Capítulo 28 - Futuro

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Aviso: Não é a nossa maior atualização, mas é uma importante. Leiam com carinho, estamos praticamente no fim. Boa leitura, pessoal!

          POV SAM

         Quando finalmente chegamos ao hospital, não sei dizer se pelo balanço da ambulância no caminho, mas minha ânsia de vômito parecia pior. A claridade das luzes martelava no fundo dos meus olhos. Eu desejava poder mantê-los fechados, mas o olhar de angústia no rosto de Mon fazia com que eu os mantivesse abertos. Curiosamente, o brilho em seus olhos suavizava qualquer desconforto. Era incrível como olhar para ela sempre era fácil, desde o primeiro instante em que a vi.

           Na recepção, enfrentamos um impasse. Mon não pôde me acompanhar, já que estava com a coelhinha nos braços, e tivemos que nos separar. Ela deixou um beijo no alto da minha cabeça, e eu deixei um beijo nas bochechas da pequena babona em seu colo. Logo a equipe me proibiu de levantar da maca, e eu tentei olhá-las por entre as grades laterais enquanto nos afastavam.

— Se você pensar em morrer antes de viver uma vida inteira comigo, Samanun, eu mesma te mato! — ela me alertou de longe, sua expressão brava era absurdamente fofa.

           Então, eu simplesmente pulei da maca.

          Seus olhos se arregalaram de susto, e ouvi a equipe de enfermeiros me chamando com urgência enquanto corriam atrás de mim. No entanto, eu já havia dado passos largos em direção a ela, e assim que a alcancei, minhas mãos seguraram as maçãs de seu rosto, e meus lábios encontraram os seus sem aviso prévio.

— Agora, é você quem tem uma ruga aqui. — Eu sorri e deslizei a ponta do meu nariz entre suas sobrancelhas para desfazer o nó presente, exatamente como ela havia feito comigo. — Mas foi apenas um arranhão, meu amor! Assim que eles me deixarem sair, nós vamos adotar um cachorro e ter mais quatro filhos. Cem vidas inteiras eu quero viver com você!

          Eu falei tudo em um fôlego só e seus olhos brilharam de uma forma que eu nunca havia visto antes, como um espetáculo de luzes que iluminavam toda a minha vida até aqui. A luz dos seus olhos fazia a minha vida inteira ter um sentido. Ela me fazia sonhar alto, e eu voaria sem medo de quebrar, porque, no final, eu ainda teria os seus olhos como um lugar seguro para pousar.

— Isso é uma promessa? — Ela perguntou com a voz trêmula, parecendo segurar suas próprias emoções.

— É um juramento. — Respondi com firmeza, vendo seu sorriso espelhar o meu, e meu coração cresceu no peito.

— Senhorita, não pode sair da maca até receber uma avaliação da equipe cirúrgica! — Senti um par de mãos me tocarem, e embora não aplicassem força, estavam me incentivando a seguir suas orientações e voltar à maca.

— Deixe eles te ajudarem, ok? Seja boazinha! — Ela pareceu perceber minha resistência, mas eu logo cedi diante daquele pedido. — Fique bem, amor... Eu já volto.

            Confesso que um alívio percorreu todo o meu corpo quando voltei a deitar na maca. Isso se deu por duas razões claras. Em primeiro lugar estava a constatação de que esse cenário era totalmente diferente do meu pesadelo, melhor. Segundo, a dor de cabeça estava me deixando tonta, e agora eu poderia pedir analgésicos sem deixar Mon ainda mais ansiosa. Com isso em mente, assim que Mon e eu não estávamos mais juntas, toquei no braço do enfermeiro que conduzia a maca.

— Acho que minha dor de cabeça está prestes a me fazer vomitar. – Sussurrei, sentindo o revirar do estômago.

          Ele prontamente me entregou um pequeno saco plástico, e ali, deitada e com os olhos fechados, inclinei a cabeça para o lado e liberei todos os petiscos que tinha beliscado naquela noite.

FIRE LOVE - MonSamOnde histórias criam vida. Descubra agora