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Capítulo 35

Yibo

China — dois dias depois


No  meio  da  sala  do  meu  apartamento  em  Yunmeng, observo o homem de estatura baixa que se aproxima. Sua aparência é a de alguém que trabalhou a vida inteira ao ar livre. A pele, curtida pelo sol.

Xiao Jianmin. O pai de Zhan.

Li  todo  o  relatório  sobre  ele  quando  o  investiguei, muito antes que fosse meu ômega.

Ele é  seu  único  filho  e  seu  nascimento,  tardio comparado  ao  tempo  que  tinham  de  casados,  já  que  sei que  ambos  se  conheceram  ainda  jovens. Sr.Xiao  tem cinquenta anos e a esposa, Carmen, um pouco menos.

Seu  olhar  em  mim  é  desconfiado,  enquanto mantenho a expressão neutra.

O  homem  parece  pacato,  mas  não  me  engana porque sei do que é capaz. Haiukan me contou o que ele e os outros pais dos ômegas negociados fizeram a Wen Rouhan.

Como encontrou o corpo no mar, a polícia definiu a causa  da  morte  como  afogamento,  mas  descobrimos  que os ilhéus torturaram o bilionário  por dias.

E é justamente aí que a história de sua participação na negociação de Xiao Zhan não se encaixa.

Será  que  foi  a  vingança  de  um  pai  ou  o  remorso  o que o moveu?

— Você fala ingles?

— Sim, senhor.

—  Sente-se.  —  Comando,  não quero falar no nosso indioma natal então,digo a ele apontando  uma  poltrona e ainda sem me apresentar.

Estudo seu rosto atentamente. Ele não parece com medo,  mas  confuso,  apesar  de  saber  o  motivo  de  estar aqui. Haiukan o avisou que desejávamos falar sobre Xiao Zhan.

— Quem é o senhor?

— Ainda não decidi se tem o direito de me conhecer.

Sente-se.  —  Repito  e  dessa  vez  ele  obedece. 

—  Você sabe que sua esposa fez um pedido ao meu primo?

— Sim. Eu gostaria de dizer que ela não deveria ter incomodado o doutor Haiukan, mas não posso. Nenhum de nós jamais vai desistir de encontrar Xiao Zhan.

Não me deixo levar por suas palavras.

— Conte-me a história toda.

— Seu primo não lhe explicou?

— Quero ouvir de você, Jianmin.

Suas mãos estão agarradas aos braços da cadeira.

Os nós dos dedos, brancos.

— A culpa foi minha.

Em  segundos,  estou  em  alerta  e  meu  sangue  se transforma em gelo nas veias.

— Como poderia ter sido culpa sua? — Pergunto em um tom neutro.

— Eu trabalhava para o maldito. aquele, satanás encarnado. Nossa ilha é pequena e sem estrutura.

Meu Zhan…  ele  era  especial,  sempre  foi.  Inteligente demais. Aprendeu a ler com a ajuda da mãe, mesmo antes de ir para a escola. — Ele sacode a cabeça.

— Não queria que ele acabasse como eu e minha esposa. Praticamente escravizados em um lugar perdido no mar Mo.

— Alguma vez seu filho disse que queria partir?

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