Cassian podia exibir sorrisos arrogantes e vulgaridade na maior parte do tempo, mas, no ringue de luta em um pátio escavado da rocha no alto da Casa do Vento, na tarde seguinte, ele era um assassino a sangue frio.
Eu estava deitada literalmente deitada no chão, eu nem sentia minhas pernas. Feyre e Cassian estavam conversando, já que Cassian teve a bondade de nós dar um tempo. Azriel e Rhys estavam lutadando.
E pelo caldeirão, que corpo.
Rhys e Azriel tinham as mesmas tatuagens e... pelo caldeirão esse dois tem um corpo maravilhoso.
Sacudi minha cabeça repetindo para mim mesmo, Rhys era um idiota arrogante e o Azriel... com toda certeza apaixonado pela Mor.
Mais eles são divinos, os três são, mas tinha alguns defeitos.
Sorri comigo mesma, lembrando que tenho defeitos também. Mas logo meu sorriso sumiu algo pesou dentro de mim, defeitos, tentei não pensar em tudo que eu tinha feito e o que eu tenha sentido, desde, desde o passeio por Velaris.
Meu dragão estava deitado, queria olhar para ele e sorrir, mas tudo o que eu tinha feito me atormentava tanto.
Eu estava até me divertindo, mas a felicidade pode ir embora tão rápido, quando se tem a culpa e a vida de pessoas que vão me atormentar.
— Voltem para o ringue — mandou Cassian — Nada de exercícios para a musculatura central. Apenas punhos. Quer ser engraçadinha, Feyre, então aprenda se defender.
— E o que eu tenho haver com isso? — gritei para Cassian me levantando.
— As duas, trinta séries de dois socos cada; depois, quarenta; depois, cinquenta. — fez um gesto de sofrimento.
Respirei fundo, e comecei a socar a almofada. Várias e várias vezes.
Será que algum dia vou conseguir superar as mortes daquelas pessoas que eu matei?
Será que devo me sentir culpada por beber sangue e talvez ter gostado? Mas se eu gostei, por que me sinto culpada? E será que está no meu sangue ser uma assassina compulsiva?
Meu pai ele fez coisas ruins, mas eu até quero o conhecer, sera que devo me sentir culpada por isso também?
Parei de socar a almofada quando ela rasgou. E eu caí de joelho, os meus olhos estavam ardendo mas eu não iria chorar.
Todos param e senti a atenção deles em mim.
Eu me levantei, mas ainda de cabeça baixa. E um corpo masculino coberto de suor parou diatr de mim. Dedos carinhosos ergueram meu queixo até que eu olhasse para cima... para o rosto de Rhysand.
As asas de Rhys nós envolveram, nos encasularam, a luz do sol projetou a membrana em dourado e vermelho. Além de nós, do lado de fora, os sons de aço contra aço — Cassian e Azriel lutando — começaram, e o barulho de soco não continuou, mas ouvi o barulho de passo dando uma certa adistansia, Feyre deve ter ido se sentar.
— As pessoas que você teve que matar, você vai sentir isso para sempre, todos os dias pelo resto da sua vida. Sobre o sangue, eu vou descobrir o porquê, e você não precisa se sentir culpada, e você não é que nem o seu pai.
Rhys limpou uma lágrima que escapou. Virei meu rosto desviando de seu roque.
— Sabe, você é o Grão-Senhor mais poderoso da história... será que isso quer dizer que a gota que eu e Feyre recebemos de você tem mais força que as dos demais?
— Tente. — Rhys inclinou o queixo em minha direção, e suas asas retornaram conforme ela as recolheu graciosamente atrás do corpo — Veja se consegue conjurar a escuridão. Não vou pedir que tente atravessar — acrescentou, com um sorriso.
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Corte de Fogo E Sonhos
FanfictionSaerah Archeron, uma garota com um destino muito misterioso e talvez até cruel. A quarta filha dos Archeron, ela e sua irmã Feyre tomaram uma decisão perigosa na floresta, e essa pequena decisão ira mudar a vida das duas.