Capítulo 12

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Ontem minha irmã voltou da sua tarefa impossível. Que graças a Senhora da Corte Outonal ela conseguiu limpar o chão. Mas hoje era minha vez, eles sorriram para mim quando me jogaram em um quarto imenso e escuro, iluminado apenas por algumas velas, e apontaram para a lareira alta.

— A criada derramou lentilhas nas cinzas — grunhiu um dos guardas, jogando um balde de madeira para mim. — Limpe antes que o ocupante volte, ou ele vai arrancar sua pele tira por tira.

A porta bateu, ouvi o clique da tranca, e estava sozinha.

Separar lentilhas de cinzas e brasa — ridículo, um desperdício.

Eu me aproximei da lareira apagada, e comecei a caçar as lentilhas.

Duas horas depois, meus dedos já doía, e minhas costa, embora tivesse varrido cada centímetro daquela lareira, sempre havia mais lentilhas, cada tique do relógio se tornava um aviso de morte.

— Mas que baboseira, são mesmo uns desgraçados, para que diabos caçar lentilhas...

Parei de reclamar sozinha, quando senti uma presença atrás de mim. Olhei para o atiçador — E realmente seria aquilo para tentar me defender.

Peguei ele rápido, e me virei com aquilo nas mãos como se fosse uma espada. E então a escuridão assumiu uma forma bastante familiar.

— Por mais que seja maravilhoso ver você, mesmo que seja falando sozinha, Saerah, querida — disse Rhysand, jogando na cama, a cabeça apoiada em uma das mãos —, quero saber por que está vasculhando minha lareira?

Tinha que ser ele, tinha tantos feéricos e Grão-Feéricos aqui, e tinha realmente que ser esse idiota? E a vida miserável mesmo que eu tenho. Abaixei um pouco o atiçador, e qualquer coisa eu tentaria sair correndo.

— Primeiro, não sou sua querida. Segundo estou vasculhando sua lareira por que eles disseram que eu teria de limpar as lentilhas das cinzas, ou você arrancaria minha pele, tira por tira, e é por isso que estou falando sozinha também. — de algum modo, sempre que estou perto dele não seguro minha língua, não tenho a mesma sensação que os outros de que devo ficar calada.

— Eles disseram? — Um sorriso felino.

— Disseram, devo lê agradecer por essa ideia genial? — ironizei. Ele não pode me matar, se bem, que ele pode me torturar.

— Ah, não — cantarolou Rhysand— Ninguém descobriu sobre nosso acordo, é você e sua irmã consegui ficar calada. A vergonha a está sufocando?

Revirei os olhos para ele, e imitei ele silenciosamente.

— Você revirou os olhos para mim, e ainda teve a ousadia de me imitar?— disse ele com um sorriso felino.

— Eu nunca, jamais faria isso com você, Grão-Senhor. — Ironizei para uma vez, levantei a sombrancelha e apontei para lareira. — Está limpo o suficiente para você?

— Por que havia lentilhas na minha lareira para o início de conversa?

Lancei um olhar inexpressivo para ele.

— Um dos afazeres domésticos de sua amante, acredita numa coisa dessa.

— Hum, acredito. — disse ele, examinando as próprias unhas. — Aparentemente, ela ou seus comparças acham que vou me divertir com você.

Minha boca secou, e eu arregalei os olhos.

— Ou é um teste para você — Consegui falar. — Disse que apostou em mim e Feyre na primeira tarefa. Ela não pareceu muito satisfeita com aquilo.

— E por que Amarantha iria me testa?

Vadia da Amarantha, chamará Lucien uma vez.

— Você mentiu para ela, Sobre a Clare e a  Samira. Sabia muito bem como nós era.

Corte de Fogo E SonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora