— Chegou em casa bem certo? — Miles pergunta, ele pode ouvir o som abafado da voz de Jake, ele sabe que Jake correu até em casa.
— Sim pai, eu cheguei no horário. E sim cheguei bem, você vai demorar muito? — Jake pergunta e é quase como uma esperança na ponta de sua voz, Miles não deixa de suspirar sabendo que o loiro quer ter um tempo pai e filho. Ultimamente o trabalho o deixa extremamente cansado, quase não tendo tempo pra Jake e mal vendo seu filho, e adicionando quando Jake vai para a escola e ele tem que sair duas horas antes de Jake ter acabado seu horário de aula.
— Ainda não sei, se Carl chegar no horário eu consigo chegar em casa. Eu prometo que hoje veremos o filme que você quiser. — Ele pode imaginar Jake roendo a única unha do mindinho ouvindo o maior, ele segura o telefone no momento em que Jake responde com “Tá.” e desliga. Miles sabe que o menor é um garoto carente, que gosta de ter alguém ao lado do sofá ou amigos pra ter por perto, mesmo que ele nunca fale como se sente ou seja um pouco difícil se comunicar com Jake sendo um adolescente que esconde segredos. Olive quer que Jake não sinta falta de sua mãe, não pense nela quando está solitário, mas é inevitável impedi-lo.
Miles retira lentamente o pano de seu ombro voltando a limpar as mesas do bar, é como tudo outra vez e no outro dia, cansativo e repetitivo. Como um trabalho de faxina e vigia daquele bar, ele joga o lixo pra fora tirando o suor da testa, Miles lava o chão com água e sabão até onde tem os cantos nojentos de urina e vômito dos clientes das noites interiores. Ele odeia o cheiro deles infestando todo bar assim que ele entra pela manhã no bar vazio, mas o melhor é quando o cheiro de pinho e água oxigenada. Miles checou o relógio apontando para oito e trinta, andando até os fundos abrindo o pequeno espaço do abastecimento de bebidas e trazendo as garrafas cheias para o armário e balcão.
Ele colocou todos os copos nas prateleiras em baixo do balcão, bancos pretos de couro perfeitamente em uma fileira e o tapete vermelho dizendo “ Bem vindo” na porta, Miles torceu o nariz para sua aparência no espelho atrás do lugar do bartender, suado, coberto de sujeira e com a camisa grudada. Realmente aquele lugar era abafado e seu chefe não permitia que ligassem o ar antes que os clientes estivessem. Miles só tinha um ventilador de metal pequeno que girava e mantinha um vento fresco nas noites. De repente a porta abruptamente foi aberta e Miles se virou para onde estava aquela mulher, negra alta e cabelos soltos, ela parecia assustada ou pelo menos algo próximo disso. Ignorando a presença do homem mais alto ela adentrou mais ainda o bar passando por Miles que a seguiu inclinando-se e alcançando seu braço alguns minutos depois de sua invasão.
— Desculpe moça, mas você não pode entrar aqui. — Ela não disse nada invés disso seus olhos tremeram, suado e com peito subindo e descendo. Agora Miles começou a se preocupar. — Você está bem? Quer que eu chame alguém?
— Meu filho esteve aqui, e-ele foi para o hospital e agora, e-eu...— sua respiração falha, ela ventila no momento em seus olhos tremem, suas palavras murcham e a morena decai cada vez mais. Miles é rápido em pegá-la por debaixo dos braços e arrasta-la até uma das cadeiras.
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𝑫𝑬𝑺𝑰𝑹𝑬 - 𝑹𝒐𝒎𝒂𝒏𝒄𝒆 𝑮𝒂𝒚
RomanceNa cidade de Jacksonville. Jake Olive um garoto de 17 anos em seu último ano escolar junto de seus dois amigos. Jake presencia uma cena que lhe faz esconder mais sua sexualidade na escola. Enfrentando os conflitos de sua vida, seja pela falta de sua...