Capítulo 9 - Sagrado

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POV SAM

Cada batida do coração de Mon, ritmada e reconfortante, parecia ecoar em meu peito. Era como se nossos corações estivessem em perfeita sintonia, batendo como um só. O abraço era um diálogo mudo, uma troca de energia que transmitia gratidão e ao mesmo tempo uma profunda conexão. Dentro de seu abraço eu estava caindo em um espiral de algum precipício que eu havia me atirado com alegria. E ainda era um instante de paz, onde todas as preocupações e incertezas eu estava deixando de lado.

— Você voltou... — Sussurro, quase sem acreditar.

— Sim, você começou a me ameaçar. — Ela fala em uma voz fraca e eu não seguro a risada.

— Situações extremas exigem medidas desesperadas! — Devolvi como defesa.

E logo fui presenteada com o som de sua risada cristalina, uma sinfonia encantadora e delicada. Eu acho que estava derretendo. O que estava acontecendo comigo? Me afasto do abraço com calma, para não machucá-la, mas com medo das sensações que eu estava sentindo.

— Sam, eu preciso ver a coelhinha. — ela disse de repente, muito séria.

— Sim! — Eu pulei para trás, conseguindo entrar em perspectiva de novo. — Eu vou avisar a equipe médica que você despertou e depois eu vou correndo na ala neonatal para trazerem a Lu... Digo, a sua coelhinha. E você vai ficar bem! Ela também vai adorar te conhecer. Ela nem precisa mais de oxigênio, e ela é linda e você tem que ver como ela é a mais cheirosa de todos os bebês do mundo e também..

— Sam? — Ela me interrompeu rindo de novo, a sinfonia reverbera na minha alma e outra vez não entendo o que está acontecendo comigo.

— Desculpe. — A euforia estava me fazendo falar demais, sinto a vergonha tocando meu rosto e lhe dou as costas antes que ela veja. — Eu já volto, não tire nenhum cochilo enquanto isso!

Ainda posso ouvir sua risada enquanto estou saindo do quarto. Lá fora eu ando em passos tão apressados que quase não se diferencia de uma corrida. Encontro a equipe médica responsável pelo plantão de hoje e os comunico do despertar da paciente Mon. Eles concordam que se ela me reconheceu, imediatamente deveria ter acesso a sua filha. Saio disparada para a ala neonatal, agora eu estou correndo mesmo. Preciso colocar para fora essa tonelada de adrenalina que estou sentindo no meu corpo de alguma forma.

— Park! Park! Park! — Não estou gritando, mas a maneira esbaforida que chego na área do berçário já assusta a enfermeira conhecida.

— Shiiiiiiu! — Ela fecha a expressão pra mim. — Samanun! Estamos com algum incêndio por acaso?

— Não! Eu estou sem equipamentos, vê? — Respondo como se fosse óbvio, só depois percebo que ela estava me repreendendo.

— Vejo. — Ela balança a cabeça negativamente e solta um suspiro cansado. — Nós já fomos informados, e eu estou justamente arrumando a bebê para levar até ela.

Enquanto observava atentamente a enfermeira Park, meus olhos se fixaram nos seus movimentos cuidadosos e precisos. Cada gesto era feito com uma delicadeza impressionante, como se ela estivesse dançando uma coreografia mágica e única. As roupinhas escolhidas para a pequena Luna eram verdadeiras preciosidades. Um macacãozinho de algodão suave, na cor branca, adornado com pequenos detalhes em renda delicada. O tecido parecia acariciar a pele da bebê. Por cima do macacão, havia um cardigan de tricô em tom pastel, com botões de pérola que reluziam à luz. Era uma peça delicada e charmosa, perfeita para protegê-la do frio e adicionar um toque de elegância ao seu visual. Nos pezinhos meus olhos encontraram um par de meias de tricô, feitas à mão com fios que pareciam macios e amorosos. Talvez Yuki tenha preparado tudo isso.

FIRE LOVE - MonSamOnde histórias criam vida. Descubra agora