14° Capítulo

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Só hoje que vi Igor de novo, e eu já não estou tão envergonhada como antes com a nossa situação, visto que ontem ele ficou bem a vontade e dando mole descaradamente para Mag

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Só hoje que vi Igor de novo, e eu já não estou tão envergonhada como antes com a nossa situação, visto que ontem ele ficou bem a vontade e dando mole descaradamente para Mag. O que me fez perceber que eu era a única que estava me importando com o que (não) aconteceu entre nós.

Esta é a primeira vez que vou sair de casa desde o dia que tive que lidar com Magda cantando no karaokê. Mas para ela, esta é uma data especial que devemos comemorar com milk-shake, por termos voltado a conversar.  E estou feliz com isso também, pois, foram semanas muito chatas não ter Mag me irritando com toda a loucura que é sua vida.

Ajeito meu vestido rodado preto no corpo mais uma vez e caminho até na sala, constatando pelo relógio de parede que já são quase sete da noite. Todos estão esparramados no sofá, com os olhos atentos na TV. Eu até estranho de início, minha mãe estar sentada ao lado de vovó e ainda dividindo um balde de pipoca com a mesma.

Quem vê assim nem pensa que minha mãe já colocou o pé para minha avó cair, fazendo a mesma ter uma fratura na costela. Ou que minha avó colocou pimenta no suco da minha mãe, sabendo que ela tem hemorroidas.

Mesmo com tudo isso, dou um sorriso contente, vendo que elas podem ficar bem uma perto da outra por alguns minutos.

— Vai sair, filhinha? — Minha avó questiona, me pegando no flagra por tentar sair de mansinho, mas acabo deixando o molho de chaves cair, chamando a atenção de todos.

— Oi, vó. Vou sim — falo, sorrindo. — Não disse nada porque não queria atrapalhar vocês.

— Você precisa de dinheiro, Luisa? — pergunta o meu pai, enfiando mais pipoca na boca.

— Não, eu tenho aqui.

— Vai sair com o namorado? — É a vez do meu avô questionar, arqueando as sobrancelhas insistentemente, de uma forma engraçada.

— Ela não tem namorado, pai! — Meu pai responde por mim, num tom desgostoso.

— Por que não leva o Igor? — minha mãe propõe, sorrindo para o mesmo.

— Se ele quiser ir. — Dou de ombros.

Olhamos para ele, esperando uma resposta. Igor rapidamente se levanta, empolgado, parecendo doido para sair do meio deles.

— Eu só vou pegar minha carteira! — Ele caminha até à mesa de jantar, onde a mesma está.

Vou andando na frente, para o esperar do lado de fora da casa. Por um milagre divino, está ventando bastante, o que é bom e ruim, ao mesmo tempo. O bom, é que fez muito calor pela manhã e eu já estava prestes a derreter; o ruim, é que o vento está tão forte, que não deixa meu cabelo parar quieto no lugar.

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