"Há algumas coisas sobre as quais não falamos
Melhor continuarmos sem
E simplesmente segurar o sorriso
Apaixonado e desapaixonado
Envergonhado e orgulhoso"
The Fray - Never Say NeverNo fim, acabou sendo uma noite terrível. Eu só consigo pensar que se Mag foi tão fraca no primeiro passo que é algo tão simples, como ela vai reagir aos próximos que necessita de mais dedicação?
Já faz mais de uma hora que Dani nos deixou em frente minha casa, e ao contrário de Mag que está roncando em minha cama, eu nem sequer consegui pregar os olhos. São tantos pensamentos de uma só vez em minha cabeça, que já estou zonza. Todos são sobre Rafael. Eu não sei o porquê, mas desde que saí do bar, não consigo parar de pensar nesse idiota, parar de pensar no que ele disse.
Eu me apeguei a lista e nunca me questionei se ainda existem sentimentos por ele, até porque não sei se quero descobrir a resposta, mas depois do que ele me falou esta noite, vários "e se" está rondando minha mente. Tenho em minhas mãos o caderninho preto onde escrevi os passos e também os dez adjetivos ruins sobre ele. Meus dedos percorrem um por um, e mais uma vez os memorizo, para que sempre que a dúvida tentar me enganar, eu lembre o porquê que tudo isso começou.
O jogo novamente dentro da gaveta da escrivaninha e me levanto para ir procurar algo de comer.
A casa está escura e o único barulhinho que posso ouvir é o dos ponteiros do relógio. Passo pela sala e vou até à cozinha, mas quando chego na porta, ouço um barulho que faz meu corpo gelar. Dou alguns passos, o que me permite ver a silhueta de um homem sentado em uma das banquetas da ilha. Eu prendo o ar, procurando por algo na sala que posso dar na cabeça dele, porque claramente este homem não é meu pai.
Quando ele parece sentir minha presença, ele se vira de frente para mim.
Meus olhos quase pulam para fora quando vejo de quem se trata.
— Oi, Gelinho — Rafael cumprimenta. Sua voz sai embargada e falha. Um sorriso largo preenche seus lábios.
De súbito, dou dois passos para trás, sem acreditar no que meus olhos estão vendo. Eu só posso estar sonhando, ou melhor, tendo um pesadelo!
— O-o que você está fazendo aqui? — As palavras parecem grudar em minha garganta, me causando uma dor incômoda.
Engulo em seco quando ele se levanta e dá passos curtos em minha direção.
— Não é óbvio? — Ele aponta para o copo de vidro em sua mão, virando mais um pouco do líquido amarelo goela abaixo. — Tô tomando suco e está muito bom, por sinal!
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Como não se apaixonar
Teen Fiction"Se persistirem os sintomas o livro deverá ser consultado." Luisa Lemez se apaixonou perdidamente aos quinze anos de idade, mas seu lindo romance que parecia mais um conto de fadas com todos os clichês possíveis, vai por água abaixo quando em uma be...