"Eu não estou apaixonada por você, mas poderia estar
Se você quer que eu fique, eu não vou partir
Se você
Se você precisar de mim para ir, vou com orgulho
Eu não estou apaixonada por você, mas poderia estar"
Kristen Marie – City Original SongEu desvio o olhar mais rápido que posso, mas sou pega no flagra por Marcos, ele tem um olhar reprovativo, mas eu mesmo tempo parece sentir pena de mim.
Marcos é uma das poucas pessoas que eu disse que sabe tudo sobre meu passado, afinal, Marcos era o melhor amigo dele quando tudo me aconteceu.
Nós começamos a conversar pouco depois do incidente, éramos colegas de turma, mas nunca havíamos trocado sequer uma palavra. Quando ele veio falar comigo pela primeira vez, eu já fiquei na defensiva, apesar dele aparentar ser uma boa pessoa. Porém eu já tinha me deixado levar pelas aparências uma vez e não podia deixar acontecer de novo. Ele andava com os babacas, quem podia me garantir que ele não era um também?
Eu cheguei a pensar que Marcos fazia parte de mais um plano idiota dele para me zoar, como sempre gostava de fazer. Mas Marcos me mostrou ser o oposto, ele foi gentil, educado e carinhoso comigo no momento que eu mais precisei, por isso nos aproximamos. Ele acabou se afastando de seus amigos antigos e passamos a fazer tudo juntos, nos tornamos melhores amigos e estamos até hoje assim.
Tivemos até que aguentar os comentários idiotas de algumas pessoas que achavam que tínhamos algo, só por sermos próximos, mas não dávamos ouvidos a eles. A única coisa que importava para mim era sua amizade e o poder que ele tinha para fazer com que ele ficasse longe de mim, pelo menos por um tempo.
Marcos nunca foi desrespeitoso e nunca tentou nada comigo. Ele me tratava como se eu fosse uma irmã mais nova que ele tinha a necessidade de cuidar e proteger. Eu por outro lado, comecei a ter uma pequena paixonite por ele, mas tudo acabou quando ele começou a namorar a Daniella no ano seguinte. Na verdade, eu acabei confundindo todo aquele excesso de carinho, de cuidado, nunca tinha tido um amigo homem, nunca tinha recebido tanta atenção e acho que por isso acabei confundindo tudo.
A minha mãe era uma das pessoas que achava que eu tinha algo com Marcos e por este motivo, ela me fez passar inúmeras vergonhas na frente dele, como quando ela perguntou ao Marcos se éramos namorados a primeira vez que ele foi lá em casa.
Eu tinha visto Marcos corar em minha frente pela primeira vez e devo ter ficado tão vermelha quanto ele. Meu pai que estava no sofá de frente ao nosso lendo seu jornal rotineiro, abaixou o papel depressa com os olhos tão esbugalhados quanto os de Marcos. Aquilo foi tão constrangedor para mim, quanto para todos os outros presentes ali, menos para minha mãe que achou tudo normal.
Marcos ficou sem ir à minha casa por meses e até hoje ele fica meio sem jeito, pois minha mãe não deixa de ter a esperança de que um dia ele se torne seu genro.
Sustento o olhar de Marcos por um tempo, enquanto vagava em minhas memórias, mas logo tratei de desviar também, encarando a porção de fritas em minha frente. Pelo menos ela não me olha como se tivesse pena de mim.
— Tá tudo bem? — ele pergunta, como sempre faz quando encontro o fantasma do passado.
Concordo com a cabeça, brincando com o copo de refrigerante, me controlando para não olhar para trás de novo.
— Por que não estaria? — respondo, sem o encarar.
É Luisa, por que não estaria? Você já superou ele, não superou?
O meu subconsciente grita que sim, mas o meu coração, ele diz que a resposta é não.
Que grande merda!
Como posso ajudar Mag se nem eu sei se a lista tem funcionado para mim?
Ok Luisa, não começa com essa merda de novo. A lista funcionou e ponto!
Meus pensamentos pode até tentar me enganar, mas eu, somente eu tenho o controle da situação e nada nem ninguém pode mudar isto.
Eu ajudarei Mag, ela vai parar de se apaixonar tão facilmente pelos garotos e no final estaremos felizes.Me recomponho do meu pequeno estágio de reflexão e me ajeito na cadeira, pronta para colocar o primeiro passo em ação.
Olho para Mag que dava longos goles no seu copo de cerveja que em um instante não restava mais nada. Quando ela fez menção em virar o líquido da garrafa no copo mais uma vez, seguro seu pulso a fazendo parar.
— Precisamos seguir com o combinado, assim vamos embora mais rápido, você não acha? — falo, vendo a mesma concordar com a cabeça logo em seguida. Estou tão desesperada quanto ela para sair daqui.
Ela se ajeita na cadeira, passando os dedos pela linha d'água de seus olhos tentando limpar o borrão de lápis preto que ganhou por conta das lágrimas derramadas.
— Certo. — Eu me viro um pouco para poder abrir minha bolsa pendurada no braço da cadeira e tiro o bloco de notas amarelo e a caneta azul, passando eles para as mãos de Mag. — Acho que não vai ser tão difícil assim, é só você pensar em quão cafajeste ele foi com você e logo você termina a lista. Aliás, cafajeste é um bom primeiro adjetivo — pontuo.
Mag logo numerou o papel amarelo e começou a escrever. Eu vi quando ela escreveu as primeiras letras que formariam a palavra cafajeste e dei um largo sorriso. É o meu primeiro adjetivo também.
Lembro que quando comecei com os passos, terminei minha lista no mesmo dia. Eu estava tão obcecada em acabar com o sentimento que estavam dentro de mim, que terminei os dez passos em uma semana e me senti tão mais leve depois que tudo começou a desaparecer mesmo que de pouco em pouco.
Marcos ainda me analisa, se certificando que está tudo bem. Ele se divide em beijar Dani, sorri pra ela e voltar a me olhar com seu olhar de pena. Eu sorrio para mostrar a ele que está tudo bem. Para mostrar para mim mesma que está tudo bem, mas nem ele e nem eu, parece acreditar que isto é verdade.
Ei genteeee! Como vocês estão? Por pouco que não sai capítulo hoje, mas agora consegui postar. Me perdoem por esse ser menorzinho, mas ele é importante para a história e eu não podia acrescentar mais nada nele, mas prometo que o próximo é maior e finalmente vocês vão saber pelo menos o nome de quem é "ele".
Beijos, Kami ❤
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Como não se apaixonar
Teen Fiction"Se persistirem os sintomas o livro deverá ser consultado." Luisa Lemez se apaixonou perdidamente aos quinze anos de idade, mas seu lindo romance que parecia mais um conto de fadas com todos os clichês possíveis, vai por água abaixo quando em uma be...