"Se persistirem os sintomas o livro deverá ser consultado."
Luisa Lemez se apaixonou perdidamente aos quinze anos de idade, mas seu lindo romance que parecia mais um conto de fadas com todos os clichês possíveis, vai por água abaixo quando em uma be...
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"Por sua causa, eu aprendi a ser cautelosa, pois eu não me machuco Por sua causa, eu acho difícil confiar Não só em mim, mas em todos a minha volta Por sua causa, eu tenho medo" Kelly Clarkson - Because of You
Tem algo fazendo meu peito doer e me deixando com dificuldade para respirar, e isto tudo começou quando minha mãe me deu a notícia que Rafael virá hoje para iniciar as aulas com Jasmim.
Eu estou me odiando por deixar que ele me deixe nervosa depois de tanto tempo. Tenho vontade de gritar bem alto para o vento, só pra ver se esta sensação de esmagamento se esvai do meu peito.
Para piorar todo meu sofrimento, Mag e eu estamos cinco dias sem nos falar, e nós nunca ficamos tanto tempo assim sem conversar. Ela nem sequer mandou mensagem se desculpando pela bofetada que me deu e se ela está achando que eu é quem devo me desculpar por dizer apenas verdades, ela vai morrer de tanto esperar.
Uma das coisas ruins desta nossa briga, é que agora eu sou obrigada a ficar sozinha em casa com Jasmim, o que significa que o Rafael vai poder fazer o que quiser, pois não vai ter ninguém aqui para que ele possa se conter.
Marcos é o único que me protege bem dele. Mas eu não sei se é uma boa ideia enfiar ele nesta história outra vez. Ele vai pirar se ficar sabendo que Rafael deu pra frequentar minha casa agora.
Ando pela sala em círculos, enquanto Jasmim me olha do sofá sem entender o motivo de meu desespero. Eu devo estar parecendo uma doida, porque a cara que ela faz para mim é muito engraçada, porém não tenho forças para rir neste momento. Tento pensar em alguma ideia que não envolva o Marcos, tipo mandar a Jasmim abrir a porta e eu me trancar no meu quarto até que Rafael vá embora, mas deixar Jasmim sozinha com um estranho não é uma boa opção, minha mãe me mataria se a pirralha contasse, mas eu não quero ter que ficar sozinha com ele.
Tento pensar em qualquer coisa, mas nada me vem a cabeça e quando a campainha toca, eu me desespero e digito uma mensagem para Marcos, dizendo que ele precisa vir para cá com urgência.
O ar me falta enquanto eu ando até à porta, sentindo meu coração descontrolado. Eu suspiro fundo tentando controlar meu nervosismo, antes de abri-la; quando faço isto, encontro Rafael com um sorriso cínico no rosto, encostado do batente de minha porta. Ele está vestido com uma camisa azul, que realça sua pele e até os músculos que ele não tem, uma calça jeans escura e carrega um violão dentro da capa preta com uma das alças pendurada no ombro. Ele parece ter tomado banho em uma banheira de perfume, pois o cheiro está tão forte que faz meu nariz pinicar.
— Oi — ele cumprimenta, sem receber uma resposta. Ele conserta sua postura ficando ereto em minha frente e eu cruzo os braços, encarando seus olhos, sem deixar sua aproximação me intimidar. — É bom te ver de novo.
— É uma pena que eu não possa dizer o mesmo. — Eu dou um sorriso forçado.
— Faça como eu, minta. — Ele dá uma risada exageradamente alta, achando graça de sua própria piada sem graça.
