Chapter 19: Awakening

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Acordei há alguns segundos atrás, a cabeça rodando, doendo, latejando, nem sequer consegui abrir meus olhos, ainda estou deitado numa cama que não reconheço, em um local que nunca vi, só sei que estou coberto, e está extremamente frio onde estou.

Viro-me para o outro lado, ainda de olhos fechados, e esbarro em um corpo, julgo ser de Felipe, provavelmente eu apaguei, e ele me trouxe para sua casa. Meus olhos estão pesados, aos poucos parece que eu vou querer dormir outra ve.....

Acordo poucos minutos depois, abraçado ao corpo ao meu lado, o frio desse quarto me incomoda, mas o corpo de Felipe está extremamente quente. Agora que percebi que meu braço direito está sobre seu peito, melhor tirar.... Calma aí, meus olhos seguem fechados, mas, constatei uma coisinha interessante, desde quando Felipe tem um peito tão gigantesco desse, e tão duro, até onde sei, ele nunca frequentou uma academia.

Retiro minha mão rapidamente do corpo fumegante ao meu lado, mas, pela preguiça, e bagunça que estou, a maldita desliza sobre a barriga do corpo ao meu lado, e noto que, a pessoa que está deitada comigo tem um abdômen extremamente definido.

Segundos depois eu respiro profundamente, na tentativa de acordar, espantar o sono, a preguiça, o frio, e oxigenar o cérebro, mas me espanto imediatamente, um cheiro muito familiar invade minhas narinas, o cheiro dele. Puta que pariu, é ele que está deitado ao meu lado. Que merda, o que foi que eu fiz noite passada, eu não lembro de absolutamente nada.

Com isso, meu sono desaparece e até minha cabeça para de latejar, eu salto da cama, com uma velocidade quase sobre-humana, e o fato de eu ter conseguido fazer isso, me alivia um pouco, não senti dor alguma no ato, se é que me entende.

Viro-me para cama e contemplo aquele corpo enorme deitado, ressoando tranquilo, seu peitoral subindo e descendo, seus cachos agora eram uma bagunça sobre o travesseiro, ele estava reto, de barriga pra cima na cama, com as mãos na lateral, lembrando bastante alguém dentro de um caixão, talvez séculos que ele dormiu assim, pegou este costume, coitado, que posição desconfortável. Calma aí, coitado? Eu não posso estar me simpatizando com esse monstro. Que está deitado somente de cueca box, com todo esse volume, na mesma cama que eu e... Epa, somente de cueca? Encaro o homem deitado, dos pés à cabeça. Puta que pariu, será que fizemos algo? Mas eu não tô sentindo nada de estranho. Que pensamento idiota esse meu, logico que não fizemos nada, eu sou Hetero.

Começo a olhar em volta, e noto que ele guarda algumas coisas interessantes no quarto, como por exemplo, uma estranha coleção de adagas prateadas, sobre uma cômoda frente a cama. Caminho vagarosamente até ela, e após muito analisar pego uma das adagas em minha mão.. E se por acaso eu acabar com o sofrimento de meu pai, agora mesmo, ele está ali, paradinho, na cama, é só eu ir lá e...

- Sério que você está mesmo pensando em fazer isso, Louis. – Ouço uma voz rouca ressonar no quarto, embriagada pelo sono. Viro-me de volta pra cama, e avisto Oliver apoiado sobre os cotovelos, me encarando, com aqueles belos olhos verdes, e aquela bagunça de cachos. – Sabe, não há traidor maior que aquele que ataca a pessoa que dorme ao seu lado. – Ele fala, ainda me fitando de cima em baixo, levantando-se vagarosamente da cama. É isso aí, é o fim pra mim, ele vai vir, e enfiar essa mesma adaga no meu peito, assim como eu imaginei fazer com ele, já era, vou morrer.

Oliver vem caminhando lentamente, até onde estou, e eu começo a sentir meus batimentos acelerarem a cada passo que ele dá. Meu corpo começa a tremer, eu sinto que vou morrer. Logo, o cheiro dele invade minhas narinas novamente, e eu estou diante de seu corpo seminu em minha frente. Ele me olha atentamente, nos meus olhos, parece querer ver minha alma. Levanta uma das mãos, e toca na adaga que eu segurava. Eu, já entregue à própria sorte, sabendo que seria inútil lutar, caso ele quisesse acabar comigo, apenas entrego o pequeno punhal prateado a ele, que o agarra, rindo ladino, enquanto eu espero um possível golpe final.

O homem à minha frente encosta a ponta do punhal em meu peito, sobre meu coração. Eu tento encarar o objeto pontiagudo pressionado sobre meu peito, mas, com sua mão livre, Oliver toca meu queixo, levantando meu rosto, para olhá-lo novamente. Até este momento, eu nem me importava com o frio do quarto, apenas esperando o momento em que meu corpo sem vida ia cair nesse chão gelado.

Oliver então, aproxima seu rosto de meu corpo, até ficar com sua boca ao lado de minha orelha, me permitindo ouvir sua respiração pesada, meu corpo já estava completamente imóvel, apesar de tremendo igual uma máquina de lavar centrifugando.

- Eu ouvi todos os seus pensamentos nessa noite, não se preocupe, Felipe e Josh estão no outro quarto, e por sorte, ou azar, você ficou no meu, mas, não fizemos nada, aliás, se tivéssemos feito, certamente você não teria se levantando da cama com tanta facilidade. – Ele diz, roçando seu nariz em meu pescoço, fazendo um arrepio sair da ponta do meu pé e percorrer cada centímetro de meu pequeno e frágil corpinho. – Eu teria acabado contigo.

Em um golpe rápido, eu vejo a lâmina do punhal subir e descer. É isso, ele me abriu no meio. Olho para baixo, não vejo sangue, nem corte, nem nada, apenas minha camiseta dividida em duas partes, ele cortou minha camiseta no meio.

Ele então se afasta um pouco de mim, e me olha de cima embaixo, parecendo analisar o que vê, colocando um sorriso ladino no rosto.

- Você não deve ter mais de 50 quilos. – Oliver comenta rindo. – Deve estar morrendo de frio neste quarto, com essa baixa temperatura. Venha, eu vou te esquentar. – Ele proclama, e eu franzo a testa, como assim vai me esquentar, o que ele pretende fazer? – Relaxa, vou apenas te arrumar uma roupa de frio. – Ele diz por fim.

- Eu achei que você fosse enfiar essa adaga em mim, por eu ter pensado em fazer isso contigo. – Falo sincero, enquanto fito ele caminhar até um guarda roupa e tirar de dentro dele um suéter vermelho, retornando com o objeto na mão.

- Eu até quero enfiar algo em você, mas não é uma adaga. – Oliver fala, sorrindo sarcasticamente da minha cara de espanto. – To brincando, talvez, idiota, eu apenas sei que você não teria coragem de fazer o que pensou, pois eu sei que. – Ele coloca a mão espalmada sobre meu coração, parecendo querer senti-lo. – Aqui dentro, bate um coração puro, livre de maldades desse tipo, e mesmo que você tentasse, estaria morto antes mesmo de chegar perto da cama. – Oliver diz calmamente, me entregando a vestimenta e retornando pra cama, deitando-se nela. – Agora você tem duas opções, pegar a adaga, guardar onde você a achou, e vir deitar comigo, para descansar, enquanto teus primos não acordam, te juro que seu corpinho magrelo ficará intacto caso você durma, e depois eu farei algo para comermos. Ou, sair do quarto e voltar para aquele inferno que você mora, e ouvir teu pai choramingar durante horas sobre como está sendo difícil achar o fujão aqui. – Oliver dá as opções.

- Primos? Apenas Felipe é meu primo, Josh não. – Respondo Oliver.

- Josh não é seu primo AINDA, - Oliver diz, fazendo aspas com os dedos, e eu devo concordar com ele, também acho possível essa possibilidade. – Então, o que decidiu?

Eu não o respondo essa vez, apenas pego a adaga onde Oliver a deixou, e a coloco de onde tirei, caminhando lentamente até a cama, deitando-me nela, a ressaca monstruosa que estou sentindo apenas me permite dormir, e isso que pretendo fazer. 




*****NOTAS DE RODAPÉ.*****

Olá caro leitor. acho que esse foi o cap. mais estranho que já escrevi kkkkk

Enfim, obrigado por chegar até aqui, espero que tenha gostado.

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Até o próximo, te espero lá. 

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