Capítulo 30

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Recebemos uma suíte de quartos conectados, todos centralizados ao redor de uma grande e exeberante sala de estar, que se abria para o mar e para a cidade abaixo. Meu quarto era decorado na cor da espuma do mar e no mais suave tom de azul, com detalhes em dourados.

Ouvi passos vindo na direção do quarto, a porta branca atrás de mim se abriu com um clique e Rhys entrou.

Ele se recostou à porta depois de fecha-la, com a parte de cima da túnica preta desabotoada revelando as espirais superiores da tatuagem que lhe cobria o peito.

- O problema, percebi, será que gosto de Tarquin - disse Rhys, como um cumprimento. - Até mesmo gosto de Cresseida. Varian, eu poderia viver sem ele, mas aposto que algumas semanas com Cassian e Azriel, e eles seriam como unha e carne, e eu precisaria aprender a gostar dele. Ou estaria envolto nos dedos de Amren, e eu precisaria deixa-lo em paz de vez, ou arriscar sua irá.

- E? - Ocupei um lugar contra a cômoda, na qual roupas que eu não tinha levado, mas que, obviamente, vinham da Corte Noturna, já esperavam por mim.

- E - emendou Rhysand - quero que encontre uma forma de fazer o que precisa fazer sem torná-los inimigos.

- Então, está me dizendo para não ser pega.

Um aceno.

- Gosta que Tarquin não consiga parar de a olhar? Não sei se é porque a quer ou porque sabe que tem o poder dele e quer ver quanto.

- Talvez seja os dois motivos.

- É claro, Mas ter um Grão-Senhor a desejando é um jogo perigoso.

- Primeira, você tenta me provocar com Cassian, agora, com Tarquin? Vai ter que encontrar outras formas para me irritar.

Rhys se aproximou, ele estendeu as mãos de cada lado meu, apoiando-as na cômoda. Eu me recusei a encolher o corpo.

- Você tem uma tarefa aqui, Saerah. Uma tarefa sobre a qual ninguém pode saber. Então, faça o que for preciso para realizar-la. Mas consiga aquele livro. E não seja pega.

- O que for preciso? - As sobrancelhas de Rhys se ergueram. Sussurrei: - Talvez eu deva trepar com Tarquin, sabe, os machos costumam ficar bastante indefeso, isso é uma coisa que eu sei muito bem.

As pupilas se Rhys se dilataram, e o olhar recaiu sobre minha boca. A cômoda de madeira rangeu sob suas mãos.

- Você diz coisas tão atrozes. - prendi a respiração, Rhysand por fim me encarou de novo. - Você é livre para fazer o que quiser, com quem quiser. Então, se quer montar Tarquin, vá em frente.

- Talvez eu monte. Não, talvez não. - Lembrei que não tava respirando e minha respiração saiu pesada, dei um sorriso malicioso. - eu vou, monta-lo.

- Tudo bem. - A respiração de Rhys acariciou minha boca.

- Tudo bem. - respondi, ciente de cada centímetro entre nós. Tomei coragem e o impurrei e lhe dei as costa.

- Não - disse Rhys, baixinho, os olhos parecendo estrelas - coloque está missão em risco.

- Eu conheço o custo. - Rhys chegou perto de mim, bem perto.

Ele inclinou a cabeça na direção da vela apagada na cômoda.

- Acenda.

Não precisei de tanto esforço assim e a vela foi derrubada da cômoda por um jato violento de água, como se alguém tivesse virado um balde cheio.

Tirei o olho de lá, e me virei encarando Rhys.

Rhys, riu baixinho. E travamos bem próximos.

- Não consegue seguir ordens?

Corte de Fogo E SonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora