Ontem minha irmã voltou da sua tarefa impossível. Que graças a Senhora da Corte Outonal ela conseguiu limpar o chão. Mas hoje era minha vez, eles sorriram para mim quando me jogaram em um quarto imenso e escuro, iluminado apenas por algumas velas, e apontaram para a lareira alta.
— A criada derramou lentilhas nas cinzas — grunhiu um dos guardas, jogando um balde de madeira para mim. — Limpe antes que o ocupante volte, ou ele vai arrancar sua pele tira por tira.
A porta bateu, ouvi o clique da tranca, e estava sozinha.
Separar lentilhas de cinzas e brasa — ridículo, um desperdício.
Eu me aproximei da lareira apagada, e comecei a caçar as lentilhas.
Duas horas depois, meus dedos já doía, e minhas costa, embora tivesse varrido cada centímetro daquela lareira, sempre havia mais lentilhas, cada tique do relógio se tornava um aviso de morte.
— Mas que baboseira, são mesmo uns desgraçados, para que diabos caçar lentilhas...
Parei de reclamar sozinha, quando senti uma presença atrás de mim. Olhei para o atiçador — E realmente seria aquilo para tentar me defender.
Peguei ele rápido, e me virei com aquilo nas mãos como se fosse uma espada. E então a escuridão assumiu uma forma bastante familiar.
— Por mais que seja maravilhoso ver você, mesmo que seja falando sozinha, Saerah, querida — disse Rhysand, jogando na cama, a cabeça apoiada em uma das mãos —, quero saber por que está vasculhando minha lareira?
Tinha que ser ele, tinha tantos feéricos e Grão-Feéricos aqui, e tinha realmente que ser esse idiota? E a vida miserável mesmo que eu tenho. Abaixei um pouco o atiçador, e qualquer coisa eu tentaria sair correndo.
— Primeiro, não sou sua querida. Segundo estou vasculhando sua lareira por que eles disseram que eu teria de limpar as lentilhas das cinzas, ou você arrancaria minha pele, tira por tira, e é por isso que estou falando sozinha também. — de algum modo, sempre que estou perto dele não seguro minha língua, não tenho a mesma sensação que os outros de que devo ficar calada.
— Eles disseram? — Um sorriso felino.
— Disseram, devo lê agradecer por essa ideia genial? — ironizei. Ele não pode me matar, se bem, que ele pode me torturar.
— Ah, não — cantarolou Rhysand— Ninguém descobriu sobre nosso acordo, é você e sua irmã consegui ficar calada. A vergonha a está sufocando?
Revirei os olhos para ele, e imitei ele silenciosamente.
— Você revirou os olhos para mim, e ainda teve a ousadia de me imitar?— disse ele com um sorriso felino.
— Eu nunca, jamais faria isso com você, Grão-Senhor. — Ironizei para uma vez, levantei a sombrancelha e apontei para lareira. — Está limpo o suficiente para você?
— Por que havia lentilhas na minha lareira para o início de conversa?
Lancei um olhar inexpressivo para ele.
— Um dos afazeres domésticos de sua amante, acredita numa coisa dessa.
— Hum, acredito. — disse ele, examinando as próprias unhas. — Aparentemente, ela ou seus comparças acham que vou me divertir com você.
Minha boca secou, e eu arregalei os olhos.
— Ou é um teste para você — Consegui falar. — Disse que apostou em mim e Feyre na primeira tarefa. Ela não pareceu muito satisfeita com aquilo.
— E por que Amarantha iria me testa?
Vadia da Amarantha, chamará Lucien uma vez.
— Você mentiu para ela, Sobre a Clare e a Samira. Sabia muito bem como nós era.
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Corte de Fogo E Sonhos
FanfictionSaerah Archeron, uma garota com um destino muito misterioso e talvez até cruel. A quarta filha dos Archeron, ela e sua irmã Feyre tomaram uma decisão perigosa na floresta, e essa pequena decisão ira mudar a vida das duas.