Capítulo 12 - Convite

4.7K 625 183
                                    

Desperto algumas horas depois com o aroma acolhedor do café fresco. Sem ter ideia de quanto tempo estive dormindo, virei-me na cama com os olhos pesados, procurando pelo relógio. Marcam 08:30, levanto abruptamente enquanto as últimas lembranças começam a ocupar minha mente. Onde estão Luna, Sam e Yuki?

 ... ela ainda sente dor, mas não reclama muito... — Ouço a conversa distante, na cozinha talvez.

 Os médicos não deixaram analgésicos?  Sam responde e meu coração acelera ao ouvir sua voz.

Ela não se foi! Tropeço nos meus próprios pés, ansioso para sair imediatamente do quarto, mas travo na porta. Me sinto um cone de trânsito velho atropelado por um caminhão. Como vou encontrá-la assim? Até mesmo no uniforme de bombeira, ela parece uma Ferrari! Meu Deus, especialmente naquele uniforme. Mas ela esperou até agora, não é? Ela vai aguardar até eu tomar pelo menos um banho.

Por fim, sei que estou demorando mais do que deveria, mas não consigo resistir a abusar do tempo embaixo do chuveiro, usando todos os produtos mais perfumados que encontro no banheiro. Escolho uma roupa que me favoreça e aplico uma maquiagem leve. O que estou fazendo? Preciso sair logo desse quarto antes que a Yuki não consiga mais manter a língua dentro da boca. Neste momento, quero causar uma boa impressão, mesmo que todas as circunstâncias tenham estado contra mim até agora. 

— Bom dia.  Cumprimento as duas quando finalmente as encontro.

— Nossa! Eu achei que tinha entrado em coma de novo.  Yuki brinca assim que nossos olhares se encontram. Eu me aproximo e beijo seus cabelos.

— Engraçadinha! — Contenho o impulso de mostrar a língua na frente de Sam.

— Bom dia, Mon. Você conseguiu descansar? — A voz confiante de Sam provocava uma sensação mágica de cócegas sob minha pele.

— Bom dia, Sam.  Eu a olho finalmente e ela abre aquele sorriso hipnótico que me desconcentra.

Ela parece perfeita, mesmo depois de uma noite desperta. E Luna está em seus braços ainda, escondida atrás de seus cabelos sedosos, parece tranquila demais para uma criança que causou tanto alvoroço na última noite. Sam desvia o olhar para a pequena e sorri genuinamente como se não se importasse com todo trabalho que estávamos dando. Eu olho para aquela imagem e meu coração dispara outra vez. Você é real?

 Er... sim, eu consegui descansar. Não sei como te agradecer.  Respondo sentindo minha boca um pouco seca.

— Você pode pagar! Lembra?! Você disse que pagaria se eu interpretasse o que ela precisava. — Ela não me olha enquanto fala, mas consigo perceber que está segurando o riso.

— E quanto eu te devo? — Além da minha vida.

— Eu estava brincando, Mon. — Ela vira o rosto para mim, e posso notar que está corada, e eu só quero que ela aceite mesmo um pagamento.

— Eu posso pagar um jantar? — Arrisco, esperançosa; Diga que sim!

— Não precisa pagar nada, eu só estava fazendo uma piada.

— Eu não...  E ainda insisto no jantar. Posso? — E desta vez lanço mão da minha melhor expressão de súplica, talvez eu esteja jogando um pouco baixo agora.

— O que? Não, eu não quero nenhum tipo de pagamento... — Ela parece perdida nas palavras.

— Considere como uma forma de agradecimento. Por favor? — Faço um bico sutil, um pouco menos extravagante do que a coelhinha já sabia fazer, mas tão apelativo quanto;  

FIRE LOVE - MonSamOnde histórias criam vida. Descubra agora