"Lindo!
E eu me sinto enfeitiçada
Correndo perigo
Seu olhar
É simplesmente
Lindo!..."
Rita Lee - Menino BonitoMe reviro centenas de vezes à procura de uma posição confortável na pequena cama de Jasmim, mas é impossível, já que minha irmã é extremamente espaçosa e está tomando conta de quase toda a cama. Estou a dois centímetros de cair no chão.
Ao contrário dela que parece estar se sentindo bem confortável, pois não despertou sequer um segundo até agora, eu não consigo pregar os olhos desde o momento em que meu pai apagou a luz.
Bufo quando ela joga seu braço em minha cara mais uma vez e me levanto irritada, calçando minhas pantufas, saindo do quarto.
Eu amo meus avós, mas quero que eles encontrem um lugar logo para ficar, só pra eu ter minha cama outra vez. Dormir com Jasmim um mês nessa cama minúscula não dá.
O bom de Igor ter vindo com eles, é que os mesmos decidiram que é melhor ficarem em um hotel, para ele não ter que dormir no sofá até o réveillon.
Falando no mesmo, quando passo pela sala o vejo pela divisória, sentado em uma das banquetas da ilha da cozinha, de costa para mim, o que me faz lembrar imediatamente do pesadelo que tive.
Rafael estava exatamente assim.
— Não tá conseguindo dormir? — pergunto baixinho atrás dele e o mesmo acaba tomando um susto com minha voz.
Ele se vira para mim e parece se assustar ainda mais, pois ele acaba dando um pulo da banqueta. Eu estranho sua reação, mas sou rápida em segurar o banquinho e o impedir de cair e acordar a todos.
Aprumo meu corpo, parando de frente para ele e ele me encara com a mão no coração e os olhos esbugalhados.
Eu hein, nunca vi ninguém se assustar tanto assim.
Será que ele tem algum trauma?
— Desculpa, não queria te assustar — peço, começando a ficar preocupada com tamanho espanto em seu rosto.
Igor se escora na ilha e suspira fundo.
— Droga... Tá... Tá... — gagueja, não sei se envergonhado ou ainda assustado, voltando a se sentar no lugar de antes.
Corro até o armário em busca de um copo e o encho com água pelo filtro do lado de fora da geladeira e o entrego, ficando do outro lado do balcão.
Merda. Mesmo com a pouca luz do poste que entra pela janela posso ver como ele está pálido.
Só falta ele ter um treco e eu ser a culpada.
— Igor, tá tudo bem? — Pego sua mão livre em cima do balcão e a sinto gelada e trêmula. Ele acena com a cabeça. — Você está tremendo, quer que eu chame minha avó?
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Como não se apaixonar
Teen Fiction"Se persistirem os sintomas o livro deverá ser consultado." Luisa Lemez se apaixonou perdidamente aos quinze anos de idade, mas seu lindo romance que parecia mais um conto de fadas com todos os clichês possíveis, vai por água abaixo quando em uma be...