FIRE LOVE - MonSam

Capítulo 17 - Distantes

 * ⚠  ALERTA DE GATILHO NESTE CAPÍTULO, NO TEXTO ABAIXO CONTÉM DESCRIÇÃO DE AGRESSÃO FÍSICA, USO DE DROGAS E TORTURA PSICOLÓGICA QUE PODE CAUSAR GATILHO OU DESCONFORTO * 

POV MON

Dia 1

Um vento suave está trazendo a maresia até mim, e enquanto as lágrimas insistem em descer no meu rosto, seguro a xícara com as duas mãos a envolvendo de modo que pelo menos assim eu consiga trazer calor aos meus dedos gelados. Estou observando o reflexo da lua sob o mar que fica de frente para minha varanda, parece uma pintura. Seria um cenário perfeito do que imaginei um dia trazer Luna para férias de verão, se não fosse a tragédia que nos acompanha agora. Fico mais um tempo ali refletindo sobre tudo o que Samanun me disse, as provas de investigação e principalmente sobre minha melhor amiga. As provas que meus ouvidos ouviram não se encaixam na visão que tenho de sua convivência comigo em todos esses anos. Foi a pessoa que mais confiei em toda minha vida. Até ela aparecer e cuidar de nós, Sam.

Penso nos momentos que tivemos juntas e os cuidados dela com Luna. Tão perfeita e tão protetora. Minha cabeça está uma bagunça, mas meu coração principalmente, porque pela primeira vez tenho certeza do que sinto e isso me assusta. É inevitável não sentir, é impossível não se apaixonar por Samanun.

Vou até a cama e observo Luna que repousa em um sono tranquilo e nem imagina a bagunça a nossa volta antes mesmo da sua chegada, só posso agradecer aos céus pela sua saúde e por ser tão tranquila. Percebo outra lágrima cair solitária, desta vez de alegria, limpo com a barra do meu moletom. Vou até o banheiro para escovar os dentes e lavar o rosto e volto para a cama ao lado da minha coelhinha, sinto o cheiro dos seus cabelos, e como um sonífero adormeço.

Ouço Luna chorar bem baixinho, mais como um resmungar, para sinalizar que já acordou e isso me faz sorrir mesmo antes de abrir os olhos para me acostumar com a claridade, olho para o lado e me lembro que não estou na casa de Yuki e nada disso foi um sonho, então ouço ela chorar novamente e me aproximo.

- Bom dia meu amorzinho, como você dormiu? humm? Está com fome? Eu sei meu amor, a mamãe também está sentindo falta de casa. - Casa, e principalmente dela.

Ao ouvir minha voz ela cessa o choro e me olha com os olhos que parecem uma galáxia com milhões de estrelas ainda com lágrimas, e solta um suspiro pesado. Dou um sorriso em sua direção, me aproximo e deixo um beijinho em cada lado de sua bochecha agora gordinha e a pego no colo para levantar. Vou até a varanda com ela e observo o lindo dia de sol que faz, bali é paradisíaca e a praia me parece tão convidativa hoje, um refúgio que preciso aproveitar. Vou em direção ao banheiro para tomar banho com Luna e aproveito a banheira e entro com ela, um momento nosso que sempre idealizei e que também foi nosso último antes do seu nascimento. No dia do incêndio.

Após o nosso banho e nos vestir, olhei em direção a mesa do lado da cama e luto contra a vontade de ligar o celular para falar com Sam e também com Yuki. Gostaria de esclarecer do meu jeito, mas preciso esperar a investigação. Vou até a porta com Luna para poder conhecer a casa dos pais de Samanun e vejo Lia terminando de preparar a mesa de café da manhã. Assim que nos vê, ela abre um sorriso que também devolvo.

- Bom dia senhorita Mon, espero que tenha tido uma boa noite de sono junto com a pequena, já preparei o café da manhã. Tomei liberdade de preparar a mamadeira da bebezinha e está aqui também.

- Oh, obrigada! Dormimos muito bem sim, Luna estranhou um pouco o ambiente mas está bem.

- Imagino, a viagem foi longa para ela! Bom.... A pequena S antes de sair ontem me informou que chegaria hoje esses pacotes para a senhorita, um celular e um notebook para entrar em contato com ela.