Katsuki nunca ligou muito para os fins de semana. Quer dizer, é bom ter que aturar o povo da sala só na parte da manhã no sábado e ter o domingo todo pra malhar e estudar em silêncio, fazer trilha nas montanhas ou sair pra comer ramen carregado na pimenta, às vezes até jogar um videogame e botar os mangás em dia, mas no geral, fins de semana são parados pra porra, e entre passar raiva ou morrer de tédio, ele não tem dúvida: a primeira opção é um pouco melhor. Isso só se agrava com essa história de troca de corpos, porque o que caralhos ele vai fazer enfiado no corpo da Cara de Lua? Não dá pra fazer o que normalmente faria, mas nem fodendo que ele vai fazer sabe-se lá o quê ela costuma fazer nos fins de semana.
Por sorte, o Quatro-Olhos e a Rabo de Cavalo vão pra casa dos pais, então vai ter como os dois trocarem de quarto e poderem ficar de boa nos seus verdadeiros quartos por pelo menos uma noite. A Cara de Lua parece animada com isso e, Katsuki não vai mentir, também gosta muito da ideia. Nenhum dos dois está feliz por não poder agir mesmo tendo uma pista real sobre o pivete que fez isso com eles, mas... o treino de hoje tá um pouco mais tranquilo, sim.
— E ó, nem precisa me dar sermão, eu vou... pedir desculpa pra Rabo de Cavalo mais tarde. — ele murmura enquanto os dois dão uma pausa pra beber água.
— Ah... não precisa... não esquenta com isso. — ela dá de ombros.
— Hã? Como assim? Isso não tem a ver com aquela regra de não foder com vida um do outro?
— Sim, mas... eu... não acho que você estivesse errado. — ela olha pra cima, como se estivesse pensando — Eu... não gostei muito do que a Momo-chan falou, pra ser honesta, então... eu entendi sua reação, talvez eu tivesse dito o mesmo, não do seu jeito grosso, mas... enfim, não precisa se desculpar, Bakugou-kun.
— Então... você não tá puta comigo. — ele resume só pra ter certeza que tá ouvindo certo.
— Não, dessa vez, não. Na verdade, eu achei... bem legal o que você disse... — ele a encara, confuso — Sobre eu ter minhas próprias ideias e decisões, aquilo foi bem legal.
— Ah é? — Katsuki aperta a garrafinha de água, deixando o líquido escorrer na boca, mas sem tirar os olhos dela.
— É. Então... obrigada. — ela sorri, e Katsuki quase se esquece de engolir a água. Que diabos tá acontecendo com ele? — Bom, vamos acabar com isso, então? Não sei você, mas eu tô louca pra curtir o resto do sábado!
— Hum... não quero nem imaginar que merda você vai fazer com meu corpo... — ele resmunga.
— Nada demais! Eu vou limpar meu quarto, assistir TV, e talvez eu dê uma passada na confeitaria nova que abriram aqui perto, espero que eles tenham um daifukumochi bem em conta!
— Tsk, vê se não queima meu filme por aí, Cara de Lua, eu nem gosto de coisa doce. E vê se não esquece dos meus dados.
— Vale o mesmo pra você! — ela cruza os braços e mostra a língua pra ele. Ridícula.
— Eu sei, eu sei. — ele limpa a garganta — Meu nome é Uraraka Ochako, tenho 16 anos e estou na turma 2-A da U.A. Nasci dia 27 de dezembro em Mie, meu tipo sanguíneo é B, minha comida favorita é mochi! Meus passatempos são admirar as estrelas e andar com os maiores imbecis da minha sala! — ele fecha os punhos na frente do peito e balança os ombros da maneira mais ridícula que ele consegue.
— Besta! — ela o olha feio, mas ajeita a postura, pondo os braços pra trás e o peito pra frente — Aí, porra, meu nome é Bakugou Katsuki, tô com 17 anos e tô na turma 2-A da U.A. Onde e quando eu nasci não são da sua conta, minha comida favorita é qualquer coisa ardendo na pimenta e meu tipo sanguíneo não te interessa também, porra! Meus passatempos são quebrar a cara de quem me enche o saco e gritar "Morre, seu merda!" por aí.
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Eu no seu lugar
FanficOchako acordou muito mais musculosa e com o cabelo espetado, além disso, sua habilidade de remover gravidade foi substituída pela capacidade de criar explosões. Katsuki acordou com a voz mais fina e alguns centímetros mais baixo, sem falar nas bolin...