• Alice •
Maria Luiza: Depois do jantar de ontem, eu acho muito difícil que a tia fique por mais tempo na nossa casa – diz Malu cabisbaixa. — Depois de tanto trabalho que tivemos, parece que não vai adiantar de nada.
Suspiro, discordando severamente da minha amiga.
O que eu vi foi diferente.
O meu pai, quando viu Maiara sair de casa, arregalou os olhos e liberou uma respiração calma pela boca, como se precisasse de um tempo para voltar para o chão.
Ele estava impactado de uma forma que eu nunca o vi.
Isso sem contar com a forma distraída que ele estava enquanto a conversa se desenrolava à mesa. Eu acho que esse é o caminho certo.
Alice: A gente precisa insistir mais – digo, cerrando os olhos.
Solto um suspiro nervoso ao pegar o meu lanche de hoje. Uma caixinha de suco de limão, um salgado e ketchup. Malu, ao meu lado, faz o mesmo.
Maria Luiza: Como? – questiona ela, enquanto caminhamos para uma mesa livre. — A quantidade de mentiras que inventamos foi o bastante para fazer eles concordarem com o namoro, mas não será o suficiente para fazer a minha tia ficar em casa e que eles fiquem juntos.
Ela tem razão.
E o que me deixa esperançosa de que isso pode dar muito certo antes de acabar é que o meu pai está agindo completamente diferente de como ele é geralmente.
Em primeiro lugar, ele não fica calado e, muito menos, sentado em um lugar que estão o destratando, mas ele ficou.
Em segundo lugar, ele nunca dorme fora de casa, e ele dormiu.
Em terceiro lugar e o mais importante: o meu pai não sorri com frequência. Ele não exibe mais que um sorriso em um dia. E a real? Eu vi o meu pai rindo sozinho na nossa cozinha essa madrugada.
Não existe nada que me faça desistir desse plano agora.
Alice: A gente vai precisar inventar alguma coisa para manter eles juntos, então – digo, pensativa.
Malu morde a batata.
Maria Luiza: O meu baú de ideias morreu depois que eu inventei que eles querem dar um golpe na gente – diz ela e, logo, desvia o olhar do meu rosto.
Sorrio.
Ela é maquiavélica.
O que escutamos, na verdade, foi os dois combinando de pedir para ficarem na casa do pai da Maiara e, não, com uma teoria de que eles querem arrancar tudo o que elas têm.
Bufo, com um sorriso, porque até o meu avô acreditou no que a gente inventou.
Alice: Amiga, vamos pensar no mesmo motivo que os deixou sumirem juntos durante uma noite inteira – digo. Ela não pode perder a vontade de continuar no que começamos com tanta intensidade. — Eles estavam juntos, Malu... a noite inteira!
Suspira e acena, mordendo mais uma batata.
Maria Luiza: Sim, eles dormiram juntos, mas a minha irmã está tão envergonhada que não consegue olhar na cara dele. – Ela suspira, então. — E é muito difícil ver Maiara envergonhada com alguém, tá?
Sorrio em concordância.
Alice: Ela não tem cara de alguém que fique com vergonha mesmo.
Malu saca o celular e desliza o dedo na tela, enquanto eu tento ver como vou contribuir para mais dessa história. É impressionante como até ontem eu estava certa do que eu precisava fazer depois que percebemos que eles sumiram juntos... e que a última vez que o vimos... eles estavam juntos.
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Um acordo imprevisível
Fiksi PenggemarVocê virou o meu mundo de cabeça para baixo Mas todo o inferno que passamos teve um propósito Juntos somos caos e isso é perfeito Sempre pensei que esses sentimentos eram histórias que não foram feitas para mim É aterrorizante, mas tenho certe...