"Eu não quero estar sozinha
Mas eu sou melhor sozinha"
Gnash ft. Wrenn - FragileTeoricamente, este deveria ser um dos meus dias preferidos. 15 de dezembro, o dia do meu tão esperado dezoito anos. Embora eu esteja realmente feliz por estar completando mais um ano de vida, este dia com certeza não é um dia feliz.
Acordei estressada, com dor e ainda tive que lidar com mensagens indesejadas dos meus parentes me questionando por não ter um emprego, um namorado, visto que já tenho dezoito anos. E faz apenas nove horas que completei esta idade.
Como de costumes em meu aniversário ou de qualquer outro aqui em casa, meus pais e Jasmim entram em meu quarto com uma bandeja de café da manhã em mãos, cantarolando a musiquinha chata do parabéns:
— Parabéns pra você, nesta data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida... — Meu pai e Jasmim batem palmas e sorriem alegremente, enquanto minha mãe segura a bandeja, rolando os olhos vez ou outra, cantando a música como se fosse uma obrigação.
Eu sei exatamente o que está aguçando a sua mudança de humor. O nome é Nadja Lemez, vulgo minha avó paterna que detesta minha mãe desde quando ela se casou com meu pai. Meu pai conta que minha avó nunca aceitou o fato dele se casar tão novo.
Eles se casaram com dezessete anos.
Minha mãe pelo menos, meu pai já estava quase fazendo dezenove.
Não teve um dia sequer que minha avó veio nos visitar e deixou de implicar com minha mãe, mas dona Maria também não dá o braço a torcer, sempre que pode dá uma alfinetada em minha avó, tornando nossas férias de fim de ano um caos e minha casa em um campo de batalha. E agora que meus avós estão vindo para ficar um mês em nossa cidade, minha mãe está a ponto de dar um ataque cardíaco, só de pensar na ideia de ter que aturar minha avó.
— Obrigada! — Forço um sorriso para não estragar a felicidade de meu pai e minha irmã, dando um abraço em cada um deles.
Eu faço uma careta quando sinto uma pontada na barriga e a dor se intensificar. O meu ciclo menstrual tinha que iniciar logo no dia do meu aniversário?
Minha mãe deposita a bandeja com uma porção de comida em meu colo, nada delicada, fazendo que um pouco do achocolatado derrame no recipiente.
Parto um pedaço da torta de morango com chantilly que mamãe sabe que é minha preferida de todos os tempos e nunca deixa faltar em meus aniversários, quando vou levar um pedaço à boca, vejo que todos me olham atentos. Não tem nada mais que eu deteste, ainda mais hoje que tudo está me deixando estressada.
Desde que abri os olhos esta manhã nada de bom aconteceu, uma das coisas ruim foi quando abri o aplicativo de mensagens e tinha uma muito fofa de Marcos me parabenizando, mas também tinha da Magda pedindo desculpas e me desejando um bom aniversário, e confesso que fiquei tentada a perdoá-la, mas daí resolvi pensar sobre e sai da conversa. Para passar o tempo, fui ver os status e logo dei de cara com o dela.
Era uma foto dela e do Diego. Ele estava dando um beijo na bochecha dela e ela esboçava um largo sorriso para a câmera. Na legenda, ela comemorava duas semanas que eles estavam juntos. Rafael me contou sobre eles semana passada, mas eu não quis acreditar, mas depois de ter visto a foto, pude comprovar que Magda não levou a sério mesmo minha lista, que achou que era apenas uma brincadeira. Sem contar que ela esqueceu completamente do mico que pagou por causa dele. Isso me encheu de raiva e vontade de descontar o tapa que ela me deu pra ver se ela acorda pra vida.
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Como não se apaixonar
Teen Fiction"Se persistirem os sintomas o livro deverá ser consultado." Luisa Lemez se apaixonou perdidamente aos quinze anos de idade, mas seu lindo romance que parecia mais um conto de fadas com todos os clichês possíveis, vai por água abaixo quando em uma be...