Capítulo 4 - Dois Mundos

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POV SAM

        Uma vez que a situação parecia estar sob controle na medida do possível, saio da área de espera a passos largos, saco o telefone do bolso e aciono a base para discutir algumas mudanças com minha equipe.

— Kirk? Como se saíram? — Ele atende no primeiro toque.

[Excelente, senhora! Fizemos uma varredura completa e a única vítima que precisou ser hospitalizada foi a que a senhora resgatou]

— Certo... — Solto um suspiro cansado — Diga à equipe que não retornarei hoje, mas que eles estão de parabéns. Outra coisa, Kirk, você poderia cobrir a escala noturna por alguns dias?

[Por quantos dias, senhora?]

— Não sei exatamente, mas talvez... umas duas semanas? — Pelo tempo que elas precisarem era o que eu queria dizer, mas não disse.

[Se eu cobrir, a senhora antecipa minhas férias?] — Ele tenta negociar de volta e eu fecho a cara.

— Hum... Se eu precisar de mais do que duas semanas e você cobrir, antecipo e dobro suas férias. — Faço uma contraproposta que seja atraente para ele e muito conveniente para mim.

[Começo hoje mesmo! Até logo, chefinha.] — Ele concorda animado e desliga antes que eu pense melhor.

         Sinto um incômodo estranho ao pensar na animação de Kirk com a ideia de que eu possa precisar de mais do que duas semanas. Afasto o pensamento sombrio, pois não vamos precisar. A comunidade de duas pessoas estará segura e bem, muito antes do que ele imagina! Repito isso em minha mente como um mantra enquanto sigo em direção a recepção novamente.

       A ansiedade tomava conta de mim enquanto eu me aproximava. Minha mente focada em um único objetivo: ver o recém-nascido, bebê da Mon. Eu sabia que as regras do hospital eram rígidas e que eu não era considerada parente, mas não poderia deixar essa barreira me deter. Com um sorriso gentil, me aproximei do recepcionista.

— Com licença, eu sei que o caso da paciente Mon é delicado, mas estive envolvida no resgate e acompanhei a situação desde o início. Com quem eu poderia falar sobre a possibilidade de visitar o bebê? — tento da maneira mais educada possível.

O recepcionista me olhou com desconfiança, claramente ciente das políticas do hospital.

— Lamento, mas apenas familiares diretos são autorizados a entrar na unidade neonatal. É uma questão de segurança e privacidade.

Eu respiro fundo, mantendo meu tom de voz calmo e persuasivo.

— Entendo completamente as preocupações do hospital. No entanto, gostaria de ressaltar que estive presente no momento crítico do resgate, inclusive te digo que eu mesma as tirei do incêndio, assim, nós dividimos da mesma preocupação. E, bem, eu posso vê-la de longe, apenas para saber como está.

          Percebendo que minha argumentação começava a surtir efeito, continuei.

— Sei que você está seguindo as regras, mas peço que considere abrir uma exceção neste caso. O meu objetivo é apenas oferecer meu apoio a Mon e ao bebê. Prometo seguir todas as orientações e não causar nenhum transtorno.

           Enquanto eu ainda falava, o enfermeiro Nop se aproximou e interveio na conversa. 

— Saint , eu a conheço e posso atestar seu comprometimento e envolvimento nessa situação. Acredito que dadas as circunstâncias únicas e a dedicação de Sam, uma exceção poderia ser feita para permitir que ela veja o bebê, sob a devida supervisão, é claro.

FIRE LOVE - MonSamOnde histórias criam vida. Descubra agora