Regras tão aí pra serem quebradas

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Estar apaixonado é uma merda!

É patético, nojento, esquisito, imbecil pra caralho! Katsuki odeia todos os aspectos envolvidos nisso, ele sempre teve razão em não querer saber dessas merdas, muito mais interessado na glória e no sucesso que ser o número 1 lhe proporcionaria, e na real, cair na porrada com mil vilões até chegar no topo é bem mais fácil e menos confuso que essa merda de se apaixonar, ele sempre soube disso na teoria, e agora tem certeza na prática.

Tudo o que Katsuki quer é bater no quarto do Kirishima e pedir pro palhaço lhe descer um soco na cara pra ver se ele toma tino e para de agir igual a um trouxa, mas não, nem isso ele pode fazer, por que que tipo de escroto ele seria se deixasse alguém machucar essa carinha redonda, macia, e linda pra caralho? Porra! Essa merda de troca de corpos tem que acabar!

E é aí que fode de verdade, porque desde o caminho de volta da praia, Katsuki vem pensando nisso: assim que eles voltarem pros próprios corpos, o Deku vai correndo dar a resposta pra confissão dela, e se ele disse que não vai rejeitá-la... merda! Até hoje de manhã, isso não era problema, Katsuki sabe que essa... coisa que ele sente por ela não vai dar em nada, e que o Deku tem mais é que vir e levá-la pra ela parar com essa ladainha toda. Só que aí ele teve a brilhante ideia de levar bolo pra ela, e os dois ficaram lá, no alto de uma pedra, olhando pro pôr-do-sol, tirando foto juntos, e a maldita teve a pachorra de dizer que ele pode chamá-la de Ochako, assim, como se não fosse nada, como se pegar o coração dele e torcer até que não seja mais que um monte de nervos não fosse nada pra ela, agora tudo que ele consegue pensar é que... ela não pode ficar com o Deku. Ele não a entende de verdade, não a vê em toda sua intensidade e fibra, não a adora, não como Katsuki. O nerd maldito não a merece.

— Tá tudo bem? — ela pergunta, pondo a mão no ombro dele, e porra, chega até a queimar onde ela encosta.

— Por que não estaria? — ele sacode o ombro pra se livrar do toque dela.

— Sei lá, é que... você tá tão quieto... foi alguma coisa que eu falei? — puta que pariu! Ela não pode fazer isso! Não, ela não tem direito de fazer essa voz tristinha e deixá-lo se sentindo culpado.

— Tsk, deixa disso. Só tô me concentrando, por que você não faz o mesmo? — ele consegue não soar tão rude, como se realmente tivesse sugerindo que o melhor agora é focar.

Até porque não é mentira. Assim que eles chegaram aos dormitórios, Katsuki foi correndo tomar um banho e tirar esse maiô maldito que o fez evitar espelhos ou qualquer coisa que refletisse a silhueta curvilínea dela a tarde toda. Quando ele saiu do banheiro, tinha uma mensagem do tal do Shoji no celular: "Boa noite, Uraraka-san! Tenho a informação que você me pediu, você pode descer até a área de convivência para conversarmos?"

E como ele não poderia estar mais fodido, quem foi a pessoa com quem ele deu de cara no elevador quando se dirigia à área comum? Uraraka. Quer dizer, Ochako. Os dois calados, mal se olhando, o elevador é uma merda porque não tem muito pra onde olhar por causa das paredes espelhadas, então Katsuki fechou os olhos por um segundo e respirou fundo, tentando ignorar a proximidade dela. Ela SEMPRE tá muito perto, e o problema não é esse, o problema, pra ele, é que não tem porra de problema nenhum nisso.

— Boa noite, peço perdão por chamá-los de última hora, eu teria avisado mais cedo no aniversário do Midoriya-kun, mas quando os vi, vocês pareciam estar tendo um momento bem... particular, eu não quis atrapalhar. — Porra, Katsuki sente-se corar na hora, que merda!

— Tá bom. O que você descobriu? — ele pergunta, lembrando-se que precisa focar!

— Bom, confesso que não foi fácil, a qualidade da gravação das câmeras de segurança é baixa, não dava para ver nitidamente o número da placa, por exemplo, aqui eu não tinha certeza se era um 3 ou um 8.

Eu no seu lugarOnde histórias criam vida. Descubra agora