7̶ Coração confuso

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O Soobin não esperava que o Yeonjun reagisse tão bem ao abraço, mas, cuidando dele como sempre quis, apertou mais aquele abraço, afim que ele se sentisse seguro.

Pro Yeonjun, a sensação era estranha, nunca tinha recebido carinho daquela forma, na verdade, ninguém nunca tinha se importado.

Era estranho pensar que, a única pessoa que se importou, foi quem sabia seus piores segredos, quem tinha tudo pra o odiar, mas, ironicamente, o amou daquela forma, e cuidou dele como ninguém.

Conforme apertava aquele abraço, o choro do Yeonjun foi diminuindo, até que não restasse nada, nada além de silêncio confortável, e um carinho que ele não conhecia.

— Isso é bom — admitiu, se permitindo dar um sorriso fraco, apreciando o primeiro carinho que recebeu na vida — É quentinho...

O Soobin sorriu com aquelas palavras, tudo que ele queria era proteger o Yeonjun, e ajudar ele a conhecer o amor e carinho, que, mesmo ele não admitindo, era algo que ele precisava.

Mesmo já tendo ficado com vários caras, ninguém nunca tinha o tratado com carinho, talvez porque ele não permitisse, ou porque ninguém o via daquela forma, pra eles, Yeonjun era apenas um corpo e rosto bonito.

Ninguém nunca fez questão de o conhecer, e ele preferia não mostrar nada sobre si pra ninguém, tinha certeza que qualquer um que o conhecesse iria embora, como seus pais diziam, ele era um monstro.

Mas o Soobin o conhecia, o conhecia como ninguém, e gostava dele como ele era, mesmo sem entender, o Yeonjun se sentia bem quando pensava nisso.

Quando saiu do abraço, Yeonjun ficou confuso, ao perceber como seu coração acelerou quando cruzou com aqueles olhos, olhos escuros que brilhavam imensamente, como se existisse um mar de felicidade dentro daquele olhar, que mesmo escuro, o iluminava.

— É estranho — quebrou o silêncio.

— O que?

— Eu já machuquei muitas pessoas, um dos motivos é eu nunca ter entendido o que as pessoas gostavam em viver, porque eu nunca me senti vivo — suspirou — Mas, quando você me olha desse jeito, é como se me trouxesse de volta a vida.

Soobin sentiu seu coração acelerar com aquelas palavras, claro, acelerar mais, já que só a presença do outro Choi já o deixava acelerado, como se tivesse corrido uma maratona.

— Isso é bom — levou uma mão ao rosto dele, fazendo carinho — Eu queria passar mais tempo com você, não só como psiquiatra.

O coração do Yeonjun não parava de palpitar, ele não se reconhecia, nem entendia a sensação boa que tomava conta de seu peito, que costumava ser tão vazio. Não entendia, muito menos, o porquê diria o que estava prestes a dizer.

— A gente... — deu uma pausa — Pode se ver outras horas.

— Sério? — disse surpreso, e o mais baixo concordou com a cabeça em resposta — Ok, eu te mando mensagem, então.

Yeonjun não fazia ideia do que estava sentindo, mas uma coisa é certa: até as pessoas mais frias precisam de amor.

Aquilo tudo era muito confuso, Yeonjun não sabia o que estava sentindo, nem porque o Soobin não saia sua cabeça nem por um minuto.

Precisava se distrair, e sabia como.

Em plena luz do dia, foi a um dos seus lugares favoritos. Era uma parte vazia e repleta de mato, não tinha câmeras, nem muitas pessoas, só alguns desavisados, que andavam por ali em busca de um atalho.

Avistando um garoto que andava por ali, Yeonjun soube que tinha encontrado sua distração, e se aproximou.

— Oi — sorriu simpático — Você tá procurar um atalho?

— Sim, minha casa fica muito afastada.

— Ah isso, é uma pena mesmo.

Ele sabia mentir e manipular quando queria, sabia fazer qualquer um gostar dele se quisesse, e usava aquilo ao seu favor.

— Sim, é péssimo — o garoto nem desconfiava.

— Sabe... Você não devia andar por aqui — o garoto o olhou confuso, e ele sorriu ladino mordendo o lábio inferior, antes de continuar — Podem ter assassinos.

Ligando os pontos, o garoto o olhou assustado, e tentou correr, mas não teve tempo, Yeonjun o segurou, rapidamente pegando uma faca, e acertando diretamente no pescoço dele.

Esfaqueou uma, duas, três, repetidas vezes que chegaram a mais de dez, até o garoto cair, já sem vida.

Yeonjun sorriu, aquilo sempre o acalmava, ele realmente gostava, e agora, viria a parte mais fácil, se livrar do corpo e provas.

Já era noite, e o Yeonjun estava preocupado, absolutamente nada tirava o Soobin da mente dele, em nenhum momento.

Aquilo não fazia sentido, nada fazia, mas ele não conseguia parar de checar o celular, esperando por uma mensagem do doutor.

Abria o aplicativo de mensagens, abria o instagram, olhava as fotos dele, não conseguia parar, era como um vício. Até que ele parou de rolar a tela, quando viu uma foto tirada no espelho, onde ele usava uma regata.

Admirando o corpo dele, o Yeonjun teve memórias das coisas que eles já tinham feito, o dia da sessão, o dia do beco, eram memórias que deixavam o corpo dele quente, ele queria mais daquilo.

Eles nunca tinham feito nada sem pressa, e o Yeonjun queria aquilo, queria sentir cada pedaço do corpo dele, sem ter hora pra parar, queria muito.

Sentindo sua respiração já mais pesada que o normal, ele deixou o celular de lado, começando a passar as mãos pelo próprio corpo, causando arrepios em si mesmo.

Com os olhos fechados, ele imaginava as mãos do Soobin ali, tocando seu corpo quente, que precisava dele mais que nunca.

Estava excitado, apertava a própria coxa com força, sabia que não conseguiria resolver seu problema sozinho, precisava de outra pessoa, precisava do Soobin.

Se tinha algo que ele sabia sobre si mesmo, é que se ele queria algo, ele conseguia, então, se ele queria o Soobin naquela hora, ele daria um jeito de ter.

Então, pegando o celular novamente, ele ligou pro mais alto, que atendeu rapidamente.

— Soobin... — suspirou — Eu espero mesmo que você não esteja ocupado.

— Ocupado? Não, eu não tô — respondeu confuso, do outro lado da linha.

— Posso ir na sua casa?

— Pode sim, mas por que?

— Porque eu preciso que você me foda a noite toda.

"Então, garoto, venha me acender
E talvez eu te deixe por cima
Um pouco perigoso
Mas, garoto, é assim que eu quero"

Criminal [Yeonbin +18]Onde histórias criam vida. Descubra agora