— Então, Uraraka-san, o que você está sentindo? — a enfermeira pergunta, esperando pacientemente com uma prancheta na mão e uma caneta na outra.
— Cadê a Recovery Girl? — Katsuki pergunta, olhando de um lado a outro, tentando não balançar as pernas freneticamente.
— A Recovery Girl é acionada apenas para casos urgentes ultimamente. Eu tomo conta da enfermaria em casos cotidianos. Por quê? Você precisa da Recovery Girl?
— Lógico! O que que tem de "cotidiano" em sangrar do nada e ficar com essa dor maldita na barriga?
— Sangrando? Você teve algum ferimento? Onde?
— Não tem ferimento nenhum porque eu nunca encostei lá, nem vem! — ele se defende nervosamente.
— "Lá"? — a enfermeira sorri igual a uma imbecil, e Katsuki se arrepende mortalmente de ter vindo aqui, mas que outra opção ele tinha? Como caralhos ele ia chegar na Cara de Lua e falar que acordou sangrando... por entre as pernas sem ela achar que ele fez alguma coisa esquisita como um... como um... tarado maldito? — Uraraka-san, eu sei que você deve estar assustada, mas preciso que você se acalme e me explique direitinho o que houve. Então, quando começou o sangramento?
— Não sei, eu acordei de manhã, fui tomar banho e quando abri o olho, tava tudo vermelho, aí fui pra aula e a dor na barriga começou, achei que fosse diarreia ou sei lá e fui no banheiro, quando eu tirei a... a calcinha, tava tudo vermelho de novo. — puta que pariu, só de lembrar ele se arrepia todo! Agora falando sobre isso, parece ainda pior.
— Entendi. — a enfermeira faz algumas anotações — Eu vou te dar um remedinho pra dor e deixar você descansar um pouco. Pode deitar ali que eu já levo seu remédio.
— Só isso? — ele quer soltar um palavrão, mas sabe que não pode. Ou talvez possa, não é possível que a Uraraka não ficaria puta com a enfermeira cagando pro sangramento e pra dor dela.
— Como assim?
— Eu tô sangrando! Sangrando... lá! — ele tenta não gritar, mas sente que vai ser inevitável com essa enfermeira fazendo essa cara de tonta.
— Uraraka-san, você está com 16 anos, certo? — ela lê na ficha e depois o olha de novo — Você toma algum anticoncepcional? — porra, um o quê? Não, pera, ele sabe o que é isso, mas como caralhos vai saber se a Cara de Lua toma isso? — Pela sua expressão, eu acredito que não... mas vocês tiveram aula de educação sexual no semestre passado, não tiveram?
— Nada do que foi falado lá tem a ver com isso aqui. — ele resmunga.
— Tem certeza? — ela leva a mão ao queixo e o observa, será que tá desconfiada que ele fez alguma coisa estranha? — Uraraka-san, será que essa é a sua menarca?
— Minha o quê?
— É a primeira vez que você menstrua?
— QUE EU O QUÊ? — ele berra. Que porra ela disse? M- mens- menstruar? Tipo, aquela coisa que mulheres têm? PUTA QUE PARIU, ISSO SÓ PODE SER A PORRA DE UM PESADELO!
— A idade mais comum para a menarca é por volta dos 12 ou 13 anos, com 16 é um pouco mais raro e pode ser sinal de algum problema. Talvez nós devêssemos fazer alguns exames só pra conferir e eu vou pedir um encaminhamento para o ginecologista, pode ser?
— N-não, não precisa. — ele recusa, voltando a se sentar — Não é a primeira vez. — Pelo menos ele acha que não, Katsuki viu um pacote em que tava escrito "absorventes" na gaveta de calcinhas da Cara de Lua, e como tava aberto, ele só presumiu que ela já usou essas coisas antes. Essa merda não serve pra nenhuma outra coisa além disso, né?
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Eu no seu lugar
أدب الهواةOchako acordou muito mais musculosa e com o cabelo espetado, além disso, sua habilidade de remover gravidade foi substituída pela capacidade de criar explosões. Katsuki acordou com a voz mais fina e alguns centímetros mais baixo, sem falar nas bolin...