Capítulo 26

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• Maiara •

Maiara: E sabe o que ele disse mais? Que eu estava lá por causa de um capricho sem importância – digo, ou tento, no meio do meu choro. — O meu bebê não é um capricho sem importância... – Soluço, tentando me controlar, mas é impossível. — Ele é um idiota! – Fecho os olhos e deixo as lágrimas lavarem o meu rosto, enquanto expulsam esse homem do meu sistema nervoso. — Vou ser uma mãe solo e vou dar tudo de mim para o meu bebê e ele... ele...

Roze: Você pode se acalmar?

Sabe por que Roze está me pedindo calma? Porque não é ela no meu lugar.

Ela não brigou com o pai do filho dela. Ela não escutou ele dizendo que ela tinha um capricho sem importância.

Maiara: Eu quero que ele se exploda – murmuro e fungo, tentando me acalmar.

Roze: Não venha trabalhar hoje. Deixa que eu cuido de tudo, ok? – Viro para o outro lado e estendo a minha perna na cama. — E mantenha a calma. Você está nas primeiras semanas ainda. Você foi ao médico ontem, certo?

Engulo em seco e aceno em concordância.

Sim, fui ao médico. Fiz a minha ficha e cadastro para ter acompanhamento de uma profissional obstetra e estou pronta para começar uma série de exames para começar a cuidar do meu corpo e da minha gestação da melhor maneira possível a partir de agora. Tenho que focar em mim e no meu bebê para que nada de ruim nos aconteça.

Maiara: Sim, fui – respondo e, com o aparelho celular pressionado no meu ouvido, me viro para o lado sobre a minha cama. — E ele disse que eu preciso tomar alguns cuidados para não ter um aborto espontâneo.

Escuto o seu suspiro do outro lado da linha.

Roze: Sim, você precisa. Controlar as suas emoções é só uma delas – diz ela do outro lado. — Chegou uma cliente e eu preciso ir. Mais tarde, depois que fechar a loja, vou até você.

Confirmo e encerro a ligação.

Fecho os meus olhos e imagino um mundo em que Fernando não é um babaca, grosso, rude e canalha incapacitado de sentir qualquer coisa por alguém. Seria tão perfeito que ele exibisse aquele sorriso bonito todas as vezes que me visse e que aquela expressão de ira nunca estivesse no seu rosto quando eu estivesse por perto...

Por que é tão difícil imaginar uma situação de vida diferente?

Por que ele não pode cumprir o básico de um ser humano ao ponto de ser tão...

A campainha toca e eu preciso levantar da cama, mesmo que seja arrastada. Pode ser alguma encomenda, mesmo que eu não lembre de ter pedido alguma. Suspiro ao sentar no colchão macio e deslizo a minha mão na barriga.

Maiara: A sua mãe é completamente sem noção, bebê – sussurro em conversa com o ser menor que uma ervilha que está crescendo no meu ventre.

O meu bebê.

Com um sorriso idiota e não menos feliz, caminho para a porta.

Maiara: Sim? – questiono para o homem de terno parado ali.

Ele me encara dos pés à cabeça e suspira, ao desviar o olhar para trás dele.

Meus pelos arrepiaram automaticamente e foi quando percebi que há mais homens ali atrás dele.

XX: Você é a esposa do Luiz? – questiona ele e eu bufo.

Maiara: Esposa? Eu? Nunca!

Um acordo imprevisível Onde histórias criam vida. Descubra agora