Sexta regra: Ser gentil (essa é pra você, Bakugou-kun)

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Essa porra tem que acabar logo! Essa troca de corpos do caralho tem que acabar pelo bem da cabeça dele, Katsuki não aguenta mais! Quando parece que as coisas se ajeitam um pouco — bem pouco — acontece uma merda gigante e fode com tudo. O treino ontem foi do caralho, ele venceu o Rabo de Macaco em um combate mano a mano. Katsuki nunca tinha treinado com o cara, mas tá aí alguém que ele pode chamar na chincha quando voltar pro próprio corpo, é daora ganhar de quem dá trabalho. Falando em dar trabalho, a Cara de Lua parou um pouco com o migué, lutou com o Kirishima como ele mesmo lutaria — tá, não como ele mesmo, ninguém luta como ele mesmo nem nunca vai — e ainda criou explosões pequenas, o que prova que quando ela para de frescura e vai com tudo, consegue controlar a individualidade dele.

Tem uma caralhada de coisas que Katsuki odeia nesse corpo da Cara de Lua: o cabelo dela que fica caindo na cara e que não dá pra prender direito por causa do corte ou alguma merda assim, os peitos que parecem duas bexigas d'água amarradas no pescoço quando ele corre, o uniforme de herói dela que não só é medonho, como também é apertado pra porra e faz os moleques idiotas ficarem encarando essa bunda enorme dela. E o cheiro... Katsuki tá acostumado com cheiro doce por causa da nitroglicerina, mas essa menina tem um cheiro diferente que vem sabe-se lá de onde e gruda no nariz dele de um jeito que até atrapalha dormir.

Aí veio o treino da hora do almoço, almoço esse que ele já botou pra fora tentando ativar e desativar a Gravidade Zero para saltar por entre pedras como se esse corpo baixinho fosse uma bola de pinball. Os resultados não chegaram nem perto do que ele queria, mas não são uma merda completa comparando ao que foi o começo desse treino bizarro.

— Tá, agora que você sabe usar as explosões pra voar de um ponto pra outro, você vai tentar o Howitzer Impact, que é mais rápido e quebra tudo com o impacto, tá entendendo ou tá boiando?

— Tô entendendo, tô entendendo. Hã, Bakugou-kun?

— Que é?

— Tem uma coisa que eu quero te pedir... mas eu não quero que você me entenda mal... — ela diz meio sem jeito.

— Desembucha logo e para de perder tempo, Cara de Lua.

— Hã... deixa eu te perguntar, ficar sem camisa... é bom?

— É o quê? — ele franze o cenho.

— É porque... eu acho que é por causa da sua individualidade, mas eu sinto muito calor! Aí eu tava pensando, como você é menino... não tem problema ficar sem camisa, né?

— Hum.

— Eu só quero saber se você liga se eu ficar sem camisa... no seu quarto.

— Tsk, pra mim tanto faz, Cara Redonda. — ele dá de ombros.

— Jura? Eu só quero saber porque não quero te deixar desconfortável ou incomodado, mas é que... hã, se eu fosse menino, eu só ia andar sem camisa, sabe?

— Você pode andar sem camisa sem ser menino. — ele responde sem muito interesse, mas ao notar como ela fica quieta, ele a olha e vê que ela está vermelha de vergonha. — Não que... eu... ah, nem vem com chilique, eu não tô falando que eu fiquei sem camisa no seu quarto!

— Não, eu... eu sei. Mas eu não daria chilique por causa disso, eu acho...

Tem uma porção de coisas que ele odeia no corpo dela, mas não tem nada que ele odeie mais do que ela mesma e a capacidade dela de falar coisas que o pegam de surpresa.

— Que porra você tá falando? Você... você quer que eu te veja sem roupa?

— Hã? C-claro que não! — ela esbraveja — Mas se... por acaso você vir, eu não vou reclamar porque... a gente ficaria quite?

Eu no seu lugarOnde histórias criam vida. Descubra agora