Capítulo 5

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Acordei sobressaltada no meio da noite, ofegando. Meus sonhos foram repletos de fogo e fumaça, com um rugido alto, e sombras que só deixava eu ver o fogo ao meu redor, e a pedra em formato de ovo que eu achei no meio das chamas.

Passei as mão pelos meus cabelos encharcado de suor, passei a mão no meus pescoço eu estava muito quente. Conforme recuperei o fôlego, um som diferente preencheu o ar, gritos, e os berros de alguém.

— Feyre! Acorda— falei mexendo nela.

— Hum. Oq foi Saerah, me deixa dormin— falou ela puxando a coberta sobre si.

Outro berro, e feyre deu um salto da cama, aqueles gritos não eram agressivos, mas imperativos.

Eu e Feyre chegamos ao alto da grande escadaria, segurei a mão de Feyre, a tempo de ver as portas da frente da mansão se escancararem e Tamlin entrar correndo,o feérico aos berros jogado sobre os ombros. O feérico era quase tão grande quanto Tamlin, mas o Grão-Senhor o carregava como se não passasse de saco de grãos. Parecia ser de outra espécie de feérico inferior, a pele azul, braços e pernas esguios, orelhas pontudas e longos cabelos cor de onix. Mas, mesmo do alto das escadas, eu conseguia ver o sangue jorrando das costas do feérico.

— Minhas asas— falou o feérico, engasgando, os olhos pretos e lustrosos arregalados, encarando nada. — Ela levou minhas asas.

De novo, aquele ela sem nome que lhes assombrava as vidas. Quem era ela? Se não governava a Corte Primaveril, então talvez governasse outra.

— Ela levou minhas asas — repetiu o feérico, estremecendo violentamente— Ela levou minhas asas— disse ele outra vez.

— Fique parado— ordenou Tamlin, torcendo o retalho— Vai sangrar mais rápido.

— N-n-não— começou a dizer o feérico, e tentou se virar sobre as costas, para longe de Tamlin, daquela dor que certamente vinha quando o retalho tocava os cotocos em carne viva.

Foi instinto, ou piedade, ou desespero, talvez, que me levou a segurar o braço do feérico e empurrá-lo para baixo de novo, prendendo-o a mesa, feyre segurou o outro braço dele.

— Lucien— falou Tamlin, em um comando silencioso. Mas Lucien continuou olhando boquiaberto para as costa destruídas do feérico, para e se alargando. Ele recuou um passo. E outro. Então, vomitou em um vaso de planta antes de sair disparado da sala.

O feérico se virou de novo, e segurei firme, os braços tremendo com o esforço. Os ferimentos deviam tê-lo enfraquecido muito se eu e feyre conseguia conte-lo.

— Por favor — sussurrei — Por favor, fique parado.

— Ela levou minhas asas — chorou o feérico — Ela as levou.

— Eu sei— murmurei, forçando a minha voz mas calma— Eu sei.

— Os ferimentos não estão coagulando— disse ele, sussurrando, enquanto o feérico ofegava.

— Não pode usar sua magia— perguntou Feyre.

— Não. Não para danos tão grandes. Houve um tempo em que sim, mas não mais.

— Ela levou minhas asas— sussurrou ele.

Olhei para o feérico, sobre a mesa o sangue jorrando eu senti meus olhos se encher de lágrimas, uma lágrima então escorreu sobre meu rosto então...

— Lembrei! A flor dourada vi ela no livro  que tenho, talvez aja um jeito de curá-lo.

Sai correndo, com um pouco de esperança em min, por que eu queria salvar aquele feérico eu deveria desejar a morte dele isso sim, mas, não agora. Olhei para traz e feyre tentava o acalmar. Subi as escadas para o meu quarto. Vi uma cabeleireira ruiva no caminho.

Corte de Fogo E SonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora