"Eu não quero
Perder o final de semana
Se você não me ama
Finja"
Ron Pope – A drop in the oceanO amor é uma coisa estranha. Um sentimento estranho. É estranho o poder que ele tem de deixar as pessoas estranhas. Tudo em volta estranho. Quer dizer, não que eu tenha muitas experiências com o amor, já que a única vez em que me apaixonei quebrei a cara e não me permitir sentir algo assim nunca mais, mas ver Magda, minha melhor amiga, deitada em posição fetal em minha cama, com fones de ouvido provavelmente ouvindo alguma sofrência que "representava" mais um dos seus términos, me deixa cada vez mais querendo fugir disso que as pessoas chamam de amor. Se é que o que Mag está sentindo é mesmo amor!
A real é que já estou cansada de ver minha amiga sofrer por um cara que iniciou um "relacionamento" há poucas semanas e já diz estar apaixonada e no final de semana está assim, jogada em minha cama, em pleno sábado me impedindo de ver mais uns episódios da minha série favorita. Não que eu não acredite que ela esteja sofrendo de verdade, ela realmente está, mas uma boa parte é drama que ela assiste em filmes e traz pra vida real porque acha "emocionante". Ela daria uma ótima atriz, afinal. Magda é o drama em pessoa!
E eu sei que no próximo fim de semana esse "amor" que Mag diz sentir por Diguinho acabará e ela já estará "apaixonada" por outro. É sempre a mesma coisa, um ciclo vicioso sem fim!
Mag se ajeita na cama de modo que suas costas fiquem encostadas na cabeceira. Ela me olha intrigada, talvez porque eu não disse nada desta vez. Apenas me sentei na cadeira da escrivaninha e esperei até ela parar de chorar, visto que todas as outras vezes que eu a aconselhei sobre o assunto, fui ignorada.
— Você não vai falar nada? — ela indaga, fazendo beicinho, derramando mais lágrimas.
Eu bufo entediada, pensando o que mais posso dizer, sendo que eu já havia falado tudo que havia de falar. TU-DO!
— O que você quer que eu diga, Magda? Eu já não disse tudo? — Aprumo meu corpo, ciente do drama que vem a seguir.
— Eu só queria parar de ser assim, sabe? Eu me apaixono muito fácil pelas pessoas e no fim sempre quebro a cara, sempre! — Ela soca o travesseiro, repetidas vezes.
Que bom que, pelo menos, ela tem consciência disto!
Me levanto, parando de braços cruzados de frente pra ela, pronta para dizer mais algumas verdades que vão entrar por um de seus ouvidos e sair pelo outro no minuto seguinte:
— Olha Magda, o que você precisa é parar de esperar tanto das pessoas! Não é porque o cara te beijou, vocês deram uns amassos pelos cantos, ele te levou pra cama que quer dizer que ele ama você, entende? — esclareço, vendo a mesma cair no choro mais uma vez. Talvez eu tenha sido sincera demais? — Me desculpa se estou sendo sincera demais, mas é a verdade! Você fica correndo atrás dos caras, como se estivesse desesperada, louca para viver uma história igual à dos filmes que você assiste. Desculpa por estragar seus sonhos, mas como sua amiga eu preciso dizer: príncipes encantados não existem e com toda certeza do mundo Diego está longe de sequer parecer com um deles!
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Como não se apaixonar
Teen Fiction"Se persistirem os sintomas o livro deverá ser consultado." Luisa Lemez se apaixonou perdidamente aos quinze anos de idade, mas seu lindo romance que parecia mais um conto de fadas com todos os clichês possíveis, vai por água abaixo quando em uma be...