Oitava regra: Tomar MUITO cuidado com o Deku

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Que... tédio... da... porra!

Katsuki se joga no sofá da salinha do apartamento da Cara de Lua e encara o teto. Agora que ele sabe que ela vive à base de um orçamento enxuto, dá pra entender porque ela não tem video games ou um monte de filmes e mangás, mas isso não diminui o tédio que ele tá sentindo, além de fazê-lo imaginar que diabos ela faz pra matar o tempo quando vem pra cá nos fins de semana. Não tem mais nada pra fazer, ele já terminou a lição de casa e já revirou esse apartamento pra limpar, inclusive debaixo dos móveis — com a individualidade dela, foi bem fácil, sem falar que foi do caralho erguer o fogão como se fosse uma caixa de papel, ele... pode ou não ter fingido ser um daqueles heróis profissionais com super força.

Katsuki olha pro lado, e acaba encarando as fotos que decoram a mesinha de centro. Uma da Uraraka quando era pirralha com o pai e a mãe, uma dela com um povo que ele nunca viu na vida, provavelmente amigos dela do Fundamental, uma com a Menina Sapo, e outra dela com o Quatro-Olhos e o merda do Deku. Argh... e ele achando que uma das poucas vantagens de vir pra esse apartamento era não ter que olhar pra cara desse imbecil... acabou de estragar essa merda de domingo.

Katsuki pega o celular dela e rola pelas mensagens, nada de interessante, só essas meninas doidas falando umas coisas sem sentido, e os idiotas falando merda no grupo da sala. Além disso, tem uma caralhada de mensagens individuais da Menina Sapo, do Quatro-Olhos e lógico, do Deku. Ele aperta o celular e acaba fazendo-o flutuar, xingando e liberando logo depois. Que diabos esse moleque quer? Não, não é problema seu, ele vai continuar ignorando, assim como fez com todas as mensagens individuais que ela recebeu. Ela que resolva os próprios assuntos quando voltar pro próprio corpo.

Katsuki esquece o celular dela largado na bancada da cozinha enquanto prepara um lanche, mas acaba voltando a ele quando começa a vibrar, fazendo o barulho ecoar pela cozinha. Ao ler a tela, ele revira os olhos: "Momo-chan". Tsk, só falta a Rabo de Cavalo querer dar mais um sermão EM PLENO DOMINGO. Ele considera ignorar a ligação, mas... ah que se foda! Não tem nada pra fazer mesmo!

"Uraraka-san! Ah, que bom que você me atendeu!"

— O que que foi agora? — ele prende o celular entre o ombro e a orelha enquanto anda de volta pra sala.

"Ah, é que... você não estava respondendo minhas mensagens, desculpe se é inconveniente te ligar, mas eu realmente precisava falar com você." E então ela fica em silêncio.

— Tá. Fala, então.

"Eu... só queria dizer... que eu sinto muito, Uraraka-san. Creio que tenha sido muito dura com você, e talvez eu tenha trazido à tona um assunto que não é pertinente ao que estava sendo discutido naquele momento, eu realmente lamento pelo meu comportamento e por qualquer transtorno que eu tenha causado."

Hum, por essa ele não esperava, a senhorita perfeita caga-regra tá admitindo que tava errada? E tá pedindo desculpa por isso? O tom de voz dela é bem diferente daquele jeito sabe-tudo que ela costuma ter, é bem... engraçado ouvi-la assim. Katsuki considera fazer um pouco de cu doce só pra ver o que mais ela vai falar, mas... ele se lembra da conversa com a mãe da Cara de Lua, dizendo pra resolver tudo com gentileza. Hum... que saco.

— Tá tudo bem. — ele murmura — Que bom que você veio se desculpar.

"Sim, eu imaginei que fosse o certo. Que fique claro, Uraraka-san, que de maneira nenhuma eu acho que você não é capaz de ter suas próprias decisões, é que fiquei legitimamente surpresa com a sua atitude, você não costuma ser impulsiva, assim... lembra do sequestro do Bakugou-san ano passado? Você foi a única que sugeriu que nós tentássemos ver a situação do ponto de vista dele e não agir precipitadamente porque ele se sentiria humilhado em ser resgatado."

Eu no seu lugarOnde histórias criam vida. Descubra agora