As horas que se sucederam após o primeiro aparecimento de Oliver, mais vivo do que nunca, foram uma verdadeira loucura de insanidade, todos os seguranças do Zoológico foram mobilizados, em um recrutamento uno, tipo a caçada às bruxas.
Foram divididos entre dois grandes grupos, totalizando 50 homens, fora Benjamin e meu tio. Metade para organizar a bagunça que ficou a ala 28, os demais foram designados para uma caçada ao homem, 25 Seguranças fortemente armados, com tudo que se possa imaginar que derrote um vampiro, lobisomem, bruxo, ou o que for encontrar pela frente, em meio a mata, local onde meu pai julgou que ele tenha fugido, se é que ele fugiu, de alguma forma, parece que eu consigo senti-lo, e sei que ele não está muito longe.
Bem, tivemos ordens expressas para ficarmos dentro de casa, escondidos, Rebeca respeitou, claro, e se trancou em sua casa, obrigando Felipe a ficar com ela, como se o garoto fosse conseguir protegê-la de algo. Já eu, por um certo tempo, fiquei dentro de casa, em meu quarto, vendo algumas fotos do álbum da família. Mas, vi que ficar em casa, além de tedioso, era tudo uma grande idiotice, pois, se caso Oliver quisesse entrar para me fazer mal, ele entraria, então, já se fazem uns 30 minutos que eu saí de casa, e sentei-me aqui em um balanço, para aproveitar todas essas estrelas no céu, amo contemplar a imensidão do espaço em noites estreladas, bem, o frio não está ajudando muito, mas, de certa forma, eu gosto do clima, me faz esquecer todo o ocorrido.
Nestes momentos de solidão, diversos pensamentos assolam meu peito, me bate a saudade de minha mãe, da vovó, que quando estavam vivas, eu não passava por nada disso, situações que me deixam para baixo sempre.
Vez ou outra, minha atenção vagava pelo campo à minha frente, que, apesar da noite, era possível ver alguns animaizinhos passeando tranquilo, eles nem sabem o mal que está a solta.
- Hummmmm, seus pensamentos correram por todos os cantos, e chegaram a mim. – Uma voz, já bastante familiar se faz presente, olho para os lados e não vejo ninguém. Olho para trás, também não há uma pessoa sequer, isso me deixa um pouco aflito, não sei se o som vem de minha mente, ou se ele está realmente aqui comigo, se sim, talvez eu esteja em perigo e este seja meu fim.
- Onde você está, e-eu não te vejo. – Respondo-o, inseguro, com medo, e na intenção de avistá-lo, para talvez me proteger, ou ver uma maneira de correr e me esconder, eu deveria ter ficado dentro de casa, puta merda! Mas agora é tarde, o jeito é encarar meu destino, seja lá qual for.
- Você pensa demais, credo! Claro que não me vê, você olhou apenas para suas periféricas, olhe pra cima, criança. – A voz se pronunciou, e eu automaticamente levanto meu rosto, Oliver estava sentado na barra do balanço, com uma taça na mão, olhando para mim, o homem dá apenas uma piscadinha com o olho direito, e pula, caindo no chão a minha frente.
- Para uma criatura sádica, egoísta, assassina, perigosa, sangrenta e com muitos traços de psicopatia, você até bebe muito álcool, né? – Digo, e olhando em seu rosto, consigo ver o exato momento em que ele tomba levemente sua cabeça para a direita, me analisando.
- Quantos elogios, você parece não ter medo algum da morte, mais alguma crítica construtiva para me fazer? – Ele me pergunta. – Vou me sentar aí nessa coisa, contigo. – Aponta para o balanço ao meu lado. – Posso? – ele vem andando em minha direção, e eu esqueço de respondê-lo, afinal, poder não pode né, mas fazer o que, penso! - Não seja dramático, esqueceu que eu consigo ler o que se passa nessa sua cabecinha jovem e problemática? Bem, vou apenas me sentar, apenas sentar, eu não disse que vou arrancar sua cabeça, pelo menos não ainda. – Ele diz, dando uma risadinha sádica, sentando-se por fim, no balanço ao meu lado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Crisântemo Zoo
AdventureHá quem diga que "Crisântemo Zoo" não é apenas um Zoológico comum, as pessoas desconfiam que ali não há somente animais em exibição. Eles nem imaginam o quanto estão certos. Em um mundo repleto das mais diversas criaturas sobrenaturais, foi criada n...