FIRE LOVE - MonSam

Capítulo 16 - Primeiro Medo (Parte II)

POV SAM

Estamos a bordo do avião, voando em direção a um destino exótico porém muito conhecido para mim. Meu pai, um experiente piloto, é quem está comandando a aeronave, enquanto eu me acomodo em meu assento ao lado de Mon, que se recusou a me deixar pilotar porque não podia soltar a minha mão nem por um segundo. Por fora, eu mantenho uma expressão serena, mas por dentro, minha mente está cheia de pensamentos obsessivos.

Enquanto o avião ganha altitude, minha atenção se divide entre a paisagem que se desdobra diante de nós e as inúmeras questões que ocupam minha mente. Mon, ao meu lado, está absorta em seus próprios pensamentos, ela cuida de Luna como seu ponto principal de foco e atenção, eu sei que ela está se esforçando para não ter outra crise, então ajudo sempre que posso e vez ou outra beijo seus cabelos e sussurro que estou aqui e que vai ficar tudo bem.

- Para onde estamos indo? - ela me pergunta depois de um tempo de voo.

- Para a casa dos meus pais. - digo de maneira simples, sabendo que papai ficaria irritado me ouvindo dizer isso.

- Estamos longe? - sua voz soa frágil, tão distante da moça atrevida que eu estava acostumada.

- Não muito, eu prometo. - falo com segurança e deixo outro beijo cuidadoso em seus cabelos.

Enquanto voamos, minha mente trabalha freneticamente, traçando planos e estratégias. Meu desejo de voltar e mergulhar de cabeça na investigação é quase irresistível. E na ponta oposta desse desejo eu vejo a dor em ter que deixá-las. Olho discretamente para Mon e a pequena ao meu lado, e começo a sentir as pontadas da angústia. Repito que vai ficar tudo bem e desta vez é para mim mesma.

O voo durou quase 4 horas, mas após desembarcarmos no aeroporto privado, ainda tivemos que fazer uma curta viagem de carro até o destino final. Em outras circunstâncias, estaríamos apreciando as belas paisagens de Bali. Hoje não, a noite estava sem estrelas, o que não era comum, mas combinava com meu humor.

- Chegamos. - comunico a ela quando podemos sair do carro e seguir em direção à casa.

Ela sorri minimamente e me acompanha para fora do carro. A casa está em uma região reservada, situada em um ponto alto da costa, isolada, porém com uma vista para o mar azul-turquesa e as praias de areia branca. Ao entrarmos, fomos recebidas por uma brisa suave e o aroma de flores tropicais. O interior da casa era um verdadeiro refúgio de tranquilidade e sofisticação. Eu esperava que os móveis rústicos e os detalhes cuidadosamente escolhidos que refletiam a beleza e a cultura local também pudessem impressionar Mon. Meu desejo era que ela se sentisse confortável como talvez estivesse ao luxo de suas coisas.

- Oh, Sam! Não acredito que você veio! - somos recebidas por Lia, a mulher gentil que cuidava da casa desde sempre.

- Oi, Lia! Sim, é bom ver você. - mostro um meio sorriso e a abraço quando ela se aproxima. - Esta é Mon e a pequena dorminhoca em seus braços é a Luna.

- Muito prazer. - Mon estende a mão, mas é pega por um abraço lateral também.

- O prazer é meu! Tão raro alguém conseguir trazer a pequena S. aqui! - Lia está com um sorriso largo.

- Eu não vou ficar desta vez também, Lia. - aviso de antemão, triste em decepcioná-la.

- O que? - agora é Mon que parece surpresa.

- Vem, eu vou te apresentar a casa. - seguro na mão de Mon. - Lia, você pode preparar alguma coisa para Mon?

- Já está pronto, vou colocar os pratos na mesa. - A senhora adorável se retira e eu levo Mon pelos cômodos para apresentar tudo rapidamente.