31° capítulo

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"Você não sabe, amorQuando você me abraçaE me beija lentamenteÉ a coisa mais doce" Best Part (feat

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"Você não sabe, amor
Quando você me abraça
E me beija lentamente
É a coisa mais doce" 
Best Part (feat. H.E.R) – Daniel Caesar

Depois de quase duas horas aguardando atendimento, finalmente meu pai e eu conseguimos realizar o exame de DNA.

Quando já estamos na rua, ele me para segurando meu ombro.

— Luisa, só quero que você saiba que independente do resultado desse exame, eu sempre vou ser seu pai, entendeu? — Ele segura meu rosto enquanto diz.

Concordo com a cabeça, o abraçando sem dúvida de que isso seja verdade, mas não posso negar que estou morrendo de medo de saber o resultado. Sinto que a qualquer momento vou vomitar de tanto que meu estômago se revira. O pior de tudo é que a moça da recepção nos avisou que o resultado pode demorar até trinta dias. Não sei como vou sobreviver até lá.

— Sei que já te pedi desculpas, mas quero te pedir de novo pela maneira que te tratei aquela noite, eu perdi a razão — justifica. — Todo mundo perdeu a razão, eu acredito. E sei que minha mãe não é nada fácil, ela não tinha que envolver você nisso, mas ela já é de idade, me entende? Quando vi você empurrar ela, eu fiquei fora de mim.

— Tudo bem, pai. Eu sei que também errei. Me desculpa. 

Ele concorda, depositando um beijo em minha testa e me puxando até o carro.

 — Não deixe sua mãe saber sobre o exame por enquanto, tudo bem? — diz, fechando a porta do carro. — Vamos esperar a poeira abaixar.

Decidimos fazer o exame escondido dela. Sei que quando ela souber ficará muito chateada, mas era preciso. A dúvida nos corroeria a qualquer momento se não fizéssemos e acredito que tudo ficaria ainda pior.

Hoje faz três dias desde que ela colocou meu pai para fora de casa e tudo lá está um caos.

Tenho medo de que essa situação não se resolva.

Ela está um caco e detesto ter que vê-la assim. Ela mal conversou durante esses três dias, anda pela casa como se fosse um zumbi. Meu pai também não me parece muito diferente. Sua barba está por fazer, debaixo dos seus olhos tem grandes olheiras arroxeadas e suas roupas estão amarrotadas. Ele passou uma noite dormindo no carro na porta de nossa casa no dia seguinte depois da discussão, com a esperança que minha mãe o deixaria voltar, mas não aconteceu. 

— Temos trinta dias pela frente e eu quero conversar com ela pessoalmente ainda. — Ele sai com o carro da vaga e seguimos estrada.

— Você consegue conversar com seu amigo que trabalha lá pra ele conseguir agilizar o processo? — Arranco o curativo de onde tiraram o sangue. — Trinta dias é muito tempo, pai.

— Eu não sei se ele pode fazer algo, mas vou tentar. 

Concordo em silêncio e depois disso não falamos nada durante boa parte do trajeto. Ele pode não estar querendo demonstrar, mas sei que também está preocupado com o que pode dar aquele resultado. Apesar de ele dizer para mim que ser der negativo nada vai mudar entre nós, sei no quesito família, tudo mudará.

Como não se apaixonar Onde histórias criam vida. Descubra agora