para ele no meio da madrugada, então, eu só... preciso inventar a desculpa perfeita para que ele não suspeite.

Um acordo imprevisível Onde histórias criam vida. Descubra agora