"Me ajude
É como se as paredes estivessem desmoronando
Às vezes, sinto vontade de desistir
Mas eu não posso
Não está no meu sangue"
In My Blood - Shawn Mendes
O caminho até em casa é demorado e tenso. As lágrimas continuam a escorrer pelo meu rosto em grande quantidade, acompanhadas pelos soluços.Enquanto minha mãe reclama a cada segundo, dizendo como ela mesma gostaria de devolver o tapa que levei, meu pai não diz nada desde que entrou no carro, mas sei que é porque Marcos está conosco, pois seu rosto está vermelho e as veias saltadas no pescoço e isso só acontece quando ele está bravo. O que é uma raridade.
Tenho medo de como ele reagirá quando chegarmos em casa. Ele nunca me bateu, mas também nunca gritou comigo e me pegou pelo braço como fez hoje. Sei que o que fiz foi errado. Não deveria ter empurrado aquela mulher, mas também não tinha como eu agir com consciência depois de tudo que tive que ouvir da boca dela. Tenho certeza que se ele soubesse o que houve, ficaria do meu lado, mas não quero usar isso ao meu favor. Não quero nem que ele saiba. Não quero que ele tenha uma pulga atrás da orelha como tenho agora. Ele ficaria arrasado.
Percebo Marcos me olhando pelo retrovisor com o semblante preocupado. Uma mão no volante e a outra na boca enquanto rói as unhas.
Seu carro entra em minha rua e ele mal para em frente nossa casa e meu pai já está saltando, abrindo a porta de trás e tirando a Jasmim adormecida do colo de minha mãe. Não sei como ela conseguiu dormir depois do que presenciou.
Minha mãe é a próxima a deixar o carro.
Eu não me movo, me recusando a descer.
Passo a mão pelo rosto enxugando as lágrimas e encaro atônita pela janela do carro a casa.
— Ei, vem. — Marcos segura a porta aberta e com a outra me puxa para fora.
Me lanço em seus braços, afundando o rosto em seu peito.
— Eu não quero entrar, Marcos — choramingo.
Seus dedos afagam meu cabelo num gesto carinhoso.
— Por que sua avó fez aquilo com você, Luisa? — sussurra. — Eu não entendi nada.
Me afasto.
— Depois eu te conto, tá?
Ele concorda, afastando os cabelos grudados em minhas bochechas.
Minha pele formiga. Tenho a sensação de ainda sentir os dedos dela.
— Luisa — Meu pai aparece na porta — pra dentro. Agora. — e entra novamente.
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Como não se apaixonar
Teen Fiction"Se persistirem os sintomas o livro deverá ser consultado." Luisa Lemez se apaixonou perdidamente aos quinze anos de idade, mas seu lindo romance que parecia mais um conto de fadas com todos os clichês possíveis, vai por água abaixo quando em uma be...