"Se persistirem os sintomas o livro deverá ser consultado."
Luisa Lemez se apaixonou perdidamente aos quinze anos de idade, mas seu lindo romance que parecia mais um conto de fadas com todos os clichês possíveis, vai por água abaixo quando em uma be...
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"Às vezes, você acha que vai ficar bem sozinho Porque o sonho é um desejo que você faz sozinho É fácil sentir como, como se você não precisasse de ajuda Mas é mais difícil andar por conta própria" Demi Lovato – Gift Of a Friend
Faltam apenas dois dias para o réveillon e Magda e eu ainda não voltamos a nos falar. Nós nunca passamos a virada do ano separadas desde que nos conhecemos e temo que essa possa ser a primeira. Eu estaria mentindo se dissesse que não senti sua falta nesses últimos dias, ainda mais que Marcos nem tem falado comigo direito por está correndo atrás da Dani feito um cachorrinho.
Tenho consciência da minha parcela de culpa para as coisas estarem assim, mas também sei que não sou a única. Magda não sabe um terço sequer da minha história com Rafael para praticamente ter dito que sou a culpada do nosso fim. Ontem tive uma longa conversa com minha mãe – claro que ocultando o motivo de nossa desavença. Se ela souber que tem algo a ver com Igor, não terei paz mais – que me fez enxergar que posso acabar perdendo sua amizade por conta do meu orgulho bobo e das coisas que digo a ela sempre que me dá na telha. Essa conversa me fez pensar bastante sobre a nossa amizade. Estamos passando por altos e baixos, deferindo palavras ruins que machucam uma a outra, com direito a bofetadas e tudo isto por motivos tão fúteis. Quer dizer, eu mal conheço Igor para estar com ciúmes e brigando com Magda por causa dele!
Não vou deixar que um garoto chegue assim de repente e destrua o que temos. Que se dane Igor e seu rostinho fofo, Mag é bem mais importante para mim.
E é por esses motivos e outros que estou neste exato momento, parada em frente à sua casa, disposta a não ir embora sem o seu perdão, mesmo que Mag tenha visualizado minhas mensagens e as ignorado, me bloqueando logo em seguida em todas as suas redes sociais.
Decidida, eu aperto a campainha.
A tensão e o medo de Mag nunca mais querer falar comigo toma conta de todo o meu corpo quando passa alguns segundos e ela não aparece para me atender. A porta de madeira tem um retângulo de vidro que me permite ver lá dentro. O silêncio é tudo que recebo em resposta.
São quase duas da tarde, e sei que provavelmente sua mãe já está no hospital, mas Mag não tem nenhum outro lugar para ir. Pressiono o dedo por mais alguns segundos sob a campainha e nada outra vez. Não tem ninguém.
Sinto um incômodo chato no peito só de pensar que ela possa estar no hotel com o Igor neste momento. Marcos me mandou um print ontem de um status que Mag postou. Era uma foto dela e de Igor sorrindo abertamente para a câmera, na praça de alimentação do shopping. Junto dela, Marcos mandou um: "Eles fazem um casal bonitinho, você não acha?". Essa foi a única mensagem que recebi dele durante a semana e eu apenas a ignorei.
